08 Perdidos

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Nem todos os treinos prepararam o Haru Violeta para aquele momento

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Nem todos os treinos prepararam o Haru Violeta para aquele momento. Perdido no meio da floresta, ele viu o dia escurecer, o som estrondoso dos raios e os pingos grossos de chuva desabarem sobre a Terra. De tempos em tempos a natureza ainda se revoltava contra o Novo Mundo derramando temporais que podiam varrer regiões inteiras. Ele era um Rei, um Alfa Lúpus poderoso. Ele sempre se achou invencível, mas contra a força da natureza não há Rei que possa se impor, e pela primeira vez em sua vida, Jungkook se sentiu pequeno. Os galhos de árvores despencavam de forma aleatória e a cada passo ele tentava desviar carregando Jimin em seus braços e as mochilas nas costas. Cada estrondo dos raios, sentia o corpo pequeno que carregava se encolher, ainda perdido em sono profundo. Jungkook escondeu o rosto de Jimin em seu peito, curvou o corpo o máximo que pode, para evitar que algo caísse sobre o ômega, enquanto ele já tinha sido atingido por galhos, frutos e coisas que ele nem distinguia, tudo que sentia era a dor quando era atingido pelas costas. Mantinha o rosto baixo, protegendo os olhos, o que dificultava ainda mais a jornada. Ele sempre foi poderoso, mas em um determinado momento se sentiu acuado pela força do tempo. Ergueu o rosto rapidamente para decidir sobre que rumo tomar, a floresta estava na penumbra, a chuva tão forte que chegava a cegar.
Jungkook ouviu o som de um raio tão próximo que a terra chegou a tremer, viu o clarão iluminar o caminho, e ouviu o barulho de um tronco rachando, sabia que uma das árvores vinha a baixo. Correu, o mais rápido que conseguiu, Correu até seus pés, calçados em botas longas, escorregarem na lama e seu corpo tombar no chão. Pôs a mão sobre o rosto de Jimin e desabou. Jungkook caiu, pela primeira vez perdeu o domínio do próprio corpo, e partes da copa da árvore caíram sobre si. Não foi o tronco, mesmo assim, eram galhos imensos e ele sentiu a dor, sentiu as costas rasgando, mas tudo o que pensava era proteger o ômega. Sua mente, seu lobo gritando, proteja-o, e Jungkook o fez. Sentiu lágrimas de pura dor escorrerem por seu rosto coberto de folhas e lama, mas depois de alguns minutos entendeu que estava vivo e inteiro, quase morto de dor, mas inteiro. Conseguiu se mover, as alças das mochilas tinham se rasgado e caído. Ele ficou de lado, tocou em Jimin, sentiu sua respiração. Envolveu o corpo do ômega, formando um casulo.

- Eu o amo, falou no ouvido de Jimin. Se morrermos aqui, saiba que eu o amei mesmo antes de o conhecer. Amei você ainda mais quando o senti em meus braços. Me perdoe se sou tão rude, eu não aprendi a amar.

Jungkook acariciou os cabelos de Jimin e beijou sua testa. Viu os olhos do ômega abrirem e fecharem em questão de segundos. E o Haru que podia ver no escuro, viu os olhos âmbar, lindos e brilhantes de encontro aos seus. E quando seus olhos se cruzavam, as palavras eram desnecessárias. Jimin viu o amor expresso nos olhos violeta. Ambos fecharam os olhos ao mesmo tempo, dominados pelo total esgotamento.

Horas depois, Jimin abriu os olhos e diante dele só viu o caos. Seu corpo preso entre os braços imensos de Jungkook e os dois caídos entre dezenas de galhos de árvores. Ele tinha dificuldade de respirar, como se o ar tentasse entrar por suas narinas, mas toda aquela sujeira formasse uma barreira, o impedindo de respirar. Ele conseguiu levar a mão ao rosto, limpou um pouco o nariz e os olhos. Tocou a coleira, enfiou os dedos pequenos entre ela e seu pescoço, tentando alargar um pouco, mas aquele material era duro demais. Por que não tinha a força de Ziah? Por que não nascera com a força dos dragões, porque?

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