𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟓

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o vento bateu livremente em meu rosto, meus cabelos, mesmo que curtos, voavam com o vento. colocar o rosto para fora na janela é demais. Andar de carro é demais. o mundo inteiro é demais!

o carro que me levava para casa parou, em meio á um pequeno trânsito devido ao sinal. os carros andavam lentamente, e agora o vento já não era mais tão forte quanto antes. Me perdi em meus devaneios e imaginações, imaginando como seria ao voltar para casa em meio á tanto tempo fora. como seria a reação da minha irmã mais velha, ao me ouvir contar as inúmeras aventuras que passei durante esse tempo? Se ela tivesse tempo, talvez me ouvisse por um pouco mais de uma hora, resumir mais de um mês de pura adrenalina em um exame mortal, que além de seriedade, também encontrei diversão.

talvez vá ser uma surpresa para ela, fazer amigos não é o meu forte. Sempre que íamos conversar com alguém, eu me escondia atrás dela em timidez. nunca tive amigos mais velhos, muito menos da minha idade. A única pessoa que eu conversava era mikoto, minha irmã mais velha.

o carro andava aos poucos, enquanto o homem concentrado mechia em uma espécie de caixa que tinha uma luz um tanto forte. é um pouco maior que a mão dele, e tem alguns botões.

Parece legal.

prestei atenção agora na cidade fora do carro. nas calçadas tinham crianças e adultos, até adolescentes. todos tinham suas características únicas. É legal morar em uma cidade. não gosto do barulho, mas é bom ver as pessoas se divertindo com seus familiares. Sinto um pouco de inveja, afinal. Mas eu ainda tenho minha irmã, posso me divertir com ela.. quando ela não está trabalhando.

o trânsito foi diminuindo aos poucos, e o carro começou a andar um pouco mais rápido. passando do sinal, o carro já estava andando normalmente, em direção á rua da minha casa.

o vento já batia em meu rosto novamente. Minha ansiedade já entrara em mim, minha perna tremia enquanto meu medo de chegar em casa martelava. o medo de chegar em casa e ver algo deplorável, ou chegar em casa e mal ser recebida, pela ausência da minha irmã. Ainda assim, eu a amo.

senti o carro parar e o olhar do homem pesar em mim. Virei para ele e depois para a janela do carro, vendo a casa da minha irmã bem á minha frente. Dei um pequeno sorriso animado, esquecendo meus pensamentos anteriores. Desci do carro ansiosamente, e reverenciei levemente com a cabeça, então saindo até o portão da casa, para tocar a campainha.

eu batia a ponta dos dedos constantemente, e ficava na ponta do pé repetidas vezes, esperando pela resposta de quem quer que esteja na casa, que eu esperava amargamente que não fosse uma empregada.

ouvi passos se aproximando da porta, e então ela foi destrancada. Vi a porta se abrir lentamente, e a pessoa de trás da porta tinha cabelos azuis.

"ah. Desculpe, errei o endereço." encarei com uma expressão desinteressada.

eu realmente errei o endereço da minha própria casa?

"eu não estou tão diferente assim, sua idiota." a voz da minha irmã preencheu meus ouvidos, e arregalei os olhos.

"MIKO!?" Berrei, surpresa. mikoto me puxou para dentro da casa rapidamente quando uma das vizinhas fofoqueiras apareceu na janela ao ouvir meu grito dramático. "mikoto? cê.."

"eu sei, ficou ridículo." ela choramingou, fechando a porta. segurei a risada olhando para o cabelo tingido de azul da minha irmã.

"ridículo é pouco, isso tá horrível!" ri.

"cale a boca, garota atrevida!" mikoto me deu um soquinho na cabeça.

"da onde surgiu essa ideia de pintar o cabelo? O bege ficava tão lindinho em você!" exclamei, colocando a mão no local dolorido - onde mikoto bateu -

⋆﹒𝐲𝐨𝐮 𝐚𝐧𝐝 𝐦𝐞 - (𝐤𝐢𝐥𝐥𝐮𝐚 × 𝐨𝐜 𝐠𝐢𝐫𝐥)Onde histórias criam vida. Descubra agora