Uma noite de roubo, não como as anteriores, pelas fontes teria chances de ser o segundo maior que já havia feito. Um carregamento de materiais super importantes para as pesquisas dos cientistas ia passar pelo reino central dos elfos, pouca segurança, com apenas um problema fácil de resolver, arrombar um cofre com um estilo novo de fechadura. Passei semanas treinando com uma réplica quase idêntica. Junto à mim iria junto um humano e um tiefling, trabalhar sozinha sempre foi meu foco principal, mas as vezes, principalmente para roubos grandes, era bom ter companhia, essas eu tinha convencido por causa de algum charme que usei contra eles.
Cheguei no ponto de encontro com alguns poucos minutos de atraso, meus comparsas já estavam se preparando, o tiefling um rifle e espada, o humano, por outro lado, estava com um machado junto com muito ódio em seu rosto. Dava para ver que nada iria correr bem, já suspeitava disso quando chamei eles para esse trabalho.
– Por que demorou elfinha? – O humano perguntou apontando o machado para mim.
– Ei fica calmo amigo, ela tem cara de saber o que está fazendo. – Disse o tiefling, enquanto abaixava o machado de seu amigo. – Que tal recapitular o plano?
Tirei da minha bolsa o mapa da trilha, estendi no chão.
– O resumo é o seguinte, vou parar eles na floresta da saída do reino pedindo ajuda, dizendo que fui assaltada. Estava confirmando os últimos detalhes, para informação do seu amigo bravinho – Falei isso olhando o humano quando mostrava um sorriso debochado. – São três guardas, dois na parte da frente e um atirador na parte da frente. Eu e o tiefling vamos pegar os dois guardas da frente, humano, você pode estourar a porta do carruagem, ali há dois compartilhamentos, o primeiro é onde o atirador está e o segundo é um cofre. Depois de tirar os guardas é só levar a carroça para algum lugar isolado e eu faço o serviço de abrir o cofre.
– Rápido e simples, parece até mentira. Vou carregar a arma, nunca se sabe quando vai precisar.
– Sem mortes, já falei. – Olhei sério para o atirador e continuei. – Todos eles tem família, eles não fizeram mal para ninguém.
– Tudo bem linda, vamos fazer isso só porque o conteúdo da carruagem parece ser bom.O tiefling deu algumas cotoveladas de leve no humano, que estava muito desapontado com o fato. Fomos para o melhor ponto da emboscada e esperamos até a carroça aparecer no início da trilha. Rasguei minhas roupas um pouco, me sujei e cortei para ser mais convincente. Comecei a caminha mancando na direção contraria em que vinham dando pequenos gritos cansados. Quando me viram naquele estado logo pararam.
– Senhorita, o que aconteceu? – Disse um dos guardas enquanto descia da carruagem vindo na minha direção para me ajudar.
Logo que chegou perto de mim ouço um tiro, por leves segundos o tempo passou devagar enquanto via o homem caindo sem vida no chão, segundos depois outro tiro e o homem que conduzia também ia ao chão. Vejo o humano indo para trás da carruagem de arrombando a porta de trás, depois disso um grito junto a um pedido de clemência, que foi logo silenciado.
– Achou mesmo que iria ser tão fácil assim. – Ouço a voz do tiefling vindo de atrás de mim, sem nenhuma surpresa me virei e lá estava ele apontando seu fuzil para mim. – Trabalhar para uma elfa negra, que tipo de idiotas você acha que a gente é?
– O tipo que fariam tudo por causa de um par de peitos?
– Muito engraçadinha. Como está o cofre ai atrás!? – Gritou para seu companheiro.
– Sobre isso ela não mentiu, realmente é um cofre diferente, não tem cadeado. Nem fechadura.
Precisava pensar em um plano o mais rápido possível não tinha tanta, pelo tipo da arma que ele segurava tinha capacidade máxima de cinco balas. Seu amigo grande e lento era um alvo fácil. O tiefling veio em minha direção apontou a arma no meio dos meus olhos.
– Que tal abrir o cofre e ai a gente reconsidera te matar.
– Eu até negaria, mas com essa educação toda não tem como.
Fui empurrada até o cofre, chegando ali vi o corpo do atirador, o humano havia partido a cabeça dele ao meio, isso me enfureceu, roubar tudo bem, mas essa violência toda era desnecessária. Esses dois vão pagar. De frente para o cofre e comecei a ganhar um tempo.
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Ecos do Conflito: Cicatrizes do Passado
FantasiDepois de anos vivendo descartada da sociedade, roubando para poder sobreviver, Galadriel, uma elfa negra encontra o que pode ser sua passagem para fora dessa vida, a convocação da alta cúpula de Argon em busca de voluntários para uma expedição até...