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Alex acorda com o barulho do despertador que toca ao seu lado, meio sonolento olha e vê que são seis horas e trinta minutos. Ele levanta, pois acabou dormindo em cima do teclado do computador que fica em cima da mesa de estudos na noite anterior, por estar estudando muito. Já no banheiro ele escova os dentes, sorri para o espelho, coloca uniforme e sem fazer muito barulho vai até a sala, olha ao seu redor e vê a rotina de todos os dias, seu pai bêbado no sofá da sala e a porta do quarto da mãe encostada, provavelmente ela estava dormindo pois chegou tarde do serviço no dia anterior.

Naquela segunda feira de manhã enquanto ele caminha para a escola ele vê adolescentes que estão voltando de alguma festa, pelo visual estão embriagados ou quem sabe até drogados.

- Nunca quero isso para minha vida, viver assim não faz sentido algum - pensou Alex, intrigado com o que viu.

O dia passou rápido, e não aconteceu nada de novo, a mesma coisa de sempre. Professores irritados com a forma de darem aula, provas e mais atividades para um aluno que está cursando o último ano do ensino médio, a pressão em decidir o que fazer quando esse ciclo terminar e qual faculdade em si escolher para prosseguir. Em casa Alex está fazendo um trabalho da escola e são dezenove horas e vinte e cinco minutos, ele está na sala e sua mãe Clarinda na cozinha preparando o jantar do Sr. Osvaldo que por sinal já era pra ter chegado em casa e até então não chegou.

- Como foi a aula hoje meu querido? - Pergunta a mãe.

- O mesmo de sempre, está sendo uma semana bem tensa pelas provas e trabalhos bimestrais mãe

- Entendo meu filho, quem dera eu ter conseguido chegar até onde você está hoje, tenho muito orgulho de você, quero que sempre saiba disso meu Alex - ela para na beira da porta com um pano de prato em seu ombro e olha atenta para o filho - na minha época era tudo muito difícil sabe, como éramos muitos irmãos eu precisava ajudar a cuidar deles, então precisei parar de estudar na quarta série do ensino fundamental, mas meu sonho sempre foi sabe, me tornar uma grande bióloga.

Os dois param de falar pois ouvem tropeços nos poucos degraus da porta da sala. Alex olha para a mãe, ela abaixa a cabeça e volta para os afazeres na cozinha.

- Mulher - Osvaldo para na porta, olha para a mesa onde Alex está estudando e grita novamente - Mulher, estou te chamando.

- Sim, Osvaldo- diz calma Clarinda, vindo secando suas mãos no pano de prato que antes estava sobre seu ombro.

- Já está pronto a janta?

- Está quase pronto meu amor, você passou de novo no bar Osvaldo?

- Sim e você tem oque com isso? - diz ele com um tom de arrogância e elevando a voz prossegue- Eu já não sustento vocês todos aqui dentro? Já não ajudo com a educação daquele moleque ali, pois bem, não enche meu saco.

Cambaleando ele vai pro banheiro. Escorre lagrimas pelo rosto da senhora Clarinda, ela olha pra Alex, levanta, dá um beijo na testa dele e vai pra cozinha terminar o jantar.

- Você sabe que não precisa passar por isso ne mãe? - ela não o responde, ele fecha os cadernos e vai para o quarto.

Alex bate a porta do quarto e no fundo ouve o pai espraguejando algo no banheiro, abre a janela e observa as estrelas, estavasendo uma noite linda com sua lua minguante, ele sempre foi apaixonado porestrelas e lua, o sonho do rapaz quando era criança era crescer e se tornarastronauta ou astrólogo para ver de perto essa proeza, coloca seu fone deouvido e começa escutar uma música, tentando afastar de perto a vida que levacom o pai, até porque os dois nunca tiveram um convívio bom.

Alex é um garoto que não tem muitos amigos e ele também não está na equipe dos populares da escola, com seus 16 anos ele dedica sua vida aos estudos, pra adquirir um futuro bom para ter um lugar para ir morar com sua mãe para ambos deixarem de ter uma vida sofrida com o pai. Ele sempre usa calças jeans, blusas largas com seu tênis hall star, seu óculos quadrado esconde parte de seu rosto, seu cabelo preto sempre fica organizado, ele tem um certo cuidado com o cabelo que sempre está liso e brilhando, um rapaz magro de 1,68 m de altura, estilo nerd seria o estilo ideal para defini-lo.

***

A noite passa e Alex não consegue dormir direito, logo o despertador toca e já era hora de encarar a terça- feira e irpra aula novamente. No intervalo Alex está indo pegar seu almoço e percebe quealguém esbarrou em um colega de sua turma, que acabou caindo livros e umavasilha com alguns biscoitos no chão, chegando perto consegue ver que é o Bruno, um garoto que já tinham apresentado trabalho juntos no primeiro ano do ensino médio, Alex se aproxima, pega um livro do chão e oferece ao colega.

- Quer ajuda Bruno?

- Não quero nada de você, menino estranho. - diz Bruno com ignorância pra Alex, chega uns amigos de Bruno e eles começam a rir - Alias, pede seu pai imundo, aquele bêbado inútil, pra parar de dormir na porta da minha casa, hoje minha mãe jogou água gelada nele, amanhã vai ser água quente.

Alex, vira sem graça, com o rosto vermelho de vergonha, enquanto a roda de amigos ficam rindo e nessa hora outros estudantes também estão caçoando e fazendo piadinhas dele, ele esbarra em uma menina, que ele só consegue reparar seus cabelos cacheados e ruivo.

- Me desculpa

- Não foi nada- diz a menina, olhando para o grupo e balançando a cabeça com ar de reprovação- ei, espere ...

Já era tarde, Alex já estava correndo pelo corredor da escola indo em direção ao seu armário, pegar as coisas e ir embora. Ele para na praça da cidade, senta para respirar um pouco, ele coloca os pés em cima do banco, a cabeça entre os joelhos e respira fundo e forte, após alguns minutos volta ao normal, ao longe ele vê dois garotos que aparentam ter a idade dele, os dois estão sentados também no banco da praça, com um cigarro nas mãos e conversando, eles olham atentamente para Alex, preocupados com a reação do rapaz. Alex apenas faz um joia com as mãos para os rapazes e vai pra casa, chegando em casa ele vê sua mãe no canto da sala fazendo orações ajoelhada em frente a Santa Nossa Senhora de Aparecida, ela olha pra ele sorri e termina.

- Como foi seu dia meu campeão?

- Tranquilo - mente ele e muda de assunto - tenho um professor substituto na aula de Português, Alice está doente ainda.

- Nossa, tomara que ela fique bem logo, vou rezar por ela.

- Onde está meu pai? - pergunta o garoto já desconfiado da resposta.

- Hoje ele não foi para o trabalho filho, levantou tarde e já foi para o bar beber, eu de verdade, não sei mais o que eu faço, fico triste com essa situação filho, mas não tenho mais controle sobre nada, sinto como se tudo saiu do controle. - diz Clarinda com semblante triste.

- E saiu mãe, ele precisa entender que ele precisa deixar essa vida, precisa parar com isso, porque já está indo muito longe, eu não gosto da forma que ele te trata e você sabe disso, por mim nos dois daríamos um jeito mãe e vivíamos longe daqui.

- Eu sei meu querido, mas ele precisa de nos nesse momento.

Alex sobe para o quarto e no momento em que fecha a porta ouve barulho na porta da sala, Osvaldo estava chegando da rua, ele começa a ouvir discutições do pai e da mãe, coloca seu fone de ouvido e aumenta o máximo para não escutar os dois discutirem.

***

Chegou o final de semana, e por uma obra do destino ou de alguma outra força maior sr. Osvaldo não foi no bar o resto da semana, a energia estava boa, Clarinda e Osvaldo não estavam brigando, até chegaram os três a assistir um filme no sábado a tarde, o final de semana da família em si foi normal, em vista de dias anteriores. Clarinda recebeu flores do marido, coisa que a tempo ele não fazia, até porque quando ele não bebia ele era outra pessoa, mais carinhoso e mais amigável, a bebida fazia mal a ele e isso Alex tinha a certeza.

O TOCAR DO ÚLTIMO SINOOnde histórias criam vida. Descubra agora