Capítulo 2- ''Tarde demais''

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— Minha rainha... O corpo de Lucerys e Arrax não foram encontrados — decretou um dos aliados do negro, se sentindo mal em ver a Rainha estremecer. —Talvez possamos achar e...

— Quero a cabeça de Aemond numa estaca! Ele.... Lucerys era apenas um garoto! Ele não quis confrontá-lo... Como ele pôde! — A rainha Rhaenyra estava com fogo nos olhos, totalmente fria ao encarar seus aliados. — Quero que estes traidores tenham o que mereçam!

Rhaenyra nunca daria o primeiro passo nessa guerra, contudo agora tudo tomava um rumo totalmente diferente do que antes. Lucerys Velaryon foi perseguido, morto pelo tio e prontamente não haveria aceitação nisso.

Aemond perdeu um olho.
Lucerys sua vida.
Não era justo em nenhuma hipótese.

Agora, eles teriam a guerra que tanto queriam.
A guerra de sangue e fogo.

・⁠۝・

Lucerys não sabia como sair dali, ele estava fraco e se sentia meio tonto ao se sentar na caverna e esperar, seja lá pelo que. Ele nem sabia como foi parar ali e nem sabia o exatamente era aquele local. O lugar era frio e deveria deixá-lo mal, mas ele apenas se sentia fraco e frio, apenas.
Não era como se seus ossos estivessem congelando, ainda que suas roupas ainda estivessem molhadas e grudadas em sua pele também fria.

Tudo parecia estranho e ainda que fosse extremamente escuro e a única entrada da caverna fosse pela a água, pelo que ele pôde perceber, ainda sim, ele podia ver claramente as coisas ao redor.

Era estranho, como se ele pudesse enxergar no escuro com perfeição e ele nem sabia que tinha tal habilidade.

Lucerys se manteve sentado, parado e rígido. A caverna silenciosa se rompeu com o choro baixo e angustiante do garoto Velaryon, quando este sentiu a dor insuportável do seu laço com Arrax e ele percebeu alguns restos boiando ali ao lado, por onde eles entraram.

Ele não teve coragem para chegar perto da água, mas sabia que eram os restos de Arrax. O sangue se misturou com a maresia tal como uma coisa única, deixando tudo mais melancólico e insuportável.

Lucerys entendia o ódio de seus tios por ele e seus irmãos, ele mesmo demorou para aceitar que realmente era um bastardo, mas o que ele podia fazer? Ele não pediu para nascer e não se arrependia, pois amava realmente sua família e se sentia imensamente sortudo de ter uma mãe como Rhaenyra, alguém tão carinhosa e gentil.

O choro apenas se tornou mais alto, incontrolável e de partir o coração. O garoto tentava conter os gritos, os soluços e mesmo que ninguém estivesse lá, ele se sentia tão fraco e envergonhado.
Arrax nascera para ele, eles eram ligados e tão jovens.

— Arrax... Você merecia um montador melhor — sussurrei entre soluços, fechando os olhos ao tentar limpar meu rosto, mesmo que mais lágrimas caísse sem controle. — Me...Me desculpa.

Um dragão não era um escravo, Lucerys nunca pensou desta maneira. Para ele, Arrax era um irmão, um amigo, sua família.
Uma parte de si morreu com a morte do jovem dragão.

A voz de Aemond gritando com Vhagar se repetia em sua mente conturbada e Lucerys acabou adormecendo, enrolado em si mesmo, tentando se proteger do frio e da solidão, ouvindo as ondas batendo no fundo da caverna escura e isolada.

Quando ele acordou após duas horas ele descobriu que era dia pelo reflexo da água e ele suspirou, se aproximando da água e se assustou imediatamente.

O Despertar Do Dragão - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora