Naufrágio - AU Kelmiro/Dimaury

Batendo na Porta do Céu

Postando mais um capítulo na madrugada por dois motivos: 

1- Ele era para ser continuação do anterior, mas ficou grande demais 

2- O teor dele é muito angustiante para ser escrito no mesmo capítulo que tem hot, eu tenho noção do momento certo de cada abordagem 

3- Eu tô sofrendo muito por essa escrita. Mas ela está no roteiro da história, e agora aos pouquinhos vocês vão entender a história por trás dos fantasmas na embarcação 

Não achem nunca que eu brinco com meus personagens como marionetes, sem sentimentos. Muito menos, que brinco com o coração de quem lê. 

Me perdoem, me perdoem, me perdoem. 

Queria muito um colo de quem lê, mesmo. 

Lembrem-se sempre: Eu entrego dor, mas entrego finais felizes, sempre! 

Ouçam "Batendo na Porta do Céu - Zé Ramanho" 

Uma Leitura!

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Ainda 21 de Outubro de 2022 - Em Algum Lugar no Oceano Atlântico

Após descerem da torre de comando, onde ficava o Passadiço junto ás lembranças das suas pazes feitas, ambos sentiam que finalmente estavam rumando juntos para o mesmo caminho: o do retorno para o amor que sentiam um pelo outro

Havia ainda muita roupa suja para lavar. Precisavam muito, conversar mais a fundo sobre tudo o que tinha acontecido e principalmente sobre o futuro. Kelvin estava se apaixonando pelo mar na mesma medida que seu amor por Ramiro reacendia. Já o capitão, percebia que seu lar era Kelvin, mesmo que em terra firme.

 E mesmo que o mar fosse a chave das profundezas do seu coração, somente o loiro tinha capacidade genuína de ascender canto por canto de seus medos

Tinha uma segunda opção profissional. Algo que queria colocar em prática há muito tempo, e pensava em fazer isso na sua aposentadoria. Mas porque não, largar um sonho antigo para dar lugar á realização de um objetivo? Se tinha Kelvin consigo, agora que tinha provado da saudade e do desespero de tê-lo quase perdido, seja na cela em que o prendeu, seja nos braços de uma mulher, qualquer lugar do mundo e qualquer profissão o deixariam satisfeito!

E havia Antônio. Sentia imensa gratidão, admiração e respeito pelo homem que foi melhor amigo do seu pai e agora era o seu. O velho era um homem duro, é verdade. Mas foi ele quem o acolheu quando ficou órfão com o irmão. Com ele, além de ter casa e amparo, teve também ensinamentos valiosos como astúcia, hombridade, honra. E era por honrar a própria família que o acolheu, que nunca mais abandonaria Kelvin, jurou para si mesmo!

Ramiro foi direto para sua cabine. Precisava se arrumar para ir ao refeitório e buscar o café daquela maldita mulher, que adoçou seu coração com alegria por deixá-lo navegar. Ainda a odiava profundamente. Mas hoje, estava grato.

Ela gostava de Kelvin. E se ela gostava do seu loiro, faria um esforço para a tolerar enquanto estivessem finalizando aquela missão juntos. Ainda haviam alguns papéis para organizar em sua mesa de cálculos, o estresse dos últimos dias nem o deixou verificar a rota corretamente. Sistema antigo sob seu punho de comando: tudo calculado na mão!

Por isso, demorou um pouquinho mais para tomar banho em seu banheiro com o chuveiro misteriosamente arrumado, aproveitando os resquícios do cheiro da pele do baixinho em seu corpo, mas que agora teria todo o tempo do mundo para se impregnar em capim limão! A primeira coisa que faria quando pusesse os pés no Brasil, seria lhe comprar uma nova aliança para Kelvin. E dessa vez, seria de ouro!