Capítulo 12

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Yoongi não parou quando viu o sacerdote e Jungkook saindo do salão. Empurrou os dois com violência, para que saíssem do caminho, e começou a subir os degraus da torre, de dois em dois, três em três. Quando chegou na porta que dava para as ameias, viu que o tempo ruim expandira a madeira. A porta estava congelada. Só depois de vários golpes fortes, ele conseguiu abri- la.

Jimin estava encolhido no chão de pedra, congelado. Seus cabelos pareciam pingentes de gelo em sua pele. Yoongi o pegou no colo e estava descendo as escadas até os aposentos dele quando colidiu com Jungkook.

O Lúpus olhou o ômega congelado nos braços de Yoongi. Seu maior medo se tornava realidade. Iria perdê-lo. Yoongi entregou Jimin para seu chefe, assustado pelo loiro não estar se mexendo. Jungkook correu, carregando-o o resto do caminho até seu quarto, e o colocou na cama. Atrás de si, ouvia Yoongi e outros correndo e gritando.

Logo havia baldes de água quente e cobertores por todos os lados. As pessoas cercavam Jimin , tentando esfregar seus membros para trazê-los de volta à vida, mas ele não estava respondendo. Jungkook só conseguia ficar parado, segurando a cabeça dele, implorando mentalmente para que seu ômega não o deixasse. Ele não conseguia encontrar a própria voz.

Depois do que pareceu uma eternidade, Jimin piscou os olhos. Seus lábios ainda tinham um assustador tom azul, e seus olhos pareciam vazios.

— Amor, você está bem agora. Yoongi o encontrou — Ele beijou suas bochechas, seus lábios, suas mãos. Tudo estava muito gelado.

— Eu sei que você não queria dizer aquilo — A voz dele era um sussurro rouco, que mal se podia ouvir.

— Psiu, amor. Não fale agora — As lágrimas escorriam pelo rosto dele. Ele sentia como se o loiro o estivesse deixando. As palavras dele o fizeram se lembrar de frases similares que eram ditas em leitos de morte.

Ele segurou o rosto de Jimin entre as mãos.

— Não me deixe, Jimin. Por favor, não me deixe. Vou buscar você, não importa onde for, para trazê-lo de volta. Você me ouve? Você é meu, e sem você sou incompleto — Ele o abraçou apertado, embalando-o com gentileza, murmurando palavras de amor em seu ouvido.

Os homens e as mulheres que esfregaram os membros de Jimin, tentando trazer a circulação de volta para seus braços, pernas e pés, estavam todos em silêncio, rezando. Quando Jungkook viu o sacerdote, ele imediatamente presumiu o pior. Ninguém daria os últimos sacramentos para seu coração e alma. Jimin não ia morrer.

— Saia daqui, padre. Seus serviços não serão necessários essa noite. Deixe- nos a sós.

— Não estou aqui por seu ômega, filho, mas por você. Estou rezando com tanta fé quanto os outros para que essa alma generosa permaneça conosco.

Jungkook passou as horas seguintes supervisionando os cuidados a Jimin. Seus membros começaram a ganhar cor, mas o inglês ainda estava muito frio. Com frequência, seu corpo tremia descontroladamente, não importava quantas camadas de cobertores eram colocadas sobre ele. Depois de um tempo, Jungkook mandou todo mundo embora. Tirou a roupa do ômega e a sua, e deitou-se o mais perto dele que pode. Por fim, Jimin pareceu responder ao calor do Alfa. Seus lábios agora estavam pálidos, não azuis. Os dedos das mãos e dos pés também ganhavam alguma cor.

Mas quando ele pensou que o pior passara e que Jimin sobreviveria, veio a febre. Nunca em sua vida ele se sentiu tão perdido e fora do controle.Nos vários dias seguintes, o inglês entrava e saía da lucidez, delirando sobre a incapacidade de Jungkook de confiar nele ou de se apoiar nele. Ao longo de tudo isso, ele nunca saiu de seu lado.

O Noivo do HighlanderOnde histórias criam vida. Descubra agora