🪴 - 01, Primeiro passos

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Naquele dia em específico, o sol resolveu se esconder através de nuvens cinzentas e a neblina abraçou as montanhas monstruosas que mantinham a temperatura. Era comum que o clima por aquelas bandas fosse mais alto que ao norte, constantemente o inverno rigoroso se estendia pelo ano inteiro, navegando em raros dias de calor, para muito rapidamente alguma tempestade de neve cair sobre a cidade.

E eram dias assim, que Jimin ficava de bom humor — não que ele não fosse alguém amistoso, seu sorriso gentil era muito bem apreciado pelos vizinhos, e não tinha uma idosa sequer que não o achasse ser alguém tão doce. Quem conhecia-o, com seus cabelos tão loiros como raios de sol, poderia simplesmente compará-lo com algum anjo caído, mas não por cometer pecados, e sim por ser belo demais para ser visto somente por Deus.

Ele abriu as janelas assim que despertou do sono de antes, normalmente, domingo era o dia da preguiça, onde sua mãe o deixava dormir por mais tempo, pulando o almoço e acordando quase no lanche. O jovem não tinha obrigações hoje, talvez tivesse perdido a missa na capela que costumava ir sem falta, pois o grupinho de jovens que a frequentava, eram todos seus amigos.

Debruçou no parapeito enxergando ao longe o campo verdejante que pertencia às terras de sua família, existia um lago depois da cerca da casa, uma árvore de cerejeira enorme que sua copa tão bonita e saudável, favorecia uma grande e refrescante sombra, e o único galho forte, servia de suporte para que um balanço antigo coberto de gavinhas e folhas ficasse preso.

Sua infância era grampeada por memórias tão bonitas, residia no auge dos dezoito anos e ainda se sentia como um roliço bebê que se lambuzava na lama fazendo castelinhos que se desmoronava antes mesmo de conseguir mostrar aos irmãos.

Na época, Jimin ainda era o caçula, antes dos outros dois irmãos nascerem e roubarem seu lugar, mas ele não achou tão ruim assim, na verdade era imensamente grato por tê-los em sua vida.

Pensando neles, acabou avistando Jae Hyun um pouco ao longe, ele pedalava a bicicleta azul com algumas sacolas plásticas dentro da cestinha presa no guidão. O garoto desceu desajeitadamente largando a magrelinha no meio fio, tratando de correr para dentro de casa como se tivesse algo muito importante para dizer.

Guiado pela curiosidade, Jimin recuou para dentro do quarto calçando os chinelos e saindo dali na mesma velocidade que escutou a voz do irmão soar alta.

Quase caiu no processo de descer as escadas de madeira e encontrá-lo na cozinha, ele segurava as duas bolsas e não parava de tagarelar com a mãe deles.

— Boa tarde Jico! — ele saudou, após sentir o cheirinho do irmão e vê-lo parado próximo ao arco de passagem.

— Boa tarde Hyun, onde estava?

— Fui na loja da senhora Pipa comprar os pães que a mãe pediu, e você não sabe o que eu acabei vendo! — exclamou contente, ele abandonou as compras na mesa de madeira já envelhecida e coberta por um forro amarelo escuro. — Enquanto eu esperava a senhora Pipa me devolver o troco, eu vi três carros chiques passando pela rua dela!

— Ei Jaehyun, sabe que eu não gosto que fique futricando a vida das pessoas assim. — a senhora Park, que até então descascava algumas batatas para assar, repreendeu-o.

— Desculpe mamãe — após dizer, ele mesmo voltou a falar como se a repreenda não valesse de muita coisa. — Eu nunca tinha visto um carro tão bonito como aquele! Sério, parecia até os que eu vejo na internet, sabe? É realmente bonito.

Jimin pensou sobre o que o irmão estava dizendo, carros bonitos e chiques? Absolutamente ninguém que morava ali tinha um carro que não fosse simples ou caminhonetes que serviam de grande ajuda para as compras do mês.

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