Um Sonho Real?

0 0 0
                                    

Minha casa é uma das mais lindas no bairro dos Campos Verdes, tem 6 quartos, 3 banheiros, 1 quadra de tênis, 1 piscina, um lindo e imenso jardim de flores vibrantes e algumas árvores frutíferas raras: como maçã, pêssego, pêra e saputí. Meu padrasto trabalhava como CEO de uma empresa tecnológica internacional: a ﹰU.ﹰT.ﹰC, União Tecnológica dos Continentes. Então isso faz dele um homem extremamente rico. Não sei como o casamento dele com minha mãe durou tanto tempo, parecem realmente se amar. Meu irmão Matheus e ele, devem ter chegado. Matheus é filho dos dois - minha mãe e padrasto.

- Alice?! Por quê veio agora, Achei que viria umas 22:00 pm? O que aconteceu?

- Mãe, por quê deixou o Nic ir lá?!

- Ô minha filha, me desculpe. Mas achei que ia precisar dos seus livros também...

Por minhas narinas saiu todo o ar cheios de ira contido nos meus pulmões. Minha mãe é uma mulher com um coração doce e sincero. Certamente que ela não deve ter feito por mal.

- Tudo bem mãe... Eu vou subir... Vou dormir um pouco. Estou cansada.

Na verdade estou triste e minha mãe sabe disso.

- Certo, minha filha. Descanse e quando você acordar desça, pois quero conversar com você sobre algo importante.

Enquanto subia as escadas que davam para os comodos de cima. Aquelas palavras ditas por minha mãe ecoaram em minha mente até a porta do quarto. Eu nunca vi minha mãe tão séria em toda a minha vida. O que ela quer? Isso eu não sei. Mas sei o que quero: dormir ou chorar. Vou chorar depois, agora vou dormir.

Tive um sonho muito estranho. Sonhei que estava em um lugar sem nuvens, prédios ou qualquer outra coisa. Tudo era da cor de um lindo e pacífico branco de canto a canto. Eu vi alguém se aproximar de mim, parecia ser um robô, contudo suas características eram completamente humanas: ele tinha lábios rosados, seus olhos pareciam se misturar entre um azul profundo e um castanho claro, seu cabelo eram branco e rodeados como a neve em contraste com cerejeiras e sua pele cheirava a jasmin do campo ou alfazema - não sei ao certo, mas era um perfume doce e suave. Ele me beijou suavemente e disse que em breve iamos nos encontrar.

Eu nunca vi alguém assim. Uma paz tão grande me tocou quando estava com ele. Ele era humano? Eu vi ele ir embora e com ele tudo se desvanecia. O branco estava escurecendo. Vi o chão se abrir e uma escuridão silenciosa tomou conta de tudo.

Eu pude ouvir uma voz estridente dizendo "volte" em minha direção vinda da escuridão daquele céu.

Isso foi assustador, uma experiência como essa. Tão lúcida como a realidade fora dos sonhos. Mas confesso que gostei.

De volta ao mundo real, aquele sonho me fez deslocar da realidade. Sinto vontade de sonhar outra vez. O que era aquele lugar? Quem era aquele garoto? O que eram aquelas coisas? De quem era aquela voz?

Estou ansiosa para ouvir o que minha mãe têm a dizer. O que seria tão importante assim?

Antes que eu terminasse meu pensamento, ouvi três batidas na porta do meu quarto. Era Nic. Minha mãe pediu para entregar-me um lanche, mas a porta estava trancada.

- Já vai Nic! Vou me vestir.

Ali estava ele, me aguardando. Uma antiguidade ambulante.

- Como sabia que era eu, senhorita Lancelotti? Intuição?

- Sim...

- Minha mãe está lá em baixo?

- Sim, senhorita.

- Vou comer isso aqui, daqui a pouco eu desço.

- Certo, senhorita!

Depois de um tempo o silêncio entre eu e Nic, motivados pela ocupação dos meus dedos, bocas e olhos no sanduíche, o mesmo foi quebrado após a pergunta que Nic me fez.

- Senhorita Lancelotti, o que é a intuição, você pode me ensinar?

Após isso me lembrei do que havia falado mais cedo a ele. Respirei bem fundo o ar, e em seguida expirei, engolindo logo após a última mordida do sanduíche trazido por ele e bebendo o último gole de suco, pensando no que ia dizer.

- Tudo bem eu ensino, porém tenho uma condição.

- Certo!

- Você vai parar de me chamar de senhorita, eu não gosto disso. Faz muitos anos que você me chama assim, não me sinto mais a vontade em você me chamar dessa forma. Me chame apenas de Alice, ok?

- Certo senhori-não! Alice.

- Quando conversar com minha mãe, pois ela quer falar algo pra mim, conversaremos, amanhã. Prometo!

Alice in the Darkness - Alice na EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora