Verdade

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Essa ilha era Wano.

Minha família era guardiã da arma ancestral e de Akuma. Apesar do encargo éramos felizes.

Meu pai era o receptáculo do Akuma, e com o passar dos anos foi se tornando uma pessoa muito fechada, irritada, as vezes chegava a ser cruel. Eu sabia que precisava tirar o demônio dele, mas ele me assustava.

Uma tarde estava indo deixar o chá para ele e quando ia abrir a porta o ouvi falando sozinho: "então quando eu acionar a arma ancestral nós conseguiremos a vida eterna? Isso é fantástico!" Me assustei, derrubei tudo e sai correndo, antes de entrar na floresta vi o olhar de ódio que ele emanava.

Fiquei escondida o dia todo, guardas procuravam por mim. Acabei indo para o templo perto de nossa casa, lugar onde meu irmão ia todos os dias rezar. Quando ele se aproximou contei tudo que tinha ouvido de nosso pai e implorei que ele saisse da ilha com nossos irmãos.

Ele me contou que meu pai havia me acusado de traição, mas que não acreditava em nada, que confiava em mim e atenderia o meu pedido. E essa foi a última vez que o vi. Sei que mora na cidade, mas não tenho coragem de olhar para ele depois do que eu poderia ter impedido.

Assim que ele se foi avisei cada servo que encontrava e a notícia se espalhou, logo todos começaram a fugir da ilha. Meu pai estava furioso, nem os guardas estavam mais ao seu lado, todos fugiram. Na ilha só permaneceu eu, meu pai e moradores que lhe eram fiéis.

Quando vi o navio da minha família indo embora resolvi conversar com meu pai, tirar Akuma dele de alguma forma. Eu o encontrei indo em direção a arma ancestral, minhas pernas tremeram, não consegui ir atrás dele. Apenas assisti a arma destruir o corpo e alma de Kozuki Asha como não fosse nada.

Em consequência a ilha foi lançada aos céus e Akuma estava livre, vinha em minha direção quando usei o encantamento da família Kozuki para prendê-lo ao céu. Eu tinha herdado o ritual de minha mãe, e ela de minha avó. Foi assim por gerações.

Então corri para a floresta e me afastei de todos. Eu poderia ter impedido tudo isso mas fui muito covarde, não consegui encarar minha família quando chegaram aqui e me procuraram, me escondi.

A vergonha era algo que queimava a minha pele, e ficar nessa floresta longe de todos era a forma que encontrei para pagar por meu crime.

Um dia vi Akuma sair do céu, corri a tempo de ver um homem sendo atingido por ele e fugindo para minha antiga casa. A casa onde havia o Poneglyph que havia esquecido totalmente.

Eu o tranquei lá e voltei para a floresta, aceitei o isolamento como punição até você aparecer. E agora consegui o Poneglyph que pode consertar todo esse caos em que habitamos.

Poderemos morrer de verdade dessa vez.

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♠ Continua

Ace na Ilha das Almas Onde histórias criam vida. Descubra agora