Seis

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A reação de Gavin foi exatamente a que Sophia esperava que fosse. Ela esperou pacientemente enquanto ele estava sentado boquiaberto em silêncio. Ele parecia tão perplexo quanto ela tinha se sentido de manhã, quando ele tinha lhe pedido para fingir ser a sua noiva.

- Sophia - disse ele finalmente - essa é a última coisa que eu pensei que você fosse dizer.

Ela foi um pouco para trás e se mexeu para se sentar um pouco mais longe, contudo apenas para que conseguisse olhar melhor nos olhos dele.

- Você acabou de dizer que confiaria em mim e concordaria, sem questionar nada. - Sophia não estava sendo justa e sabia disso. Ela realmente deveria explicar a Gavin qual era o resto do plano dela, mas ele precisava ver como era se sentir sendo pegado completamente desprevenido. Isso nivelou o jogo.

Ele concordou. - Sim - disse ele lentamente. - Eu realmente disse isso.

- Você disse pra valer?

Ele a encarou por um longo momento e depois concordou novamente. - Disse. - Ele virou o olhar para observar a noite.

Sophia estudou o perfil dele. Gavin Leatherwood era um homem bonito, de feições esculpidas e definidas, mas não havia um grama de frieza nelas. Qualquer mulher que passasse a vida com ele seria, de fato, uma mulher de sorte. Mas não seria ela.

- Deixe-me explicar -, disse ela. Quando Gavin retornou o olhar para ela, ela foi mais fundo. - Eu não posso encarar o seu avô sabendo que estamos sendo desonestos. E, sim, eu sei que as suas intenções são as melhores, e as minhas também. Mas eu não posso fazer isso e não sei se você pode fazer também, Gavin.

Ele concordou com a cabeça. - Continue.

- Então - continuou Sophia, - eu proponho que nós nos casemos de verdade. Completa e legalmente casados, para que nenhum de nós se sinta desconfortável na frente do seu avô. Desta forma, nós não estaríamos atuando e nem fingindo.

- E depois do casamento? -, perguntou ele.

Sophia fez um gesto em direção à casa. - Nós nos mudamos para cá. -

- E depois que o meu vovô se for?

- Nós esperamos um pouco e depois, calmamente, entramos com o divórcio.

- Ele levantou a sobrancelha. - Sob que pretexto?

Sophia olhou bem nos olhos dele. - De que o nosso casamento nunca foi consumado.

Gavin não respondeu imediatamente. Sophia ficou sentada pacientemente e esperou. Enquanto ela observava Gavin, percebeu que apesar de que ele lhe fosse tão familiar, havia muitas coisas sobre ele que ela não sabia. Tantas coisas que ela queria saber.
Ela olhou para cima quando Gavin se levantou. Ela pegou a mão que ele lhe ofereceu e ficou de pé ao seu lado.

- Sophia, eu – mas as suas próximas palavras foram abafadas por uma voz masculina.

Surpresos, ambos se viraram para ver um homem chegar por uma passagem na cerca. Sophia sentiu o braço esquerdo de Gavin escorregar ao redor dos seus ombros e se sentiu instantaneamente grata. Aparentemente, era hora de enfrentar os Leatherwood.

- Ah, aí estão vocês - disse o homem. - Nós vimos a sua camionete, Gavin, e ficamos pensando aonde você teria ido. - Ele sorriu para Sophia. - Vocês dois não podem faltar à própria festa de noivado.

Sophia observou Gavin esticar o braço para apertar a mão do homem. Ela tinha um vago sentimento de que se lembrava dele, mas o nome dele lhe fugiu. Ela sorriu gratamente para Gavin quando ele a reapresentou sutilmente ao seu primo Bob, apesar de que ela ia levar algum tempo até se acostumar a ouvir Gavin se referir a ela como sua noiva.

Te prometo - Gavin Leatherwood Onde histórias criam vida. Descubra agora