Fique Comigo

𝒪𝓁𝒶, 𝒵ℴℯ

Acordei com um cheiro surreal de panqueca e café, quando abri os olhos vi um teto bege e paredes em tons de marrom, Oliver sempre amou essa cor. Saí daquela montanha de cobertas e fui até o banheiro jogar uma água no rosto quando estava prestes a descer ouvi vozes alteradas no andar de baixo, quando cheguei no último degrau da escada, vi Oliver e a feiosa da Helena brigando.

— Helena, vai embora da minha casa, me deixa em paz maluca!

— Ora ora, o que temos aqui — terminei de descer as escadas e fiquei ao lado de Oliver— A piranha já veio para sua casa?

— Helena você-

— Deixa Oliver— passei a mão em seu ombro e dei um passo para a frente— Tô acostumada a lidar com pessoas assim.

— Assim como?— Helena perguntou e colocou a bolsa em cima do sofá.

— Que precisam diminuir os outros para se sentir melhor— ela me olhou de cima a baixo e sorriu— Helena, se enxerga um pouco. Você aceitou, e de bom grado, se casar com um homem que nunca se quer toucou em você. Pelo pouco que sei, você é orgulhosa, pensa em você em primeiro lugar e que sua vida se resume basicamente em dinheiro. Um conselho, se valoriza mais fofa. Corra atrás de quem TE ama e deixa MEU homem quieto. Agora se não for pedir muito, saia daqui, por favor.

Ela pegou sua bolsa de cima do sofá e andou em direção à porta.

Algumas pessoas não gostam de ouvir a verdade, preferem criar uma mentira e viver dela para se sentir melhor, e Helena é assim. Acho que depois disso, ela para de perturbar Oliver e segue a vida dela.

— Seu homem é?— Oliver afasta meu cabelo do pescoço e deixa um beijo ali, e só agora fui reparar na besteira (ou não) que disse

— É meu mesmo, eoem.

— Será que seu homem ganha um beijo de bom dia então?

— Você? Você ganha vários, meu amor.

Sua mão foi em direção a minha cintura e a outra na lateral do meu rosto, seus lábios tocaram minha testa, bochechas, nariz e por fim, em meus lábios. Era bom sentir Oliver novamente, sentir meu corpo se arrepiar com os mínimos toques dele, sentir as mesmas borboletas no estômago como antigamente, sentir o mesmo Oliver de antigamente.

— Acho que deveríamos fazer isso mais vezes— Oliver disse desembolando uns fios do meu cabelo— bom, antes da estraga prazeres chegar, eu estava fazendo umas panquecas, um pouco de cafe, suco de laranja com limão que eu sei que você gosta, pão, queijo e algumas frutas.

— Olha— puxei uma das cadeiras pretas da mesa de jantar e me sentei— desse jeito eu não vou querer mais voltar para a casa.

— Essa é a intenção, meu amor— ele deixou um beijo na minha bochecha e se sentou ao meu lado— Ah, Zaya, nossa chefe, ligou. Disse para chegarmos depois do almoço hoje, por isso deixei você dormir mais.

— Ela disse o porquê?

— Não, somente para chegar depois do almoço.

— Tá bom, depois que eu terminar o café, vou em casa arrumar minhas coisas.

— Podemos ir juntos?— ele olhou para mim com aquela carinha de cachorro pidão.

— Logico que podemos, vamos no meu carro?

— Mais tarde você vai ver.

Terminamos de tomar café e ficamos um tempinho vendo televisão e depois ele me acompanhou até minha casa, se despediu e depois foi para casa. Quando entrei em casa, vi meu pai sentado em minha poltrona com uma revista na mão.

— Pai? Ta fazendo o que aqui?

— Vim conversar com você, aliás, onde você estava?

— Pai. Já sou bem grandinha, sei cuidar de mim. Enfim, o que quer falar comigo?

— Soube que encontrou Oliver novamente— Ele fechou a revista e foi atrás de mim— Não quero você com ele, até porque ele está casado.

— Pai, escuta uma coisa— me sentei em uma das cadeiras da mesa e o convidei para sentar também— Primeiro, eu não sou mais uma criança para você dizer o que eu faço ou não. Segundo, Oliver se divorciou, nem morar com ela, ele mora mais. Você tem que entender, que eu não sou mais a menina que você mandava e fazia tudo o que você queria, eu cresci. Queria que você respeitasse pelo menos as minhas decisões.

— Tudo bem Zoe, tudo bem. Vou voltar para empresa, vê se passa la quando puder.

— Tudo bem, tchau, papai.

Meu pai nunca foi um pai presente, nunca foi de se importar muito comigo e muito menos com meu irmão, depois que nossa mãe sumiu, ele passou a se importar um pouco, porem, só sabia trabalhar e trabalhar.

Tirei esses pensamentos da minha cabeça e fui para o meu quarto escolher uma roupa, finalizei meu cabelo e fiz uma maquiagem leve, decidi por uma calça jeans escura de cintura alta, uma camisa social branca com um blazer preto, e nos pés, coloquei um scarpin preto. Quando estava prestes a abrir a porta, recebi uma mensagem de Oliver dizendo que estava na minha porta.

— Desculpa a demo— quando me viro de frente para ele, vejo ele em cima de uma moto esportiva preta— Nós vamos em cima disso aí?

— Claro linda, dar um pouco de adrenalina na sua vida, ta muito parada.

— Oliver, você é doido.

Arrumei meu cabelo recem finalizado no capacete e subi na moto, enquanto estávamos na rua de casa, estava indo tudo bem, o negócio foi quando ele chegou na pista.

— OLIVER, DEVAGAR MERDA.

Ele deu uma risada alta e acelerou mais, nessa hora dei graças a Deus por arrumar meu cabelo dentro do capacete. Meus braços abraçaram a sua cintura, aproximei minha cabeça de seu ombro, sentindo o cheiro de Carolina Herrera que vinha de seu pescoço, meu cheiro favorito. Quando chegamos em frente a empresa, desci da moto e tirei o capacete, amassando o cabelo para tirar o durinho do creme.

— Que mulher, meu Deus, que mulher!!— Ele me puxou pela cintura e me beijou como se quisesse marcar território— E é Minha.

— Convencido você, não é? — puxei-o pela gravata e o beijei novamente — Mas tem razão, vamos entrar, quer um café?

— Você esta bebendo muito café em mocinha— ele pegou minha bolsa e foi em direção ao elevador— Troca por um suco, você escolhe.

Ele foi para sala e eu fui para a cafeteria, peguei um suco de maçã e um bolo de limão para mim e um suco de laranja e bolo de cenoura para ele, paguei e entrei no elevador. Quando cheguei no meu andar, fui direto para minha sala, mas quando entrei não gostei nem um pouco do que vi.

— Como você entrou aqui?

— Ola Zoe, vamos conversar.