Lucilfer (Chrollo)

Capítulo 12

"O que você quer para o jantar hoje à noite, amor?" Chrollo perguntou através de um suspiro suave e satisfeito, marcando seu lugar em um novo livro que ele começou e estendendo a mão para colocá-lo na mesa de café.

"Hmm..." Eu cantrolei pensativamente, massageando a cabeça dele e correndo preguiçosamente meus dedos pelo cabelo dele.

Estávamos na sala de estar depois de mais um longo dia de treino—embora desta vez realmente pratiquemos dentro de casa, porque estava muito frio ao ar livre—e era por volta das seis da noite. Eu estava planejando tirar um cochilo, mas depois de uma consideração cuidadosa, decidi que preferiria assistir Chrollo ler para poder brincar com o cabelo dele. Eu estava sentada com minhas pernas cruzadas debaixo de mim e encostado no braço esquerdo do sofá, e ele estava deitado de costas com a cabeça apoiada no meu colo.

Brincar com o cabelo dele foi divertido—foi muito mais relaxante do que tirar um cochilo também. A maneira como seus olhos voltam para sua cabeça apenas um pouco sempre que meus dedos esfregavam suas têmporas era adorável e, honestamente, fez meu coração bater mais rápido. Eu realmente não sei por que, mas havia algo tão libertador e atraente em saber a razão pela qual sua felicidade derivada da ação era por minha causa.

"E se fizermos o café da manhã para o jantar?"

Eu vi seus olhos se fecharem quando minhas mãos descansavam de cada lado do rosto dele, traçando para cima e para baixo de sua mandíbula até a linha do cabelo. Seus lindos cílios se contraíram quando seus lábios se transformaram em um sorriso solto.

"Isso parece bom", murmurou ele. "Que tipo de café da manhã?"

"E se fizêssemos... hum, torrada francesa?" Eu dei de ombros, passando a almofada do meu dedo indicador sobre a tatuagem na testa dele.

Antes que ele pudesse atender, ouvi o zumbido do telefone dele. Suas mãos se levantaram de onde estavam descansando sobre seu abdômen, e ele estendeu a mão para agarrá-lo da mesa de café. Eu não me preocupei em olhar para quem mandou uma mensagem para ele quando o telefone brilhou, porque eu já sabia que seria Hisoka. Aparentemente, ele havia feito contato com o resto da trupe de Chrollo novamente, e atualmente estava atualizando Chrollo sobre um dos mais novos membros.

Já se passaram vários dias desde que peguei um telefone pela primeira vez e conheci Kassidy—o ano novo chegou e passou, mas mais uma vez, Chrollo realmente não comemorou nenhum feriado e, honestamente, nem eu. Enviei uma mensagem para ele uma vez na outra noite, perguntando como ele estava, mas ainda não recebi uma resposta. Mesmo que no começo eu me sentisse um pouco magoada, lembrei-me de que ele me disse que nem sempre respondia imediatamente porque geralmente estava ocupado. Além disso, eu tinha o número de Chrollo no meu telefone agora—mas era isso. Eu não baixei nenhum aplicativo social, porque não queria minhas informações na internet, caso alguém estivesse me procurando, e todos os pequenos aplicativos de jogos eram muito confusos. Eu quase não passei tempo no meu telefone, exceto para verificar se há uma mensagem de volta de Kassidy.

Desde aquele dia, também, Chrollo não tinha me tocado quase nada. Ele ficou acordado quase a noite toda, todas as noites, e as sombras sob seus olhos estavam mais escuras do que antes. Eu me preocupei muito com ele, e às vezes me sentia rejeitada e triste se me deixasse pensar muito sobre o quanto sentia falta de sentir seus braços ao meu redor. Claro, houve momentos como esse em que nós dois estávamos relaxando e ele me permitia fazer essas pequenas coisas como brincar com o cabelo dele. No entanto, eu senti algo mais profundo. Parecia que havia algo que ele precisava me dizer, algo que ele ficava impedindo de dizer - eu sabia disso porque haveria um olhar em seus olhos, aquele olhar encapuzado e apaixonado, logo antes de ele de repente reprimi-lo, ou se virar e me deixar pendurada. Ele tinha feito isso várias vezes, mas eu era muito tímida para perguntar se algo o estava incomodando, caso fosse algo que justificasse uma reação indesejável.