Capítulo 1

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Yoonah

Pensar em Parker sempre foi meu vício. Aos nove anos de idade ele era o amigo engraçado do meu primo mais velho. Eu amava estar perto dele, ele brincava com minhas tranças e me chamava de estrelinha.
Foi dele o primeiro nome no meu diário aos 11. Ver ele se apresentando era hipnotizante. Todos eram muito bons e bonitos, mas ele me cativava e me fazia acompanhar cada passo da coreografia que eles desempenhavam a cada apresentação. Aos 16 descobri o amor pela dança ao mesmo tempo que entendi o que era aquele calor que subia do centro do meu corpo quando aquele homem lindo me olhava atravéz da tela... me chamando com o olhar e convidando a me juntar a ele em cada movimento do seu corpo.
Nos encontramos pessoalmente poucas vezes ao longo dos anos. Eu não me vangloriava de ter um primo tão famoso, nem de que eu conhecia pessoalmente os seis irmãos de banda dele. Nossa família entendeu cedo a dimensão do sucesso que eles faziam, e consequentemente a necessidade de privacidade pra que eles tivessem uma vida minimamente normal.
Segui o fluxo de um desejo latente e comecei a dançar no meu quarto. O ritmo faz parte de cada póro, coordena cada movimento e guia cada músculo em mim. E "Ele" sempre estava na minha lista de inspirações.. e logo nos meus sonhos mais indecentes.
Sonhar com ele dançando comigo, tocando meu corpo, respirando no meu ouvido e suando juntos como se fossemos uma coisa só, foi o catalisador do meu primeiro orgasmo. Eu nem sabia que era possível isso acontecer apenas com um sonho... mas ao acordar, pulsando, ofegante e suada, entendi que meu corpo queria "aquele" corpo. Passei a me estimular pensando sempre nele, sempre com a dança nos embalando num espiral erótico. Toques, pele, beijos e carícias misturadas ao ritmo, sempre me levavam a um êxtase poderoso no silêncio das minhas fantasias.
Aos 18 fui ao maior concerto da carreira deles. A arena estava lotada, fervendo. Luzes roxas faziam um mar gigantesco e o barulho dos gritos era totalmente ensurdecedor.
- Vocês já chegaram? - Meu telefone vibrou com a mensagem do meu primo Jam* (RM). Ele tinha nos convidado pessoalmente no último encontro da família.
- Sim, estamos na área VIP como você indicou. - Respondi imediatamente.
- ÓTIMO! 🫰🏼💜
-Bom show primo... vai e destrói esse palco. 🔥😎🕺🏼
- SEMPRE Buba... 🔥🕺🏼🕺🏼🕺🏼🕺🏼🕺🏼🕺🏼🕺🏼... estou nervoso como sempre. - Pude sentir na mensagem aquela energia nervosa que ele tinha desde o começo.
- Você vai detonar Babo... sempre faz. Vamos estar aqui te admirando.
- OK... Acesso livre ao camarim depois do show tá? Já cuidei de tudo.
- Tudo bem. Vou estar lá. Fala pra gangue que mandei lembranças e que quero ver todos incendiando esse lugar inteiro.
- Se as camisas ficarem no lugar já estou feliz. 😒
- Porfavor...Deixe as camisas irem. 😏🔥- Brinquei... bom, nem tanto.
- 😡😡😡
- 😅😅😇😇😇
- 💪🏼😒
-Brincadeira Babo... Kkkk
- Vou lá... vamos aquecer.- Ele concluiu.
- Beijo e boa sorte.
- 😘👍🏼
...
Luzes apagam...
Efeitos sonoros especiais indicam o início.
Com uma entrada triunfal sete silhuetas surgem em frente a uma imensa tela iluminada.
Explosões de fogos de artifício, jatos de fumaça e uma batida forte, ensurdecedora fazem meu corpo inteiro se arrepiar e meu coração bater acelerado. É impossível não me juntar à multidão enlouquecida que grita o nome dos sete homens mais famosos do país.
Como sempre o palco é completamente tomado pela presença deles. Cantando, dançando, hora coreografias coordenadas perfeitamente como se fossem um só corpo, hora cada um por si de forma sensual, consciente e levando aquelas milhares de pessoas ao absoluto delírio durante as duas horas de show.
Eu continuo totalmente fascinada por esse espetáculo, e meus olhos já nem disfarçam mais que perseguem um deles todos os momentos.
Parker *(JIMIM) estava perfeitamente hipnótico. Eu nunca iria me acostumar a beleza e sensualidade desse homem. Ele era como um encantador de serpentes. Dos seus olhos e do seu corpo, saiam a melodia que prendiam sob seu domínio seres de qualquer gênero. Minha mente e coração eram sua presa, me deixaria dominar por esse canto a qualquer momento.
A câmera focou no seu rosto, na sua parte da música, e parecia que ele estava olhando diretamente pra mim. Eu não conseguia ouvir mais nada, éramos só nós dois naquele momento. A letra da música me envolveu, seu olhar me acendeu e aquela sobrecarga sensorial me sufocou. Era demais. Ele era demais... Eu não aguentava mais esse desejo, essa vontade. Tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Essa paixão ia acabar me enlouquecendo. Ele nunca ia ser meu. Ele nunca iria me enxergar no meio daquele mar de gente. Eu seria sempre a "estrelinha"... a priminha mais nova do seu melhor amigo.
Aquela certeza me destruiu por dentro. E naquele mesmo instante eu decidi não esperar mais. A mulher tomou o lugar da menina em mim e eu me determinei a agir. Era isso!
Apartir de hoje ele veria que eu cresci. Que aquela menina que ele conheceu durante nove anos, não existia mais.

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