Capítulo 13

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Os dois dias seguintes passaram mais rápido do que Jimin imaginava. Jihoon chegara e se divertia com os irmãos, que provocavam Jungkook — o eterno solteirão — por estar se casando.

Jimin ficara tão ocupado preparando o casamento — organizando o banquete, arrumando os quartos na fortaleza e fazendo sua túnica — que mal acreditou quando o dia chegou. A luz do início da manhã entrava pelas cortinas da janela enquanto ele estava deitado na cama, olhando o teto, sorrindo como uma criança na manhã de Natal. Hoje ele se casaria com Jeon Jungkook.

Levantou-se e estava colocando o roupão quando a porta de seu quarto se abriu e meia dúzia de ômegas das terras altas entrou. Andando de um lado para o outro nas várias horas seguintes, eles o banharam, o arrumaram e o mimaram. Alguns queriam fazer um penteado alto, e outros queriam o cabelo dele solto. Ocorreram discussões pelas flores, pelo número de ervas que deveria ser carregado, se ele devia ou não comer e por uma variedade de outras coisas.

Depois de um tempo, Jimin se sentiu sobrecarregado e pediu que todos, exceto Jin, saíssem enquanto ele recuperava o fôlego. Era o dia de seu casamento, e um nervosismo preocupante tomava conta dele.

Há alguns meses, Jimin jamais sonharia que se casaria, em especial com um Lúpus como Jungkook. Seu único foco era encontrar um porto seguro com seu avô. Muita coisa acontecera desde então e, nas duas últimas semanas, ainda mais coisas se sucederam. A habilidade recém-descoberta de procurar e conseguir acordos que ele e Jungkook conquistaram estava criando uma vida de felicidade e esperança. Algumas vezes, Jimin temia que fosse acordar e descobrir que era tudo um sonho.

Jin estava parado perto da cama, olhando para a túnica de casamento e os acessórios de Jimin. Passou os dedos pelo tecido frágil.

— É a túnica de casamento mais bonita que já vi. Você criou uma obra de arte.

Jimin sorriu, mas não se mexeu, tentando focar na vista da janela.

— Eu não. Taehyung.

Jin decidiu não contradizer Jimin, embora soubesse a verdade. Taehyung era muito habilidoso com uma agulha e seu bordado era soberbo, mas fora o trabalho duro e o projeto de Jimin que deixara o conjunto tão requintado.

— Suponho que seja hora de me aprontar — Jimin suspirou nervoso, sem se mover de seu único ponto de alívio. A ideia de se casar com Jungkook trazia alegria e paz. Entretanto, a ideia de se tornar Lorde Jeon era bem assustadora.

Jungkook era o chefe de um clã poderoso nas terras altas. Só nos últimos dias Jimin percebera o quão grande e poderoso era. Toda a semana, um fluxo contínuo de guerreiros viera prestar seus respeitos para o Lúpus, por causa das núpcias próximas.

Centenas de guerreiros, dezenas de chefes de clãs aliados menores das proximidades, e incontáveis Alfas, ômegas e Betas das terras altas vieram desejar felicidades para eles. A apreensão crescente de Jimin atingiu o ápice quando Namjoon explicou que Jungkook poderia levar facilmente duas vezes aquele número para uma batalha. Seu exército pessoal era de mais de mil guerreiros.

O que o fizera pensar que poderia ser o próximo Lorde Jeon? O que Jungkook estava pensando quando pediu — não, exigiu — que ele se tornasse seu esposo e ômega?

O inglês ficara inusitadamente nervoso nos últimos dias, procurando repetidas vezes a reafirmação de que Jungkook queria se casar com ele. E, todas as vezes, ele havia sido capaz de convencer Jimin que tinha certeza completa e absoluta.

Enquanto o loiro olhava pela janela, suas mãos apertavam as cortinas de veludo dourado que puxara para o lado. Queria só mais uma das garantias dele.

Ele soltou um gemido baixo.

O Noivo do HighlanderOnde histórias criam vida. Descubra agora