Capítulo 6 - Doce lar

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''Você pensou que isso apagaria
O gosto amargo da minha fúria
E todas as confusões que você causou
Sim, você acha que conseguiu escapar''

🐉 

Lucerys mal dormira. Não tinha como descansar bem sabendo que todos pensavam que ele estava morto e que Aemond foi pego e mal havia informações se já havia sido executado ou não. E isso apavorava Lucerys, deixando-o com uma ansiedade tão insuportável que era sufocante de respirar. Ele não queria o tio morto, não queria ser culpado por uma morte, seja ela de quem fosse.

Mas estou nas árvores, estou na brisa 
Meus passos no chão
Você verá meu rosto em todos os lugares
Mas não pode me pegar agora
Em meio à grama alta, os meses passarão 
Você sentirá isso por toda parte
Estou aqui, estou lá, estou em todo lugar
Mas você não pode me pegar agora.
 

Aemond se sentia patético, coourando nunca pensou que se sentiria. Não por ter se entregado de bandeja para seus familiares rancorosos e raivosos, nem por ter sentido por uma morte que ele mesmo causou. Ele se sentiu patético por ser ele, por não perceber tudo desde o início, por ter que chegar num ponto irreversível.

Por desejar a morte.
Ele acolheu a morte como uma velha amiga e aceitou ela de bom grado.

Ele não se entregou pensando em ser acolhido e prontamente perdoado. Não havia perdão pela morte de Lucerys e Aemond sabia disto tão bem quanto qualquer outro ser vivo.

Aemond se lamentava em não ter feito diferente, mas talvez as coisas não pudessem ser mudadas, apenas aceitas.

— Lixo, acorde — vozes foram ouvida e Aemond despertou aos chutes, sem sequer saber em que momento havia pego no sono. Não parecia ter dormido muito, na verdade. — Olhe o que temos aqui.

Aemond ergueu a cabeça abaixada e encontrou Aegon ali, na sua frente. Sem a coroa e sem a vestimenta de Rei, porém com a cara intacta e sem hematomas.

Aemond sabia que o plano havia dado certo, que Aegon conseguiu fugir da fortaleza e havia conversado com Rhaenyra. E se ele estava vivo ainda significava que Rhaenyra acreditou em seu irmão.

Aegon nunca quis ser rei, nunca. Sequer passou pela cabeça dele tomar o trono de Rhaenyra e francamente não se importava se isso era uma decisão boa ou não. Ele simplesmente nunca pensou em nada em relação ao reino.
E era por isso que ele tramava junto com Aemond.

O erro realmente veio de Aemond, que não se segurou em perseguir Lucerys e acabou fodendo tudo.

— Me deixe a sós com ele? — pediu Aegon para Jacaerys que riu em deboche. — Sério, é só alguns minutos. Há guardas no lado de fora e se você quiser esperar lá fora também, por mim tudo bem.

— Não faça nenhuma burrice, nenhum dos dois — avisou Jace em um tom sério e prontamente deixou os tios a sós.

Aemond continuou a encarar o irmão sem entender, até este se aproximar e se inclinar em sua direção, o abraçando suavemente antes de se afastar, em um ato rápido e surpreendente.

— Sinto muito, Aemond — foi a primeira coisa que Aegon disse ao irmão mais novo, mas foi o bastante para Aemond entender o significado.

O Despertar Do Dragão - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora