3-O resgate

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Escola Secundária, 18:55 do dia 4 de Janeiro de 2024

Leonor pov:

Estava escuro no pavilhão. Não havia gritos, não havia auxiliares, nada. Ouvimos um barulho vindo do segundo andar mas apenas nos focámos em ignorar e continuar a andar. Ouvia se gritos na rua, carros a buzinar e cães a ladrar. Corremos o mais rápido possível até chegarmos à sala de convívio e agacharmos nos debaixo da primeira mesa que encontrámos. 

-Aquela ali não é a professora de ciências? - Perguntava o Diogo enquanto apontava para um corpo no chão. 

-Acho que sim. -O Rodrigo respondeu. 

Ignorei o corpo da professora no chão e corremos até ao bar, fechando nos lá dentro. 

-Peguem o máximo que conseguirem e vamos sair daqui o mais rápido possível. -Disse enquanto começava a pegar em alguns sumos e pães que lá havia.

...

-Parem! -Sussurrei.

Estávamos a sair do bar até que vimos um infetado na saída do lado esquerdo do pavilhão. Ele era pálido, e agia de forma estranha. Estava ensanguentado e tinha as pupilas dilatadas. 

Logo ele virou para a saída e saiu indo em direção ao outro pavilhão. Corremos então até à sala e entrámos. 

-Então conseguiram muita coisa? -Perguntava o Henrique.

-Acho que para agora temos o necessário. -Respondeu o Diogo. 

-Mas temos que dividir isto por 20 pessoas o que complica um pouco... -Afirmei. 

-E viram a professora? -A Helena questionava.

-Vimos! Vocês deviam ter visto como ela estava... -O Rodrigo dizia chegando se ao pé dela e de mais umas pessoas.

-O que vocês tencionam fazer depois disto? -O Afonso chegou-se ao pé de nós e perguntou.

Era uma pergunta bastante complicada. Éramos 20 pessoas trancadas numa sala de aula, com pouca comida e sem fazer menor ideia do que se passava. Estávamos todos assustados e a querer sair dali. 

-Temos que ver o que as noticias dizem sobre isto. -A Clara respondeu. 

-Exato. Está de noite e nós não sabemos nada sobre onde os nossos pais estão. Amanhã de manhã podemos sair e ver como estão as coisas lá fora. -Disse. 

-E também temos que ver quem quer continuar conosco e quem quer ir embora. -A Gabriela continuou. 

-E esperam que juntos com o poder da amizade e amor consigamos sobreviver? -Perguntou o Afonso irônico.

-Melhor do que andar por aí sozinho. -Respondi.

-Olhem aqui! Nas noticias diz que o parasita é infeccioso. É chamado Gerigundo e segundo eles já estão a tentar arranjar uma cura. Enquanto isso eles estão com abrigos no Porto e em Faro. -A Helena mostrava o site da sic com as noticias. 

-No Porto? Tão crazy só pode. Isso é quanto tempo daqui? -Perguntava o Davi indignado.

-Mais ou menos 3 dias se não parássemos nenhuma vez. 

-Filha, quer dizer que o abrigo mais próximo de nós fica a 3 dias daqui? -Perguntava o Carlos.

-Sim, a não ser que alguém saiba conduzir e que por milagre consigamos um carro com gasolina suficiente para chegar ao Porto. Se por milagre isso acontecesse talvez demorávamos tipo umas 4 horas. -Respondeu a Gabriela sem paciência.

-E em relação aos nossos pais o que fazemos? -A Laura questionou. 

-Ninguém conseguiu contacta los. Eu penso que devemos ir para o abrigo porque tenho quase a certeza que os nossos pais também iriam para lá. Mas quem quiser pode ficar aqui. -Respondi.

-E saímos quando? -Perguntou o Hugo.

-Amanhã. 

...

Conseguimos arranjar uma forma de dividir a comida, mas era difícil porque aquela comida não matava fome nenhuma. Usámos as mochilas como almofadas e fomos dormir (ou tentar...). 







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