Capítulo 5

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Não fomos embora tarde, eu e Manoela precisamos trabalhar e cuidar dos animaizinhos que chegam precisando de atendimento.
Quem cuida de Benjamin e Isaque para nós é Mariangela que revesa em cuidados com a Janaína e até os bisavós entram na dança, mais minha avó Elisa e meu avô Fernando cuidam deles esporadicamente já que são idosos e precisam de descanso.
No quarto eu pego o notebook e torno a escrever mais um capítulo da história de meu amigo Baltho, meus filhos Benjamim e Isaque já estão dormindo, Manoela faz pesquisa de campo para fazer uma cirurgia difícil em um cachorro na manhã seguinte.

Volto no tempo e me lembro da primeira vez que Mariangela cozinhou para gente.

Por volta das duas e meia da tarde daquele dia ainda conversávamos a mesa, a conversa está tão boa e sadia que Mariângela até se esqueceu da sobremesa. Eu me alimentou bem e meu pai estava muito contente com isso, em seu olhar era visível toda a felicidade.
Me lembrei da salada de frutas e indaguei:
— Mariângela, estamos aqui conversando há um tempo já e eu estou esperando a sobremesa que você fez, a tal salada de frutas.
— Criança é mesmo está na geladeira, com sua licença vou pegar.
Mariângela levanta e pega a salada de frutas que estava bem colorida em uma tigela e coloca da mesa.
— Eu bem que estava achando esquisito essas três tigelas de sobremesa devidamente colocadas, cada uma com uma colher a seu lado. E o melhor ficou para o final, pois eu adoro saladas de frutas. Falou meu pai.
Mariangela é uma mulher incrível sem saber ela preparou a sobremesa favorita de meu pai 
Mariângela fez questão de servir as tigelas de todos.
 Provei e aprovei —essa é a melhor salada de frutas que já comi.
E papai não discordou de mim:
- Tem razão Bryan está muito gostosa mesmo, qual será o segredo de Mariângela para preparar coisas tão maravilhosas.
O telefone de meu pai toca como médico ele tem que ficar com o celular ao seu lado para se ocorrer uma emergência ele atender prontamente e no caso seu telefone está em cima da mesa.
— Oh é do hospital tenho que atender desculpa.
Ele se levanta da mesa enquanto eu como mais uma tigela de saladas de frutas.
 Na ligação era o diretor do hospital perguntando se meu pai poderia cumprir um plantão no setor de oncologia pediátrica.
Escuto meu pai dizer ao Paulo, o diretor do hospital que ele tinha com quem me deixar que eu ia ficar com a babá enfermeira que contratou ele definiu a Mariangela como um anjo.
Após tratar tudo com Paulo no telefone, meu pai comunica a mim e Mariangela que vai para o hospital. E comum meu pai chegar só no dia seguinte ao meio-dia, pois espera o outro médico chegar para assumir o plantão.
— Bryan fui chamado para um plantão na UTI oncológica do hospital, você ficará bem com Mariangela.
— Vou, sim, digo ao meu pai sorrindo.
— Papai pode trabalhar sossegado, Mariângela vai cuidar de mim muito bem, aqui em casa eu tenho ela, Baltho e July para eu brincar.
— Vai ficar bem mesmo Bryan?
— Sim papai se acontecer alguma coisa ela te avisa mais vá tranquilo não vai acontecer nada estou bem.
Meu pai se retira para tomar banho e Mariangela arruma com todo amor, a cozinha foi rápido afinal almoçaram apenas três pessoas.
— Mariangela você tira uma foto de Baltho no meu colo, só não me deixa aparecer, tá bom estou carequinha, mais logo irão nascer meus cabelos, a Dr Aline falou que eu só preciso fazer mais duas sessões de quimioterapia, pois meu quadro evoluiu bem.
— Claro que sim, querido, vamos para a sala tirar a foto aqui na cozinha já acabei.
Acompanho Mariangela até a sala, pegou meu cachorro no colo e ela com seu celular tira a foto
— Ficou ótima a foto, quer ver Bryan?
— Claro que sim Mariangela.
Ela caminha até onde estou e me mostra a foto.
— Está perfeita Mariângela quando puder você imprime ela para mim? — Vou colocar no meu quarto em uma moldura.
— Sim meu querido imprimo, sim, realmente a foto ficou linda.
Papai entra na sala arrumado com roupa branca sem o jaleco, e com sua mochila nas costas.
— Bom, agora eu tenho que ir.
Ele beija a careca, a minha careca e aperta as mãos de Mariangela.
— Amanhã estarei de volta por volta do meio-dia.
— Bryan obedeça à Mariangela, tá! Te amo.
— Pode deixar pai uma princesa como ela não têm como desobedecer te amo.
Vejo meu pai sair e entrar no carro para ir para o hospital. Ele tem em mente que poderei conversar com Mariangela com mais privacidade se ele não estiver em casa, quer nos deixar a vontade.
Mariangela me observa a brincar com Baltho e percebe que ele eu estou mais corado e meus olhos dizem que eu estou feliz.
Por volta das quatro da tarde, eu reclamo, afinal eu era um garotinho:
— Mariangela, estou com sono, você pode ler uma história para eu tirar um cochilo.
— Posso querido, que horas te chamo para jantar?
— Pode ser as oito da noite, assim podemos jantar juntos e brincar mais um pouco.
Mariangela sobe comigo para o quarto e pega um livro de história infantil para ler.
Ela lê para mim uma, duas, três páginas e percebe que eu estou dormindo, ela me com uma manta leve e vai para a sala ver televisão.
Mariângela assistiu às novelas da tarde e acabou cochilando no sofá, acordou com July lambendo sua mão normalmente ela faz isso quando está com fome.
Ela se levanta e coloca a ração preferida de July na tigela e observa a cachorra comer, lembra de meu pai e sente as borboletas bagunçar seu estômago. Essas foram palavras dela para mim algum tempo depois.
Me disse que por um motivo desconhecido queria proteger a mim e ao meu pai.
Mariângela não percebeu mais, estava se apaixonando pelo meu pai.
Mas seu foco é cuidar de mim e de minha saúde, segundo ela me disse deixou as coisas seguirem seu curso.
Para ela meu pai é um médico lindo e viúvo e ela apenas uma pessoa comum.
Depois que ela colocou a ração de July voltou para a sala para ver a televisão as oito da noite, ela irá me chamar para jantarmos juntos.

Meu melhor amigo BalthoOnde histórias criam vida. Descubra agora