Capítulo 2

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Ainda não passou pelo processo de correção, então desculpe me pelos erros.

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Harrisson estava sentado no jardim encostado na grande árvore ali presente, um dos poucos pontos da propriedade que era colorido, cores vivas e contrastantes, vermelhas, verdes, azuis e até mesmo rosa, todas das mais variadas estavam em um mesmo local.

Seu espírito ficava em paz sempre que vinha ao jardim, o cheiro das flores e plantas eram calmantes, talvez por que a natureza era tão mais simples do que humanos.  Tudo mais calmo, assim como a brisa que batia em seu rosto fazendo com que seus cachos mal finalizados se balançassem e desarrumassem. Qualquer um que visse Harrisson sentado embaixo da árvore parecendo tão sereno e com sua beleza magnífica, imediatamente pensaria que ele havia sido mandado pelos Deuses, agraciado pela beleza e abençoado pela magia. Ele era, mesmo daquele jeito, magnífico e tinha uma presença marcante.

E embora estivesse tudo calmo e o dia parecesse propício para lhe trazer felicidade Harrisson se sentia vazio, suas lágrimas começando a se acumular nos cantos dos olhos, agora em um lugar tão calmo, ele sentia todos os sentimentos que acumulou durante um ano inteiro começarem a vazar, toda solidão que sentia. Sirius estava em Hogwarts a exatamente um ano, ele havia sido classificado para a Grifinória, Harry sempre desconfiou que ele cairia lá e ficou feliz por ele achar o seu lugar, onde seria aceito e poderia se ele mesmo, mas isso não diminuiu a raiva de seus pais quando descobriram, o ódio sempre que alguém citava seu filho mais velho estava e sempre estaria lá. Diziam que ele era como uma erva daninha e precisava ser retirado para não prejudicar o resta da família.

No primeiro mês eles descontaram suas frustrações em Harrisson e Regulus, aumentando seus treinos, deixando tudo mais pesado.
No segundo mês Walburga queimou o nome de seu primogênito da tapeçaria, Sirius acabou passando as férias de natal na casa de um amigo e acabou que ele nem ao menos mandou notícias aos seus irmãos, mesmo quando eles lhe mandaram cartas e presentes escondidos de seus pais.
No terceiro mês eles pareciam mais calmos e focavam em moldar seus outros dois filhos no mais próximo da perfeição o possível, focando principalmente em Harrisson, dizendo que ele traria muito orgulho para a família.
Então em uma manhã aparentemente normal, quando todos comiam em um clima tenso, onde ninguém ousava quebrar o silêncio ouve um barulho, fazendo todos prestarem atenção em Monstro que havia acabado de chegar.

"Meus senhores, chegou uma carta do grande Lorde..." Mal acabou de falar e Walburga arrancou a carta das mãos do elfo guardando no bolso de sua capa. A única coisa que foi possível ver era um símbolo, uma cobra saindo de um crânio ou algo assim, isso junto de que seus pais pareciam eufóricos com a carta deixou tudo mais misterioso e fez com que Harry quisesse descobrir o que tinha de tão importante na carta.
Porém sua curiosidade sumiu temporariamente ao ver as expressões irritadas de seus pais e Monstro curvado com uma expressão de arrependimento.

"Seu elfo idiota!! Não deve trazer estes assuntos para a mesa! " A voz da mulher ao começar a gritar era tão estridente que doíam os ouvidos de Harrisson.

"Sinto muito minha senhora... Monstro não irá errar novamente minha senhora " O elfo estava claramente se contorcendo após a repreensão. Afinal o que deveria ter de tão importante em uma simples carta para fazer seus pais agirem assim?

"Espero que não, ou a próxima cabeça de elfo pendurada na parede será a sua!" Orion estava irritado, esses assuntos não deveriam chegar ao seus herdeiros, principalmente a Harrisson, era uma das regras ele não saber de nada, bem por enquanto.

Após esse dia voltou tudo ao "normal", os treinos, estudos e os poucos intervalos de tempos que os dois irmãos tinham para conversar. Parecia que seus pais estavam afastando Harrisson de Regulus. Primeiro colocaram o mais novo em um quarto maior e mais longe e os treinos faziam com que eles nunca tivessem tempo de se ver. Era tão desgastante tudo isso.

Mal notou que o céu já estava escuro e fazia tempo que estava no jardim. Pensou em tudo que estava sendo privado nesses últimos tempos que fez com que ele descarregasse tudo hoje. Sua barriga roncava de fome, além das dores pelo corpo por estar na mesma posição por tanto tempo. A sorte era que hoje seus pais estavam ocupados e passaram o dia inteiro fora. Regulus iria para Hogwarts amanhã e isso deixava tudo um pouco mais triste, ele estaria definitivamente sozinho agora. Não ajudava que ele não tivesse nenhum amigo, seus pais nunca deixaram ele sair de casa, mesmo quando ele implorou para ir com eles levar Sirius até a plataforma. Mesmo tendo o não como resposta ele tentou convencer seus pais a deixarem ele ir junto para levar o irmão Regulus, mas a resposta prevista foi a resposta recebida.

"Ei Hazz, por que está aqui fora? Estava te procurando faz tempo!... Hazz? Está tudo bem? Por que está chorando ?" Os passos de Regulus eram elegantes e autoritários, sua voz reconfortante fez Harry suspirar de conforto.

" Eu só... Me sinto mal sabendo que logo estarei sozinho" Regulus só conseguiu ouvir aquilo pois estava agora ajoelhado bem perto do irmão que limpava suas lágrimas acumuladas em seu rosto.

"Eu estarei enviando cartas para você no mínimo todas as semanas eu prometo" Sua mão fazia um cafuné no cabelo preto e bagunçado do irmão.

"Sirius prometeu a mesma coisa e nos abandonou" Provavelmente Sirius havia achado amigos incríveis e simplesmente manter seus irmãos junto seria um peso, Regulus faria a mesma coisa em Hogwarts, novos amigos e compromissos, logo ele nem voltaria mais para a casa e esqueceria de Harry para sempre.

O olhar na cara de Regulus mostrava sua dor, o irmão que prometeu os proteger na verdade apenas causou mais sofrimento. Um sorriso trêmulo apareceu no rosto do mais velho.

" Eu nunca vou fazer isso Harry, você é minha família, minha única família e eu lhe protegerei de tudo, principalmente da solidão " O olhar temeroso que apareceu no rosto de Harrisson era doloroso, Sirius machucou Hazz de uma maneira horrível, isso era extremamente imperdoável! Ele sentia tanta raiva dele!

Mas o mais importante agora era acolher seu irmão.

"Vamos lá para dentro, podemos pedir alguma comida e de sobremesa um chocolate quente para Monstro, talvez eu até mesmo leia uma história para você! Aceita?" Ele se levantou e estendeu a mão para Harry que pegou prontamente para se ajudar a levantar.

"Certo"

Regulus fez o que prometeu e leu uma história ao irmão, ficando com ele até o mesmo dormir. Com um beijo na testa ele se despediu silenciosamente e foi para seu próprio quarto. Pensar que era para Sirius estar aqui e os dois poderiam ir juntos para Hogwarts, mas ele preferiu ficar na casa dos Potter's! Sua mãe não fez questão nenhuma de insistir pelo contrário, talvez se fosse diferente Harry não estaria tão inseguro e temeroso, embora ele não mostrasse isso para ninguém sem ser Monstro e o próprio Regulus.

Com esse pensamentos o Black dormiu. Seus sonhos foram conturbados, uma mistura de Harry preso sozinho com seus pais, sendo treinado até a morte em busca da perfeição, Sirius ignorando ele em Hogwarts dizendo que nunca teve irmãos e era um Potter de coração. Foi uma mistura tão terrível que acordou assustado. Ao checar as horas, viu que acordou uma hora mais cedo do que o necessário e sabendo que não conseguiria voltar a dormir, resolveu tomar um banho demorado para relaxar e depois ir se trocar.

No café da manhã estava um clima melancólico e pesado, Harrisson não conseguiu comer e parecia ligeiramente verde, seus pais tinham olhares duros no rosto, quase prometendo uma punição caso ele não lhes trouxesse orgulho e Monstro parecia abatido com as orelhas mais baixas que o normal. Regulus sentia sua mão tremer ligeiramente, ele tinha um pressentimento extremamente ruim com relação a tudo isso.

Antes de sair ele deu em Harry um abraço apertado, prometendo escrever sempre.
Após isso a casa ficou silenciosa, a solidão batendo forte no Black mais novo. Ele definitivamente havia ficado sozinho. Agora ele percebia o quão silenciosa e vazia era sua casa, assim como ele estava agora.

Ele só não sabia que em breve isso mudaria completamente...

A Nobre Família BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora