Prólogo

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Maiara | Point of view

Já era a quarta vez naquele dia que eu olhava os anúncios de emprego nos sites em que eu encontrei no Google. Minhas amigas estão impacientes na minha frente, sem saber o que estou fazendo há trinta minutos no computador.

Eu não podia simplesmente deixar tudo o que estava fazendo antes delas chegarem para ver filmes.

Eu precisava urgentemente de um trabalho.

Minha colega de dormitório havia saído, ela sempre sai nos fins de semanas para passar com sua família, e eu, sempre ficava no dormitório, já que não tenho família para visitar.

Eu via meus pais diariamente. Minha mãe era a diretora da faculdade e meu pai era o professor de literatura daqui. Meu irmão mais velho tinha se mudado e fazia faculdade na Inglaterra.

— Não íamos ver filme e comer pipoca? - Luísa pergunta, girando na cadeira que fica na minha mesa de estudos.

— Estou procurando por um emprego. Preciso de dinheiro, preciso pagar a mensalidade da faculdade e me sustentar. - Respondo. - E você sabe que eu estou tentando comprar uma casa para morar, não aguento mais ficar no Campus. - Suspiro, rolando em mais uma página de site de emprego.

Sempre faltava algo para eles. No começo o problema era que eu não tinha terminado o ensino médio. Terminei. Depois, o problema era a minha falta de experiência. Eu adquiri a experiência com meus últimos dois trabalhos. Agora, o problema era o fato de eu falar apenas uma língua.

É difícil essa vida de estudante desempregada.

— Emprego? O que aconteceu com seu trabalho no Taco Bell's? - Quem pergunta agora é Marília, que estava deitada na ponta da minha cama, fazendo carinho no meu cachorro, que se derretia todo com os toques suaves da minha melhor amiga.

Não, não era permitido ter animais de estimação nos dormitórios, mas Lari, minha colega de quarto, não contava a ninguém de Shark e eu não contava de seu coelho, que ela dizia ser seu melhor amigo.

— Eu fui demitida. - Digo simplesmente, sem tirar os olhos do notebook a minha frente.

— Maiara... você trabalhou lá por duas semanas, como foi demitida tão rápido?

— Eu não tenho culpa. Os clientes pensavam que só porque eu trabalhava no drive thru eu tinha que atender eles na velocidade da luz. Porra, Luísa, você sabe que eu me estresso fácil, acabei xingando uma cliente e depois que a senhora chata ameaçou colocar a lanchonete na justiça, eu fui demitida.

Minhas doces amigas, ao invés de me apoiarem, riem de mim. Elas começam a rir do fato de eu ser demitida do único trabalho que eu consegui em meses e eu bufo, me levantando e indo até o pequeno frigobar que eu tinha no quarto.

Pego uma lata de energético, bebendo um pouco antes de colocar de volta na geladeira.

— É porque vocês têm o apartamento de vocês, e vivem nele sozinhas, com paz. Aqui eu não tenho privacidade nenhuma. Eu amo a Lari, o problema não é nem ela, e sim minha mãe, que entra no quarto a hora que ela quer. Dona Almira controla a hora que eu entro na faculdade, que eu apareço nas aulas. O meu pai ignora, mas ela fica no meu pé o tempo inteiro. - Me jogo na cama, mais uma vez fechando a tela do notebook.

— Você sabe que pode voltar a aceitar a mesada dos seus pais a qualquer momento, certo? Almira te daria certo salário dela todo se você quisesse.

— Eu não quero depender dos meus pais para sempre, Luísa. Sem contar que você conhece minha mãe. Usando o dinheiro dela, ela começaria a controlar tudo que eu compro.

ONLYFANS - MAIARA CARLAOnde histórias criam vida. Descubra agora