[41] Fiore

365 86 28
                                    


" Sono rinato, appena sei nato tu. "

🍷🍇

• —————————— •

🌼🍼

Um mutirão havia se formado dentro do quarto ocupado pelo ômega, a todo instante saiam e entravam pessoas carregando coisas. Toalhas limpas, e mais água morna. Quem estivesse naquele corredor era capaz de escutar os gritos agonizantes que vinham do cômodo. Um misto de dor, força, e tristeza. Jin estava dando tudo de si para que seu filhote pudesse vir ao mundo.

A cena não era nada como havia fantasiado. Ao seu lado ele não estava, buscava por suas mãos, as palavras de apoio, mas não as tinha. Não tinha ele. Mas apesar de tudo, o sentia.

As grossas gotas de chuva atingiam as janelas do quarto, misturando-se com suas palavras de súplicas. Ele ouvia a todo instante alguém falar consigo, lhe auxiliando naquele momento tão delicado, onde exigia tanto de sua força. Mas por que seus olhos insistiam em fechar ?. Por que se sentia tão cansado ?.

— Vamos lá, filho. Você precisa continuar. Força !!. — uma senhora lhe pedia, podia a ver posicionada bem no meio de suas pernas. Enquanto outra mulher usava de um pano úmido para secar o seu suor.

— E-Eu não c-consigo...— disse em meio ao grito doloroso. Apertava o lençol da cama aonde estava, sentindo seu ventre se contrair todas as vezes que se esforçava. Sentia a agonia de seu filhote. Ele lutava para nascer.

— Respire. Vamos lá. Mais uma vez, continue, você está indo bem. — pediu mais uma vez a ômega. Devido a forte tempestade doutor Ramires ainda não havia chegado, por sorte uma parteira que morava aos arredores se disponibilizou para ajudá-lo. — Você tem que continuar. Seu filhote precisa de você.

E o ômega continuou, por incontáveis minutos, dando toda sua força, que aos poucos alcançava seu limite. Seu corpo parecia não aguentar mais tamanho esforço, sua mente o chamava, Loar clamava por seu alfa. Precisava dele. Mas não o tinha.

Do lado de fora do quarto, a família Bianchi estava reunida perto da porta, ouvindo tudo que se passava lá dentro. Todos muito apreensivos, tentando se colocar no lugar do ômega. Mas ninguém era capaz daquilo. A marca entre lobos é muito mais que um elo que liga duas almas, é uma extensão do outro, uma parte importante conectada a outra pessoa. Através dela se dividi muito além de sentimentos e emoções, e todos ali sabiam que o ômega necessitava de sua outra metade.

— E então, o filhote já nasceu ?. — Seulgi perguntou ao que viu uma das mulheres deixar o quarto, certamente precisava de mais toalhas.

— Infelizmente não, senhora. O ômega está cada vez mais fraco, se o doutor não chegar a tempo, não sabemos o que será dele e do filhote. — a beta falou com um semblante cansado. O ômega estava em trabalho de parto a algumas horas, e desde então todos estavam se empenhando naquilo.

— Meu Deus. M-Meu bambino. — Seulgi levou suas mãos até a boca, abafando seu choro, mais logo fora amparada por seu alfa.

Seokjin derramou até sua última gota de suor, chorou lágrimas silenciosas, usou de toda sua força para trazer ao mundo aquilo que se tornaria seu tudo. A marca queimava em sua pele, o lembrando que ele estava ali, não fisicamente, mas permanecia ao seu lado, o guiando de alguma forma. Pensou em Namjoon quando achou que já não tinha mais forças, no amor que sentia por ele, e em como sentia falta de seus carinhos.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora