Beatrice
Ajudar mamãe a arrumar a mala foi a parte fácil, era só pegar peças que eu não usaria e fazer uma combinação bonita que ela goste; sempre achei isso interessante, embora tenha sido majoritariamente criada por ela tínhamos pouquíssimas coisas em comum, enquanto ela gosta de roupas estampadas e com recortes diferentes, por exemplo, eu prefiro os clássicos e básicos, claro que amo um luxo e um brilho, mas em modelos diferentes dos dela.
Agora me acomodava no quarto de hóspedes, paredes claras, cama kingsize de casal, roupas de cama preta e móveis em madeira escura. Vestia um conjunto de short e kimono preto, de tecido leve com uma regata branca por baixo. Meus cabelos castanhos estavam presos com uma pregadeira. Tomei um banho e agora cuido de minha pele, já passei um hidratante em meu corpo e rosto e agora um protetor solar facial, como ficaríamos ali não havia motivos para me maquiar.
Após me arrumar, borrifei uma ou duas vezes o perfume Libre da YSL e deixei o quarto, entrando na segunda porta a direita, quarto de mamãe e onde ela havia me pedido para ir pois queria conversar comigo. Mas assim que adentrei percebi que não era o quarto dela, quer dizer, não tinha nada haver com ela, tampouco com seu noivo.
Tinha paredes cinza, led vermelho, uma escrivaninha preta com um notebook e uma cama de solteiro desarrumada. Franzo as sobrancelhas confusa tomando impulso para girar meu corpo e sair daquele cômodo. Mas antes que eu o fizesse uma porta abriu, de dentro do quarto, a que dava para o banheiro do que só agora percebi ser uma suíte.
E a pessoa que eu menos queria ver saiu de lá, com seus cabelos escuros úmidos e vestindo apenas uma bermuda de tecido leve e estampa havaiana. Seus olhos felinos me encararam de imediato, fixando-se nos meus enquanto seus lábios desenhavam um sorriso maldoso.
— Se quisesse me ver sem roupa bastava me falar, Bea, não precisava invadir meu quarto — ele diz presunçoso, me arrancando apenas uma expressão de desgosto.
— Vai para o inferno, só queria achar o quarto da minha mãe! — exclamo antes de sair, batendo a porta com força.
— NÃO TEM GELADEIRA EM CASA NÃO?! — ouço-o gritar, abafado pelas paredes de concreto.
— Garoto insuportável... — resmungo no corredor, entrando na segunda porta a esquerda dessa vez e rezando para não me deparar com algum cômodo exótico.
Mas felizmente era apenas minha mamãe ali, sentada em sua penteadeira com um macaquinho com estampa de zebra enquanto fazia cachos com o babyliss em seus curtos cabelos castanhos. Acho que errei a direção ainda agora.
Seus olhos verdes me encaravam atentos através do espelho como duas esmeraldas, brilhantes e afiadas, sua expressão tinha um sorrisinho ansioso enquanto segurava a penúltima mecha de cabelo no aparelho, restando apenas sua franja.
— Você está tão linda meu amor... — ela diz com um sorriso, encarando-me com fascínio.
Eu apenas retribuo seu sorriso e me sento em sua cama, atrás de si, onde podemos nos olhar através do reflexo a sua frente.
— Eu sou sua filha, se ficasse feia iria fazer plásticas até mudar meu DNA —brinco descontraída, sua risada soa em meio aquele cômodo silencioso.
Seu quarto, pude reparar bem, era todo em tons claros e quentes, a cor creme era a que mais prevalecia: paredes off-white com quadros abstratos de algum pintor pouco conhecido — eram os que ela mais gostava — adornavam as paredes, sua enorme cama era forrada por alguma colcha ou coberta cor creme, assim como seus travesseiros, formando uma espécie de tom sobre tom agradável aos olhos. Os móveis são em madeira clara e a cortina é da mesma cor da parede; tudo iluminado com uma luz com fundo amarelado que tornava tudo mais confortável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Império
Любовные романыJá ouviram falar que as diferenças se completam? No caso de Dylan e Beatrice a única coisa que se completa é o ódio, a completa repúdia que sentem um do outro, desde pequenos obrigados a conviver juntos devido às idas e vindas de seus pais. Conform...