Três

7 1 0
                                    

Sophia questionou a própria sanidade ao longo de toda a noite e até a manhã seguinte. Ela tinha passado uma noite agitada, se mexendo e se revirando, relembrando a noite com Gavin, vez após outra, na sua cabeça. Vê-lo novamente depois de uma década tinha sido surpreendente. Ele tinha crescido, e ela também. Mesmo assim, de outra forma, de uma forma mais fundamental, eles eram basicamente os mesmos de antes. Deus sabia que a química era a mesma. Pelo menos por parte dela.

Gavin Leatherwood, cada centímetro sexy dele, fazia os joelhos dela fraquejarem. Seu sorriso caloroso, seu olhar que agora poderia mudar drasticamente de dócil e risonho para malicioso e avassalador e seu jeito charmoso aparentemente também faziam a mente dela fraquejar, pois ela tinha concordado em se encontrar com ele na casa da Avenida Miller, como seu primeiro compromisso da manhã. Mas ele queria mais que apenas visitar a propriedade. Ele tinha informado a ela sobre isso.

Ele tinha uma proposta para ela, como ele disse. Mas isso foi tudo que ele revelou, recusando-se em dizer mais até ela concordar em se encontrar com ele de novo.

Bem, já era de manhã e ela estava a caminho para ver a propriedade e ouvir a proposta dele. Será que Gavin queria fazer uma compra financiada em vez de uma compra direta? Por que ele não tinha simplesmente perguntado na noite anterior? Ou, aliás, se fosse isso que ele queria, por que simplesmente não falar com a corretora dela? Ela balançou a cabeça. Ele queria algo. Mas o quê?
Sophia parou o conversível na Avenida Central na esquina com a Miller. Os seus olhos marejaram avidamente com a familiaridade que ela sentiu ao ver a organizada fileira de casas em ambos os lados da rua. Tanta coisa tinha mudado, a maioria das casas tinha sido repintada, tinham uma nova paisagem, e, muito provavelmente, várias delas pertenciam a novos proprietários. Mas ainda havia o sentimento de uma rua onde famílias viveram. Ela diminuiu a velocidade quando chegou perto da entrada do imóvel.

Ela desligou o motor e deu uma olhada na fachada da casa. A empresa que gerenciava a propriedade tinha feito um bom trabalho de manter tudo bem ajeitado. Mas, mesmo assim, havia um ar de solidão que permeava a casa. Ela descansou a cabeça no encosto do banco e fechou os olhos, contra a onda de lembranças que a invadia.

- Bom dia, querida.  Sophia deu um pulo, e seus olhos se abriram rapidamente.

- Ah, Gavin, você me deu um susto. - Ela inclinou a cabeça para trás para olhar para ele. Ele estava de pé ao lado do capô do carro dela, com os braços cruzados diante do peito. Ele estava usando uma camisa polo vermelha e amarela que exibia o nome da escola fundamental local, e calças cáqui. Ele parecia bem-disposto, cheio de energia e perfeitamente à vontade. - Você acabou de me chamar de querida?

Ele deu um riso forçado. - Assumo a culpa. O que posso dizer? Sempre fui uma pessoa matutina. - Ele abriu a porta do carro dela e ela saiu.

Ela estava vestida de forma casual, tendo escolhido
uma blusa amarela clara no estilo camponês, calças de brim capri brancas e tênis Keds brancos, não sabendo em que condições iria encontrar a casa. Parece que ela não precisava ter se preocupado. Se a condição da fachada servisse como uma pista, ela sabia que não seria atacada por bolas de poeira.

Dolorosas lembranças seriam uma ameaça maior.
Ela olhou para Gavin. - Certo, estou aqui. Qual é a sua proposta? - Ele sorriu.

Como ela tinha se esquecido daquela covinha?

- Desculpe, eu nunca faço negócios antes de tomar o café da manhã. É uma regra pessoal. - Ele deu meia volta e se dirigiu para os degraus da varanda da frente, parando apenas para acenar para que ela o seguisse.

Sophia ficou de pé olhando para ele por um momento. Gavin Leatherwood era tão... tão... tão seguro. Tão confiante. Tinha tanto controle, quase num nível irritante. Seria bem feito para ele se ela voltasse para o carro e fosse embora para o seu escritório para começar o dia. Mas vê-lo segurando a porta para ela lhe disse o que ela já sabia. Ela queria o café da manhã.

Te prometo - Gavin Leatherwood Onde histórias criam vida. Descubra agora