Capítulo 12

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S/n Ferreira | Point of view

Suspirei, antes de pisar no taco bell's. Eu ao menos sabia que horas eram, mas sabia que a lanchonete ficava aberta por vinte e quatro horas.

E não era como se o sol já não fosse nascer em poucas horas.

Era o último lugar que eu tinha em mente para procurar por Maiara.

Depois que a garota a qual eu não lembrava o nome divulgou seus vídeos em um telão na última festa que eles fizeram na universidade, Maiara sumiu. Luísa, Marília e eu a procuramos em sua casa, no Campus, nas ruas. Mas não a encontraram.

Eu conhecia Maiara fazia pouco menos de duas semanas, mas na minha mente, parecia que nos conhecíamos a vida toda.

A lanchonete estava vazia, mas lá atrás, nas últimas cadeiras, eu a vi. Comendo um burrito e chorando.

Meu coração se quebrou ao vê-la tão triste, e tão vulnerável.

Maiara merecia as melhores coisas na vida dela, e não uma "colega" de faculdade que age como se estivesse em uma série da Netflix.

— Carla? — chamei sua atenção, a fazendo secar minimamente as lágrimas que caíam e deixar o lanche de lado.

— Não me chame assim — ela pediu.

Assenti, me arrastando para seu lado e ficando em silêncio.

Eu não sabia o que falar.

Perguntar se ela estava bem? Não, é claro que ela não estava bem. Seu corpo foi violado, alguém a expôs da maneira mais cruel que existia.

Posso perguntar se ela quer carona para casa? Mas se ela quisesse estar em casa ela teria andado até lá ao invés de andar até uma lanchonete vazia.

Posso oferecer meu ombro, caso ela queira chorar. Isso. A melhor opção.

— Mai, se você quiser... — não pude terminar já que fui interrompida pela garota.

Acabou que no fim, meus pensamentos de nada valeram, já que, quem quebrou o silêncio foi Maiara, com a voz fraca e rouca causada pelo choro.

— Por que ela fez isso? Eu não entendo — a ruiva perguntou, apoiando a cabeça na mesa.

— Ela é uma idiota — foi o que eu respondi, sem saber exatamente o que falar a respeito.

Eu queria dizer muitas coisas, mas não sabia quais eram as palavras certas a serem ditas naquele momento.

— Ela poderia ter chegado para mim, e falado: "Hey, Maiara. Sei que faz lives se masturbando nas horas vagas, se não deixar eu fazer o discurso na formatura eu vou contar para todos". Eu aceitaria na hora. E sem contar que é literalmente só um discurso, que eu provavelmente pegaria da internet — Maiara diz ao meu lado.

Passei a mão em suas costas, tentando acalmar seus pensamentos. Senti que ela choraria de novo, então a puxei para mais perto de mim, a fazendo se deitar em meu peito.

— Todo mundo viu. Todos os alunos. Eles riram de mim, e falaram coisas nojentas. Eu juro que ouvi um garoto perguntando quanto eu cobrava pra dormir com ele — ela termina de dizer com dificuldades, por conta das diversas lágrimas que caíam pelo seu rosto.

ONLYFANS - MAIARA CARLAOnde histórias criam vida. Descubra agora