capítulo 37

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Freen

Quando saímos do Fórum jurídico, descobrimos que teria mais uma audiência já que Mike não queria ceder nem ao menos a guarda compartilhada, mas que a única guarda que Rawee já tinha por inteiro era a de Rebecca. A próxima audiência apenas Rawee iria comparecer, Rebecca não iria precisar voltar para cá.

Rebecca combinou com sua mãe que iria me levar para conhecer a cidade e fomos andando, passamos por vários pontos turísticos e até mesmo a universidade de Oxford, descobri que o antigo sonho de Rebecca era entrar nessa faculdade, passamos por umas lojas e comprei um coturno para presentear minha namorada quando Rebecca começou a dizer que foi ali que ela comprou o dela e o quanto era maravilhoso. Por enquanto ela pensava que o coturno era para mim então a deixei continuar pensando assim.

Felizmente Rebecca só ficou abatida no tempo que ficamos no Fórum, depois que saímos, ela voltou a ser a mesma garota de sempre.

Paramos em uma cafeteria que Rebecca dizia ter o melhor café do Reino Unido e mesmo eu odiando café, experimentei e não me arrependi quando vi o enorme sorriso que Rebecca tinha no rosto. Rebecca me fez experimentar alguns Scones que eram típicos na Inglaterra.

Passamos na frente de uma floricultura e paro bruscamente olhando as diversas flores ali, sorrio vendo Rebecca distraída com uma loja de sapatos ao lado da floricultura e entro na mesma.

- Com licença, quanto é uma rosa? - pergunto para uma senhorinha e ela me olha sorridente.

- Uma libra. - sorri e eu aperto meus lábios fazendo as contas de quanto daria uma libra em dólares.

- Você aceita dólares? - pergunto tirando um dólar e trinta centavos.

- Americana? - pergunta e eu afirmo com a cabeça - Claro. - sorri pegando o dinheiro - Qual rosa deseja? Temos as tradicionais vermelhas, brancas, rosas...

- Uma vermelha, por favor. - ela estende sua mão em uma cesta pegando uma rosa vermelha com um embrulho delicado e me estende - Obrigada. - sorrio pegando a rosa.

- Sua namorada vai adorar. - diz gentilmente e eu sorrio ainda mais.

- Obrigada, tenha uma boa tarde. - aceno saindo da floricultura e vejo Rebecca olhando em volta, mas de costas para mim - Uma flor para outra flor. - digo em um tom galanteador passando a rosa por cima de seu ombro e deixo na frente do seu rosto.

- Céus Freen! - diz assustada e eu rio - Pensei que você tinha se perdido, já estava entrando em desespero. - se vira para mim e sorrio estendendo a rosa para ela - Você foi comprar uma rosa para mim?

- Claro, como eu disse: uma flor para outra flor. - sorrio e Rebecca pega a rosa levando até seu nariz.

- Cantada péssima, mas adorei a rosa. - diz risonha, eu rio levando minha mão até seu rosto e tiro uma mexa da sua franja para trás da orelha.

- Minhas cantadas são ótimas Rebecca!

- São péssimas. - seu tom sai implicante e eu reviro os olhos antes de sentir sua mão indo até a minha nuca para puxar meu rosto em direção ao seu - Mas eu continuo te amando. - sussurra mordendo o próprio lábio.

- Eu sei, sou incrível demais para alguém não me amar. - pisco para ela.

- Meu... - finge estar sufocada - Deus, estou sendo sufocada pelo o seu ego. - da uns passos para trás fingindo desfalecer e eu rio tombando a cabeça para o lado.

- Ha ha. - faço uma cara de tédio - Você mesma dizia que eu tinha que aumentar o meu ego e agora reclama?!

- Claro. - afirma com a cabeça rindo e estende sua mão para eu a segurar - Vem, precisamos ir em uma praça para fazermos um negócio. - começa a me puxar assim que encaixo minha mão na sua.

- Onde? - pergunto a vendo segurar seu celular, carteira e a rosa em uma única mão.

- Temos que marcar nossos nomes na árvore do amor! - franzo o cenho mas resolvo não perguntar o que era.

Rebecca vira a esquina me arrastando e assim que viro também, vejo uma pequena praça com algumas pessoas passeando por ali, Rebecca me arrasta pela rua e então adentramos a praça.

- O que é uma árvore do amor? - não me aguento e pergunto.

- Você vai ver, Freen, anda mais rápido! - diz afobada e eu atendo ao seu pedido. Paramos em uma enorme árvore com alguns nomes escritos com corações, mas um que me chama a atenção é um que estava escrito Genoveva e Jack com um coração - Dizem que se você escreve o nome do seu amor com um coração na árvore e o amor que vocês sentes um pelo outro for um amor puro, vocês vivem juntos a vida toda. - diz animada e a olho - Genoveva e Jack foram os primeiros a escreverem, eles tinham a nossa idade e escreveram com esse objeto e adivinha? - pega um objeto afiado que estava pendurado por uma cordinha na arvore - Eles viveram setenta anos juntos. - fala maravilhada.

- Sério? - abro a boca surpresa e ela afirma com a cabeça.

- Eles eram o casal mais amado da cidade... Eram a coisa mais fofa Freen, quando eu era mais nova eu acabei trabalhando em uma floricultura e sempre via o Jack comprando tulípas falando que a esposa dele amava e ele amava ver ela sorrindo, a senhora que trabalhava lá desde o começo diz que todos os dias ele comprava uma tulipa diferente. - sorri abobada - Quando a Genoveva morreu, em dois meses o Jack morreu dormindo. - aperta os lábios - Eles passaram exatos setenta e dois anos juntos, tem ideia disso? - pausa - Então todos os casais que se amam muito, vem escrever os nomes deles aqui e eu ouvi dizer por ai que realmente funciona. - sussurra como se fosse um segredo e eu rio.

- Vamos escrever nossos nomes ai, o que estamos esperando? - pergunto vendo Rebecca abrir um enorme sorriso e procurar um lugarzinho ao lado do Genoveva e Jack, Rebecca escreve seu nome e me estende o objeto que parecia um estilete, o seguro e escrevo o meu em baixo, Rebecca sorri animada e então faz um coração batendo palminhas animada - Só espero que você não seja uma velhinha ranzinza quando envelhecermos. - resmungo e Rebecca gargalha envolvendo seus braços em meu pescoço e me abraçando.

- Tem muita chances de você se tornar essa velhinha. - diz beijando minha bochecha e eu abro a boca em um "o".

- Rebecca Armstrong, mais respeito comigo! - me afasto dando um tapinha em seu ombro.

- Mas agora é sério, obrigada por vir comigo nessa viagem e ficar me distraindo ou não deixando eu ter uma crise.

- É você e eu contra todos e sempre vai ser, não é? - pergunto com um sorrio e Rebecca afirma com a cabeça - E me dê essa carteira e esse celular, você vai acabar derrubando eles ou estragando minha rosa. - pego o celular e sua carteira os colocando no bolso do meu moletom.

- Vamos tomar sorvete? - sugere e eu a olho horrorizada.

- Está fazendo sete graus e você quer tomar sorvete?! Quer me matar? - pergunta e ela ri.

- Um chocolate quente então?

- Muito melhor.

- Então vamos tomar chocolate quente babe. - enruga o nariz e toca meu nariz com a ponta do seu dedo indicador - E a propósito, eu amei essa rosa. - diz levando a rosa que estava em sua mão até seu nariz novamente.

- Fico feliz que gostou... Agora, por favor, vamos tomar um chocolate quente, eu estou congelando. - tremo propositalmente da cabeça aos pés e ela ri passando seu braco por meu ombro.

- Eu te esquento até chegarmos lá. - começa a andar na direção oposta da árvore, viro minha cabeça por último em onde estava escrito "Freen + Rebecca" e um coração tendo absoluta certeza que Rebecca e eu passaríamos a vida juntas, não pela árvore, pois acreditava que era apenas uma lenda, mas sim pelo amor que sentíamos uma pela outra.

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