Capítulo 6

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Naquela noite, a fazenda estava envolta em um silêncio pensativo. Rosa, embora fisicamente exausta, encontrava-se perdida em um mar de reflexões e inquietações, sua mente uma tempestade que não permitia o descanso. Do outro lado da história, Carol, embora desprovida dos detalhes que turbavam Rosa, compartilhava da mesma inquietude. Uma corrente de pensamentos e sentimentos não ditos as unia, mesmo em silêncio.

Ao raiar do dia, os primeiros raios de sol se infiltraram pelo quarto, despertando Rosa de suas divagações noturnas. Decidida a enfrentar o dia, levantou-se, banhou-se, e enquanto o vapor se dissipava junto com alguns de seus pesares, decidiu que um café forte seria seu próximo aliado. Ao passar pelo quarto de Júlia, depositou um beijo terno na testa da filha, ainda entregue aos sonhos.

Após o banho, Rosa notou a ausência de Júlia em sua cama, o que a deixou perplexa. A menina raramente acordava por conta própria, ainda mais em um ambiente não familiar. Com uma pontada de preocupação, Rosa se dirigiu à cozinha, onde encontrou Rita, a encarregada do café da manhã.

"Ritinha, você viu a Jú? Ela não estava no quarto quando voltei do banho", indagou Rosa, a preocupação evidente em sua voz.

"Bom dia, Rosa! Ah, a Carol chegou cedo hoje e foi imediatamente sequestrada pela Jú e pela Alice. Elas saíram correndo para fora antes mesmo de você descer", respondeu Rita, com um sorriso tranquilo.

Surpresa, Rosa agradeceu a informação e tomou seu café, seus pensamentos agora divididos entre a preocupação e a curiosidade sobre a presença  de Carol.

Enquanto isso, em outro canto da fazenda, Carol se via rodeada por Júlia e Alice, suas pequenas sombras cheias de energia desde o nascer do sol. O dia prometia ser longo, mas a alegria das crianças era contagiante. Afinal, não havia como resistir àquelas carinhas pidonas, desejosas por uma aventura a cavalo.

O dia se desenrolou com uma leveza que Rosa não esperava. Apesar da ausência de Júlia, sua mente estava ocupada com as tarefas e as interações com os demais na fazenda. Foi somente ao final da tarde, após um dia repleto de atividades e reflexões, que ela decidiu explorar os arredores, buscando um momento de paz.

Foi então que, ao longe, avistou Júlia, Alice, Pedro, e Carol no haras. Uma cena de contentamento puro se desdobrava diante dela, e sem perceber, Rosa se viu caminhando em direção a eles, atraída pelo vínculo evidente que unia sua filha e Carol.

O reencontro foi carregado de emoções, a alegria de Júlia ao ver a mãe, os relatos entusiasmados de suas aventuras e a preocupação maternal de Rosa com a saúde da filha, tudo culminou em um momento de conexão sincera entre elas.

Ao fim, Rosa se viu diante de Carol, ambas conscientes da necessidade de uma conversa. A oferta de Carol para conversarem após o jantar foi aceita por Rosa, um passo tímido, mas significativo em direção a um entendimento mútuo.

E assim, a fazenda, testemunha silenciosa de suas vidas, aguardava o desenrolar dessa conversa, um possível prelúdio para novos entendimentos e talvez, novos começos.

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