Tears and Memories|| Tom Kaulitz

06

MAYA POV:

No quarto, eu esperava Oliver acordar, não tirava os olhos dele por nada. Meu rosto estava inchado, e estava exausta. Vê-lo daquele jeito e não poder ajudar me dilacerava por dentro, mas sabia que agora ele está fora de perigo.

Passei a noite toda observando-o, caso algo acontecesse, chamaria Noah para olhar. Acabei esquecendo da hora e amanheci o dia acordada.

Oliver continuava dormindo, então pedi para Noah ficar de olho nele e, se algo acontecesse, era para me ligar na mesma hora.

Eu estava com Miranda na aula de boxe, e ela segurava o saco de pancada enquanto eu batia. Miranda me olhava com uma expressão séria.

— Bem, da última vez que testemunhei seu lado vulnerável... foi durante sua entrevista na Be Agile. — Miranda falou. — Você insistiu em se juntar à força de trabalho.

Flashback On.

— Estou grávida. — Falei. — Mas vou dar o meu melhor. Não vou deixar minha gravidez afetar meu desempenho.

Miranda se levantou com um sorriso no rosto e estendeu a mão para mim.

— Bem-vinda, Maya. — Miranda disse.

Eu não acreditava, e não esperei muito. Levantei-me e retribuí seu aperto de mão com um sorriso.

— Obrigada. — Agradeci.

Flashback off.

— Eu sabia, naquela época, que você tinha suas razões. — Miranda falava enquanto eu continuava batendo no saco. — Não estou tentando meter meu nariz na sua vida. Só acho que teve uma vida difícil nos últimos anos.

— Eu sei. — Concordei suspirando. — Você tem sido educada o suficiente para não perguntar sobre minha vida pessoal.

Miranda me ajudou a tirar as luvas, e olhei para ela.

— Miranda, mas você quer saber? — Perguntei.

— Eu quero. — Ela respondeu com um sorriso no rosto.

Eu e ela caminhamos até o lado de fora, onde havia algumas mesas e cadeiras. Sentamo-nos, e eu respirei fundo antes de começar a falar.

— Bom...

Flashback on.

— Maya, já não te disse para não usar minhas coisas? — Escutei Emily gritar de seu quarto, e ouvi seus passos vindo até a minha porta.

— Eu só peguei sua blusa de frio emprestada. — Falei sem dar importância.

Emily, minha irmã adotiva, era dois anos mais nova que eu, e seu estilo era muito diferente do meu. Ela sempre usava uma presilha de borboleta para prender sua franja, e também na esperança de encontrar seu grande amor, que conheceu quando morava no orfanato.

Ela me contou que a última vez que ela o viu, estavam em um parque com uma árvore enorme, onde sempre se encontravam de tarde para brincar e conversar. O garoto gostava de fazer bolhas, e Emily, de escrever em seu diário. Emily me falou que ele tinha dreads no cabelo, usava roupas três vezes maiores que ele e tinha um piercing no canto da boca.

Depois que meus pais adotaram Emily, ela nunca mais o viu, mas disse para ele ir todos os dias no parque no mesmo lugar para se encontrarem. E para ele saber que era ela, usaria uma presilha de borboleta no cabelo, e o garoto estaria fazendo bolhas.

— Maya, você acha que vou encontrá-lo novamente? — Emily perguntou, interrompendo meus pensamentos.

— Você pediu para ele te procurar sempre no mesmo lugar, então provavelmente, sim. — Falei sem olhar para a garota. — Você nunca me disse o nome dele.