Amor e Cuidado.

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   Oi! É um prazer te ter aqui. Então como de praxe, devo dizer q as falas do Rams Rams são escritas *propositalmente* erradas. Espero que goste, e boa leitura! (Se vc for uma pessoa sensível, recomendo que pegue alguns lencinhos).

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Graças a colaboração premiada, Ramiro recebeu o benefício de ter sua pena diminuída. Após quase um ano na cadeia, ele foi liberado e agora deve cumprir o resto de sua sentença em regime semi-aberto, fazendo o uso de uma tornozeleira eletrônica.

Dr. Rodrigo conseguiu recorrer à justiça, provando que os crimes cometidos pelo ex peão ocorreram em uma situação de abuso, uma vez que condições de trabalho precárias, desvio de funções, abusos físicos e mentais, ameaças, xingamentos e degradações eram parte de seu dia a dia. Isso, junto com o fato de Ramiro ter ajudado Aline e a Freira a escapar do cativeiro, fez sua pena ser ainda mais diminuída.

A morte de Antônio La Selva não foi registrada como homicídio, e sim como Estado de Necessidade, uma vez que o homem tinha uma faca sobre o pescoço de Kelvin. A polícia ficou, de certa forma, agradecida, pois finalmente aquele homem teve sua linha de crimes encerrada. O comportamento de Ramiro na cadeia também era ótimo, já que na maior parte do tempo pensava em Kelvin, ou ajudava a outros presidiários com os cuidados na horta. Agora sim, com tudo isso, sua sentença final foi decretada, sendo muito menor do que o esperado. Ele tem de usar a tornozeleira apenas por alguns meses antes de estar totalmente livre.

Atualmente, faz um mês desde a saída de Ramiro. Sua recepção no bar foi calorosa, com direito até a uma festa de boas vindas. O Naitendei estava enfeitado com algumas das flores e decorações usadas no casamento deles, e mais tarde, no mesmo dia, o show do Michel Teló foi um sucesso, quase toda a cidade compareceu, e Kelvin brincava que o cantor teria aparecido no bar especialmente pra comemorar a liberdade do homem que era agora seu marido. Eles dançaram agarradinhos até seus pés doerem, e depois mataram a saudade do jeitinho deles.

Agora, por volta das dez da manhã, Ramiro se encontra deitado na cama, com as costas apoiadas nos travesseiros e com um caderninho na mão. No criado mudo, há uma xícara de chá feito por Zezinho. Rams se esforça para ler o poema que Kelvin o deixou como "lição de casa". Ele deveria ler o poema até conseguir pronúncia-lo por inteiro, sem errar.

Kelvin estava sobre uma cadeira, na frente do guarda-roupas de portas abertas. Ele ajeitava algumas caixas que estavam guardadas lá a um bom tempo.

- "... eterna des- desventrura. Desvintrura?". Ramiro pergunta, tendo dificuldade em pronunciar corretamente a palavra.

- "É desventura, Rams". Kevinho responde, sorrindo ao perceber o quão fofo Ramiro soava. As mãos de Kelvin estavam inquietas. Ele abria e fechava as mesmas caixas, repetidamente. Ele as mudava de lugar, as empilhava, depois desfazia a organização e fazia de novo.

Nos últimos dois dias, o ex peão percebeu que seu marido andava quieto. Quieto o bastante para que todos notassem.

- "Tá borocoxô, é, minha velha? Tá aí toda quietinha pensativa". Luana comentou ontem, ao ver o garçom - que agora não era mais sócio de Zezinho, e sim dela - sentado com um braço sobre o balcão, com sua cabeça apoiada na mão e olhando fixamente pro chão.

Rams tentou conversar com ele. Todas as suas tentativas foram falhas. Mas agora, vendo o quão afoito Kelvin parece remexendo aquelas caixas, Ramiro decide que vai descobrir de vez oque está errado.

- "Pequetito, essas caixa aí já tão arrumada faz tempo". Ramiro diz, colocando seu caderno de lado na cama, e se sentando com as mãos sobre o colo.

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