Capítulo 5- ''Um monstro não sabe amar''

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Lucerys estava se sentindo querido, de certa forma, afinal, o dono do bar tinha lhe dado algumas moedas, além de uns lanches para viagem, então após se despedir do homem, ele deixou o lugar e foi até o meio de transporte que ele conseguiu.

Era uma viagem de alguns dias, principalmente por ser por uma caroça, ou seja, Lucerys teria que se contentar durante esses dias e chegar bem em casa.

Ele chegaria e ficaria tudo bem.

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 "Não sei a razão, mas não consigo deixar de pensar em você." – Mr. Darcy

Aemond grunhiu ao sentir a própria pele ser cortada pelo chicote e não conseguiu evitar uma lamúria de dor ao sentir a ardência de ter sua pele cortada e o barulho do objeto em contato com suas costas e ele podia sentir o sangue escorrendo, se misturando com o sangue novo e ao velho, que estava seco.

O guarda parecia feliz em tortura-lo e Aemond teria achado muita graça de tudo isso, se não estivesse cansado demais, afinal, mal havia descansado e parecia ter passado tanto tempo.

O Targaryen prateado não tinha nenhuma maneira de descobrir quanto tempo passou desde que colocou os pés ali, para ser o objeto de tortura de todos que assim desejasse.
Aemond apenas sabia que estava com sede, fome e cansaço, além de machucado.

Ele não abriu a boca para mais nada, nem para discutir e fazia algum tempo que algum parente apareceu por ali, fazendo com que o Targaryen se sentisse incomodado e também receoso, pensando na única família que importava para si;
Helaena, seus sobrinhos e Aegon, seu irmão.

O restante podia se tornar cinza perante os pés da Rhaenyra se assim ela quisesse, assim como ele, realmente não importava, mas Aemond tinha receio de morrer sendo o motivo da morte das pessoas que lhe importavam, mesmo que não parecesse por ser sempre indiferente, o Targaryen se importava com seus irmãos. Infelizmente, ele não tinha notícias alguma e nem sabia quanto tempo havia passado e como eles estavam lidando com a ausência dele, se Alicent estava bem com isso ou fazendo da vida de seus irmãos um inferno, como sempre fez.

Aemond ao menos não precisava fazer as vontades da mulher que lhe deu a vida. Uma coisa boa ao menos. O Targaryen só queria poder fechar os olhos em paz, contudo até mesmo quando tinha algum tempo de descanso da tortura, sua mente fazia o inverso, o deixando ainda mais cansado em pensar em tudo, em... Nele.
Bastava fechar os olhos e Aemond tinha o rosto de seu sobrinho estampado, como se estivesse ali em sua frente, o torturando e tirando sua sanidade, o deixando desesperado por um descanso na morte, para vê-lo realmente e não apenas imagina-lo. Aemond não aguentava mais, imaginando como ele deve ter ficado, como era sua expressão em morrer e nem isso Aemond tinha ideia, por não ter coragem de ver os restos caídos do dragão e do humano.

Lucerys Velaryon morreu por suas mãos. Era tudo o que a mente sádica do Targaryen pensava e não era uma mentira, não, infelizmente era realidade do mundo e que filha da puta que ele era, pelos Deuses, Aemond se tornum asco, um matador de parente, um... 

Todos os momentos de Lucerys parecia impregnar sua mente, mesmo quando Aemond apenas o avistava de longe e o Targaryen riu, gargalhou como louco, porque foi imensamente engraçado para Aemond perceber que seu olhar sempre perseguia o sobrinho, sempre. 

As lembranças constantes mostravam algo que Aemond se negava a aceitar, principalmente com a situação atual.
Ele matou Lucerys e o gosto amargo em sua boca e o coração frio podia ser por causa de seus sentimentos. Sentimentos pelo sobrinho. Aemond riu ainda mais alto ao sentir as lágrimas caírem pelo seu rosto e realmente ele tinha sido atingido, ele tinha reagido, não pelas torturas, não pelos socos, cortes ou qualquer coisa física que fizeram contra ele nesse tempo preso como um animal.

Aemond reagiu, chorou e se sentiu totalmente um monstro apenas por pensar e ver que, talvez, talvez seus sentimentos fossem mais do que uma simples birra por um olho que ele havia superado. Céus! Aemond sequer sabia a razão por ter perseguido o sobrinho naquela noite chuvosa e agora talvez soubesse. Talvez fosse pelo mesmo motivo que Aemond sempre encarava Lucerys de longe, observando suas facetas, seus sorrisos e sua risada. Talvez Aemond sempre soubesse que as implicâncias só eram feitas para ter aquele olhar castanho-claro emburrado em sua direção, apenas...

Apenas talvez.
Um talvez doloroso, pois Aemond não estava disposto a admitir, não merecia isso. Não depois de ter feito o que fez, de ter agido de maneiras tão estúpidas. Isso não podia ser amor.

Não era amor e não seria.
Um monstro não sabe amar, nem merece tal coisa.

Não quando ele foi o monstro que ceifou a vida daquele que... Daquela pessoa que ele buscava constantemente em meio a tantas outras, mas que sempre foi único em seu coração.

Aemond sabia que se admitisse em voz alta tudo chegaria ao fim, mesmo que ele já estivesse no precipício.

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Lucerys

Se já odiava entrar num barco, então agora odiava entrar numa carruagem de transporte, afinal, se mexia demais assim com o navio e não era confortável. Sei que o mais prático era voar, mas já não tinha mais Arrax comigo.

Tentava não pensar em como isso era doloroso, contudo não me sentia tão perdido ou quebrado como pensei que estaria. Havia certa queimação na minha pele e o clima frio me fazia tremer, mesmo que eu nunca tivesse sido tão friorento. Minha cabeça doía demais e pensei que fosse pelo cansaço da viagem e da movimentação, assim como um mar estar no estômago.  Infelizmente a viagem não seria direto, sendo assim teríamos que fazer algumas pausas ao decorrer do caminho.

A primeira pausa foi tranquila e rápida, já que ainda era dia, entretanto conforme o dia dava lugar para noite, tivemos que nos estabelecer em uma taverna local e agradecia aos Deuses por ter um dinheiro extra para tais gastos.

— Estão sabendo?! LUCERYS VELARYON FOI MORTO POR AEMOND TARGARYEN! — uma pessoa qualquer parecia extasiado ao contar tal coisa, alto para todos ouvir e isso me fez engasgar com o vinho, que virou amargo em minha boca instantaneamente. — Dizem que foram atrás de seus restos e não sobrou nada. Já o enterraram. 

— Pobre coitado, o próprio tio — resmungos foram ouvidos, alguns lamentando e outros comemorando. E pelos Deuses, sentia suar pelas mãos e meu corpo se mantinha totalmente frio.

Estava absolutamente em choque.

— Targaryen são loucos! O tio matou o sobrinho e depois se entregou. A está hora deve estar tão morto quanto o bastardo. — exclamou rindo alto, logo sendo acompanhado pelos outros bêbados. 

Achavam que eu estava morto?
Aemond se entregou por ter me matado?

O choque, o frio e a ansiedade, assim como o aperto do coração estava tão presente em mim que foi impossível aproveitar a noite, sequer consegui dormir adequadamente e antes que eu percebesse a noite virou dia e saímos ao amanhecer. 

Precisava chegar em casa.

Por mais que Aemond o tivesse o perseguido, como um verdadeiro idiota e também o irritasse, ainda sim, não queria que ele tivesse morrido por sua causa, não quando ele estava bem e vivo. Mesmo que ele tenha levado uma parte minha, que ele tenha me tirado Arrax e que isso me dê pesadelos e calafrios. Não queria ser o motivo dele morrer e nunca desejei mal algum e não seria agora que desejaria.

Aemond...
Meu coração se apertava em pensar nele e em seus gritos naquela noite.
Tomara que ele esteja vivo.

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OPA

To meia ble pra escrever ultimamente, por isso o sumiço galera.

Por enquanto voltei rsrsrs

Espero que estejam gostando!

ATÉ!

O Despertar Do Dragão - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora