Capítulo 1 - Nevasca

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Vamo pra mais uma?


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Era uma verdadeira merda dirigir em nevascas, especialmente quando o co-piloto era um malamute de dois anos com mais inteligência e energia do que bom senso.


Tipo, o cachorro era inteligente. Loucamente inteligente, do tipo 'deixe os armários e portas à prova de crianças' inteligente. Mas ele também não tinha o gene que o fizesse sentir medo quando confrontado com uma situação ameaçadora e, em vez disso, ficava petrificado diante do benigno. Econtrando com crianças em uma caminhada? Aterrorizante para o monstro Hank. Sempre que eles cruzavam o caminho de uma criança com menos de três anos, ele ficava nervoso e se recusava a fazer contato visual com o pequenino humano até que eles passassem. Uma bola quicando na direção dele? A encarnação do diabo absoluto, da qual ele se esconderia até o objeto sair do campo de visão. Mas andar por uma estrada não pavimentada a quinze quilômetros por hora, quando a mamãe dele mal conseguia ver além do capô de sua caminhonete? Aparentemente, essa era precisamente a situação para pular como um maníaco e cantar ruidosamente a música de seu povo no volume máximo.


"Hank, juro por Deus, garoto, se você não calar a boca e me deixar me concentrar, vamos acabar na vala", avisou Roseanne Park enquanto apertava os olhos para ver melhor através da neve que corria em velocidades vertiginosas em direção ao para-brisa de sua caminhonete.


O aviso teve exatamente o peso que ela esperava, isto é: nenhum. Hank soltou um latido que durou tanto tempo que teria deixado um cantor da Broadway com inveja de seu controle de respiração.


"Certo. Obrigado por isso, cara."


Hank sorriu e imediatamente começou a cantar novamente.


Roseanne franziu a testa ao detectar o vago indício de uma sombra em forma de carro e um par de luzes piscando na beira da estrada. Não era incomum que as pessoas ignorassem os avisos de "fique em casa e só viaje se necessário" que o departamento do xerife emitia antes de grandes tempestades, mas com o entusiasmo que essa nevasca do início da primavera teve durante toda a semana, ela ficou genuinamente surpresa que alguém tenha ousado se aventurar quando a neve começou a cair.


Ela tirou o pé do acelerador e pegou o rádio que havia enfiado no porta-copos antes de sair da estação. Ela clicou no botão do microfone uma vez só para chamar a atenção do despachante, e depois novamente, mantendo-o pressionado desta vez enquanto dizia: "Ei, Gen?"


"Estou com você, Park. E aí? Você está segura?" A voz de Genelle Swan ecoou no rádio. "Está uma sacanagem lá fora, e não de uma forma divertida."


Roseanne riu do comentário muito preciso sobre o tempo feito pela colega. "Sim, estou bem. Quase em casa agora. Escute, alguém ligou para falar sobre um veículo encalhado em East Long Lake?"


"Não ouvi nada, mas se não houver feridos, essas ligações vão para o departamento do xerife. Deixe-me ligar para o Gary. Espere." Gary era o despachante do departamento do xerife do condado.


Hank soltou um latido mais suave no banco de trás, como se soubesse que algo sério estava acontecendo, e apoiou a cabeça no ombro de Roseanne enquanto eles paravam a cerca de dois metros do para-choque traseiro do carro encalhado.

Um Amor de Verão (ChaeLisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora