TW: Assédio sexual
Na noite anterior, levei Lis pra casa dela.
Tive que fazer ela tomar banho na marra, parecia criança quando bebia.
Depois de ajeita-la direito pra dormir, fui pra casa, de maneira silenciosa, minha mãe já estava deitada em seu quarto, não queria acorda-la, provável que ela tenha chegado agora pouco.
Ela trabalhava num restaurante pequeno, especializado em comida típica Alemã.
Olhei pro relógio do celular pra ver que horas eram.
- Razoável - sussurrei.
Era 23:36.
Se dependesse de Lis, ficaríamos mais, porque ainda era "cedo".
Tomei um banho quente. Comi o restante de risoto, e fiquei deitada na cama esperando o sono chegar.
Fiquei lembrando de tudo que aconteceu no dia, tudo que eu podia ter falado, feito, podia perguntar mais coisas ao Sr. Bianchi, queria conversar mais com ele. Ele me intrigava tanto.
O modo de conversar, não me sentia ansiosa com ele.
Várias coisas vinha em mente, até mesmo assuntos antigos que ainda me atormentava.
Queria esquecer, mas é impossível.
Por que esses sentimentos fazem parte da minha raíz, é quem eu sou. Infelizmente.
Antes mesmo de o sol me acordar, já estava de pé.
Me vesti com uma roupa mais social, o de praxe, blazer, blusa social e uma saia que ia abaixo do joelho, salto baixo um sobretudo e cachecol.
Arrumei meu cabelo de 3 formas diferentes até achar uma que me agradasse o suficiente. Com meu laço branco atrás, usava isso tanto que já fazia parte do meu corpo.
Coloquei o que era necessário na bolsa, e desci para cozinha. Vendo quase que um banquete na mesa.
- Mãe, não precisava disso tudo. - Dei um beijo em sua testa.
- Flora. - Sua voz era séria mas calorosa - Você vai se sair bem minha filha, preste atenção o que seu superior lhe explicar, e se acontecer qualquer coisa...
- Não vai acontecer mãe, não mais. Vou conseguir um bom emprego, abrir minha própria livraria, e a senhora não vai precisar se esforçar tanto. Eu te dou a minha vida de garantia.
- Não quero sua vida Flora. Quero que você viva, isso já me deixa feliz, meu broto de rosa, desabroche sozinha ok?
Assenti com a cabeça, e me sentei junto dela para comermos.
Tinha que estar lá as 8:00, eram 7:00 horas agora, até pegar o metrô chegaria lá umas 7:50 aproximado.
Meu coração faltava sair pela boca, então tomei o chá de camomila da minha mãe.
Levei meus remédios, por precaução.
Chequei pra vê se estava tudo certo, e me despedi da minha mãe.
-Tenha um bom dia mãe!! - Acenava enquanto ia.
Sorriu acenando de volta. Queria falar com Lis, mas ela já deve estar no trabalho, então só uma mensagem 'tô indo trabalhar, toma remédio e água pra curar a ressaca teimosa'
Andando nas ruas de sempre, passei por algumas lojas, outras pessoas correndo pro trabalho, outros trabalhando vendendo coisas na rua mesmo.
Chegando no metrô, vi um aglomerado de pessoas, não tinha como eu sentar então fiquei espremida. Estava encolhida pra não pisar no pé de ninguém.
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POR ONDE ANDA O POETA?
Roman d'amourFlora em um momento decide ir atrás do seu escritor favorito, mas nunca poderia imaginar que isso colocaria sua vida em risco. Agora ela está em uma confusão mental, Será que ela deve se sacrificar por ele? "Naquele momento eu não sabia que minha cu...