IV. Nosso número

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Outono de 1989, Amber — nove anos

Amber Rosier

  Eu estava em pé no pedestal, — Um espécie de pequena plataforma para me manter mais alta — enquanto Coco ajustava o meu vestido para que não estivesse longo o suficiente para me fazer tropeçar e cair. 

  Me esforcei para não pensar no ocorrido da madrugada retrasada, e quando acordei na manhã seguinte na minha cama, como se nada tivesse acontecido, passei a me manter distante dos elfos, porque talvez, se eu estivesse longe, eles estivessem mais seguros. Ou talvez porque sou muito covarde para poder encará-los depois do que aconteceu.

  A mansão estava uma barulheira só, empregados e elfos se movimentando sem parar, mas agradeci mentalmente pela voz que comandava a organização ser de tia Cissa, e não a da Sra. Josephine.

          — Pequ... Srta. Rosier, Coco poderia pedir para que se virasse um pouco para a direita? — Sua voz soou tranquila, mas havia um pesar oculto na maneira como me chamou.

  Fiz o que Coco pediu, me virei e imediatamente bati os olhos na Sra. Josephine parada em frente a porta, averiguando com o olhar semicerrado. Ela entrou no quarto e rodeou a mim, observando bem o trabalho que Coco estava realizando no meu tutu cor de rosa. Então se virou para as demais moças que arrumavam algo na minha penteadeira e falou ríspida.

          — A Sra. Malfoy solicita ajuda no andar de baixo, venham. — Então faz um gesto para que as moças seguissem para fora e se virou novamente para minha direção. — Vai ficar bem Srta. Amber? — Seu tom privado de qualquer emoção ou cuidado, eu assenti, então ela continuou afiada com um aviso rude. — Em breve, eu, ou a Sra. Malfoy viremos aqui verificar se está tudo em perfeito estado.

   Cuspiu seu aviso hostil olhando na direção de Coco e então se virou, e por uma fração de segundos desejei que ela tropeçasse em algum pedaço de tule rosa espalhada pelo chão e caísse, batendo aquela boca grande demais, desproporcional para qualquer ser humano, então quem sabe ela parasse de dizer coisas com esse tom grosseiro.

  Conforme ela se afastada eu cerrei as mãos com raiva, mas então senti um toque frio no meu braço, desviei a atenção da velha odiosa e encarei Coco. Sua voz doce e tranquila me fazendo repensar sobre minha imaginação tão condenável.

          — Coco acha que a senhorita vai ser a aniversariante mais linda de todo o mundo.

  Gentilmente Coco ajustou a saia, levantando o tule, proporcionando um toque extra de elegância. Eu sorri e dei uma voltinha, de fato deslumbrada com o quão lindo ela o havia tornado.

          — Você é a modista mais talentosa que eu conheço Coco. — A elfa sorriu com a maneira requintada que substitui o simples "costureira", sabia do talento e aspiração que Coco tinha pela moda, ela merecia muito mais do que apenas me servir aqui.

  A pequena elfa se levantou e guardou os restos do tecido numa pequena caixa, juntamente das linha coloridas e tesouras, juntou todos seus pertences nos pequenos braços se preparando para sair.

          — Acho que está na hora de Coco se juntar aos demais. — Aos demais, aos outros elfos que agora se concentravam em servir mais de uma dúzia de bruxos tão frios quanto a Sra. Josephine Melbourne, minha pupila deve ter dilatado pois o medo que eu senti foi intenso. Eu queria pedir para que ficasse, ficasse comigo, que não permitisse que minha mente pensasse demais, pensasse em como eu não era merecedora daquilo, de como eu apenas queria visitar o túmulo de minha mãe e chorar, mas seria muito egoísta da minha parte, então apenas assenti com os músculo tensionados. — Coco acredita que a pequena Amber vai se sair bem...

𝙍𝙚𝙡í𝙦𝙪𝙞𝙖𝙨 𝙙𝙖𝙨 𝘼𝙡𝙢𝙖𝙨 | draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora