Conduta

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Oi meninas, aqui é o gabrielafonso96 

Estou ainda um pouco tímido em aparecer, responder comentários e até deixar de ser fantasma no Twiiter, mas aos poucos vou me soltando igual ao monstro que criei dentro de casa, a Roberta 

Surtei quietinho ao lado dela em cada acontecimento tanto na novela como fora dela (Dimaury vive) 

O Angst e o Robertaverso dessa história fica todo á cargo da Izzi (é o apelido da Roberta), mas de minha responsabilidade fica o Self Intersection (sim, os escritores vão participar dentro da história)! 

Uma boa leitura e não queiram comer meu fígado no capítulo de hoje! 

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15 de Setembro de 2022 ~ Em algum lugar do Oceano Atlântico


Já fazia uma semana que Kelvin estava naquela rotina: passar o dia limpando o convés, e só isso talvez não fosse um trabalho tão pesado.


Não seria, se somado ao dia todo debaixo do sol com o uniforme quente, ainda dormisse quase nada. Estava exausto!


Em algumas noites, apesar de navios terem mais estabilidade, a embarcação balançava demais e o deixava enjoado. Não bastasse ir dormir tarde, pois como novato era sempre o último de todos para tudo: comer, tomar banho, ir dormir, também pulava mais cedo do que todo mundo da cama para repetir o ritual que todo militar, pelo menos os de patente baixa como ele, faziam.


Desde a escola de marinheiros, Kelvin aprendeu á duras penas a obedecer. E se aquele Capitão fosse metade parecido com o pai, já que não saía da sua sombra, sabia que seria punido. Ainda era de madrugada quando se barbeava mesmo que no dia anterior já tivesse feito. A pele lisa, unhas cortadas, cabelo impecável eram regras e mesmo que esse tipo de supervisão não fosse feita á bordo, Ramiro poderia fazer a hora que quisesse, não queria ser pego desprevenido, o loiro sentia que o mais alto aproveitaria de qualquer fraqueza ou desleixo seu para o punir.


 Percebeu isso quando durante aquela semana o capitão não apareceu, mas deu exigências ao seu comandante para que Kelvin fizesse os trabalhos mais pesados para a tripulação, sozinho!

Suas mãos começavam a acumular calos, suas costas doíam e suas olheiras poderiam ser vistas lá da terra firme. Por isso, não vacilava.


E parte do motivo que também roubava seu sono, além do balanço cadenciado e da solidão por estar sendo excluído dos colegas de trabalho que o respeitavam somente na presença de seu pai, Kelvin ainda estava com o coração dolorido.


Achou que após um ano da traição de Ramiro, depois de ter ficado sem vê-lo por todo esse tempo que passou no internato da Escola da Marinha, não sentiria mais nada. Mas não, ainda estava magoado e seu machucado só aumentava pela forma como fora tratado por Ramiro desde que entrou naquela embarcação.


Um dia, Ramiro prometeu que o protegeria até do próprio pai. Foi burro em acreditar que um espelho do Capitão Santana iria contra a ele. No dia em que mais precisou ser protegido por Ramiro, o moreno simplesmente ficou quieto ao lado do seu pai.


Balançando a cabeça, após se preparar para mais um dia, o loiro se arrastava pelo convés até o refeitório onde o café da manhã era servido ás seis horas antes de começarem o serviço. Foi quando pegou sua bandeja e seu prato, um Cabo que conhecia bem da corporação e que sempre ria de si pelas costas colocou um pé na sua frente e sem perceber para desviar, o loiro caiu com tudo no chão: o café quente molhando sua roupa e machucando sua pele, a comida espalhada pelo chão, o baque do corpo estirado de barriga no chão frio, mas nada disso o doeu tanto como perceber o que acontecia ali.

Naufrágio - AU Kelmiro/DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora