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Como? Como isso é possível?

Eu estava no banheiro...

Ele atirou naquela pobre garota... Eu levantei minha mão... e então voltei aqui.

Eu já tive essa aula.

Se o Sr. Crowell me perguntar alguma coisa, isso é real. Pego a minha câmera na intenção de tirar uma selfie, as pontas dos meus dedos esbarram nela e ela vai em direção ao chão.

Merda!

Será que eu posso concertar isso?

Me concentro da mesma forma que tinha feito no banheiro antes, a minha polaroide se afasta do chão, seus pedaços são reconstruídos e ela volta pra posição exatamente como estava antes.

Isso está mesmo acontecendo? Eu posso voltar no tempo?

E se aquela garota ainda não estiver morta? Eu posso salva-la?

Se for verdade, eu preciso sair daqui a tempo.

— Camila, você poderia nos dizer quem é Henri Cartier-Bresson? — É como se ele estivesse esperando pra me perguntar outra vez apenas por eu estar distraída.

— Me desculpa, eu estou me sentindo mal, posso usar o banheiro?

— Boa tentativa, Camila. Mas você não vai se safar assim tão fácil. Nós podemos conversar melhor depois da aula.

Droga, ele quer me deixar aqui depois da aula e eu preciso de tempo pra salvar a garota....

E se eu voltar no tempo e der a resposta certa? Vasculho minhas anotações das antigas aulas.

Claro, o pai do fotojornalismo, eu fui descuidada em esquecer, isso é importante.

Sinto aquela sensação outra vez....

— Camila, você poderia nos dizer quem foi Henri Cartier-Bresson?

— Ele nasceu no século XX e é considerado o pai do fotojornalismo. — Respondo com precisão.

— Alguém tem lido tanto quanto posado pra fotos. Bom trabalho, Cabello.

Quando o sinal tocar, eu preciso correr para o banheiro.

Camila, você não está louca e não está sonhando. É hora de ser um herói do dia-a-dia.

Eu não posso contar a ninguém, eles vão achar que sou louca.

Espero que eu chegue a tempo de salva-la, por favor.

Arrasto a porta do banheiro, eu preciso refazer todos os meus passos.

Eu lavei meu rosto... Rasguei minha foto...

Então a borboleta voou e eu tirei uma foto.

— Você não sabe quem eu sou e com quem tá se metendo.

Caramba, tá acontecendo de novo.

Vejo o pequeno quadrado vermelho no canto do banheiro. O alarme de incêndio, preciso de algo pra quebrar o vidro.

Um martelo esta jogado no chão ao lado do balde, eu despedaço o vidro e puxo a alavanca.

Eu consegui, o alarme soa e ela consegue se soltar.

— Nunca mais chegue perto de mim, aberração. — A garota diz e joga Austin no chão do banheiro.

Austin solta alguns murmuros baixos e se levanta, ouço a porta do banheiro ser aberta e saio do meu esconderijo.

Life is Strange » CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora