𝙻𝚘𝚟𝚎 𝚒𝚜 𝚊 𝙱𝚒𝚝𝚌𝚑.

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Boa Leitura.

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Catwalk: Termo, palavra usada para designar os fashion shows e a indústria da moda em geral, também relacionada ao desfile (passarela) perfeito, referência feita às habilidades do gato (cat) capaz de caminhar em superfícies estreitas sem cair.

Mansão Bookers

Seus passos eram minuciosos, a postura soberana de uma serpente, uma mentirosa, uma desonesta traiçoeira. Bondosa? Ela nunca fora, sequer se arrependia de possuir o caráter ambicioso pelo contrário se orgulhava bastante dele. Mesmo que isso custasse seu próprio corpo e sua alma.

Karla verificou novamente a mensagem em seu celular seguro, relendo com cuidado o que seu contrabandista lhe dizia em completo sigilo. As teclas antigas tomavam o som quando seus dedos delicados digitavam o número do homem e logo ele atendeu.

Verificou ao redor e estava sozinha... especificamente às 3 da madrugada sobre a varanda de sua suíte. Sentindo a brisa fria brincar com seus cabelos castanhos juntamente do som das folhas dos pinheiros assinalando sua eterna solidão.

- Conseguiu o que eu pedi? – Ela perguntou com o tom de voz rouco, o celular em seu ouvido escutando ele afirmar o que queria.

- Para você, eu consigo tudo o que solicitar. – O homem caminhou entre o gramado escuro, suas vestes eram sociais. A camisa branca desabotoada em seu peitoral magro, exibindo o pescoço pálido.

- Perfeito quero que deixe no mesmo lugar de sempre. Eu volto para buscar depois. – Ele sorriu abertamente evitando de olhar em sua direção na sacada, pois a escuta estava em seu ouvido esquerdo na qual ele conseguia entendê-la perfeitamente.

Haviam mais vigias no local prestando atenção em tudo o que fazia e ele não poderia deixar que percebessem que estavam se falando. O coturno preto em seus pés, caminhou com cuidado no jardim até um ponto mais vazio e ele teve a abertura que precisava para prosseguir.

- Quem é a vítima dessa vez Morelo? – Ajeitou brevemente o revolver em suas calças na parte de suas costas olhando em volta atentamente, ouviu uma pequena risada vindo da mulher. – Isso aqui é bastante perigoso... não brinque com isso.

- Melhor ainda. Eu sei o que estou fazendo, a vadia quis se arriscar a me passar a perna, coitada mal sabia que estou a anos nesse paraíso do prazer.

- Pensei que depois do que aconteceu você não voltaria a repetir o mesmo erro.

- São situações completamente distintas. Não sei como chegou a seus ouvidos sobre o que aconteceu, provavelmente da forma equivocada pelo que estou vendo. – Karla se defendeu imediatamente e caminhou sedutora pela varanda acariciando seus próprios cabelos, sabia que ele estava a olhando. – Mas de qualquer forma, não estou magoada por isso. Eu te perdoo.

O homem observou atentamente seus passos sedutores, a maneira que ela acariciava seus próprios cabelos o fez negar estreitando o olhar ao sentir-se atraído intensamente.

- Você é maluca. – Murmurou brandamente. Compenetrado e hipnotizado ao vê-la naquele cetim vinho com detalhes negros, rendas ao redor de seus seios pequenos que marcavam seus mamilos provocados pelo frio, as coxas grossas desnudas em uma abertura na lateral no tecido.

Exuberante, era a palavra certa que se adequava por tamanha beleza.

Sua feminilidade indo de encontro com a perversidade, a junção deliciosa e dolorosa a transformava no demônio mais temerário de se enfrentar. Na maldição mais pecaminosa de se consagrar, na transgressão mais impossível de se desatar.

BLACKOUTOnde histórias criam vida. Descubra agora