POR ONDE ANDA O POETA?

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Após tanta comemoração tanto por minha parte quanto da minha mãe, subi para meu quarto, um lugar simples cheio de flores, uma grande estante de livros e uma parede com algumas frases dos mesmos pintadas com tinta.

Fui animada contar a grande novidade pra minha melhor e única amiga.

Liguei pra ela, mesmo sabendo que ela estava em casa, e a casa dela é do lado da minha. Atendeu de imediato, apenas disse que tinha uma novidade pra lhe contar.

Quando o assunto é novidade, e ainda mais, sobre minha vida, ela sempre escuta e dá uma opinião muito bem elaborada sobre.

Assim que atendeu, apareceu na janela de seu quarto, uma jovem mulher, seus cabelos cacheados estavam mais bagunçados do que o costume, olhos mesclados com cor castanho e verde, mas por baixo olheiras um pouco escuras, e a cara de tacho de sempre.

- Entãoo? Qual a fofoca? - Disse. Lis Morais era apenas alguns meses mais velha que eu, uma mulher um pouco tímida mas sociável nas horas certas. Sua expressão era de alguém que acabou de acordar.

- Você sabe que eu ando procurando emprego a muito tempo, certo? E acredita que minha mãe conseguiu um pra mim?

- Nossa amiga, fico feliz por ti!- Disse animada.

- E tem mais. Foi na livraria dos Scar.

- O QUEEE???? - O grito agudo penetrou meus ouvidos.

- Desse jeito você vai me deixar surda - Soltei um riso fraco.

- A tia Melia é esplêndida!

- É, e eu queria saber como ela conseguiu isso, que tipo de coisa ela teve que fazer pra me aceitarem, eu larguei a faculdade e não tenho muita experiência como atendente, então, como?

- E quem se importa como ela conseguiu? Você agora trabalha na livraria dos Scar's Flora! Ganha muito bem pra cuidar daqueles livros.

- Eu gostaria de deixar isso pra lá mas minha curiosidade não deixa quieto.

- Se ela não falou, significa que não foi nada demais, eles devem visto seu currículo, por mais que você não tenha muita experiência, é só pra cuidar de uns livros. Que dia você começa seu trabalho? Eu quero te visitar. - Existia um brilho de admiração em seus olhos.

- Hoje é sábado, então...segunda.

- hmm, ou seja você está livre amanhã? - Conseguia ver seu sorriso de canto através da janela.

- Não, eu tenho muitas coisas pra fazer...

- Ótimo, então você está livre.

- Não, eu diss- Fui interrompida

- Vamos pra uma festa chique amanhã!
Tô batendo na sua porta amanhã às oito da noite. Para comemorar seu novo emprego! - A sua expressão de cansada foi trocada por uma de completa animação.

- Oito? Que festa começa às oito da noite? - Perguntei indignada

- Essa que a gente vai.

Suspirei fundo e concordei, Lis conseguia ser muito insistente quando queria.

- Fechado então, vou me arrumar pro trabalho, beijos lindona! - Me mandou um beijo no ar e saiu.
Agora eu não estava desocupada e teria que adiar mais ainda minha série.

Tomei um banho quente, desci as escadas e ajudei minha mãe a preparar o jantar. No processo vi que ela planejava fazer a minha comida preferida, que era risoto, como comemoração do meu novo emprego.

Comemos e passamos um tempo conversando sobre como eu iria me sair bem na livraria, que tipo de tempero ela usou, algumas intrigas na vizinhança, coisas assim.