[32] Benedizione

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" Chi più sa, meno parla."

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Debruçado sob a privada do banheiro de um dos quartos de hóspedes, Jin sentia a queimação passar por sua garganta todas as vezes que colocava todo conteúdo que estava em seu estômago para fora. O gosto amargo, e a sensação ruim, fazia com que as lágrimas se acumulassem nos cantos de seus olhos. Abaixado perto de seu corpo, Paolo segurava um lenço, e fazia um leve afago em suas costas. O empregado já havia perdido as contas de quantas vezes aquela mesma cena se repetiu durante aquela semana.

— Tudo bem, tudo bem. Passou. — secou o canto dos lábios do patrão, e o ajudou a se sentar com as costas escoradas na cerâmica gelada do banheiro. Jin inspirou profundamente, e fitou o teto do cômodo apertado, fechando os olhos em seguida.— Não quer que eu chame um médico, senhor ?. — Paolo falou depois de alguns breves minutos de silêncio absoluto.

— Não precisa, Paolo. — disse seguido de um meio sorriso. Porém mais uma vez a ânsia fez com que se aproximasse desesperadamente da privada. Onde mais uma vez vomitou. E por mais alguns minutos, seu fiel escudeiro se manteve ao seu lado. O beta acabou por descobrir aquilo por acaso, estranhou as luzes de um dos últimos quartos do corredor acesas, e ao se certificar de quem possivelmente poderia estar lá, encontrou Seokjin nessa mesma situação. Respeitou o pedido que o ômega lhe fizera, de mão comunicar aquilo para o alfa, mas já estava sentindo que as coisas fugiam do controle de seu amigo.

— Isso não é nenhum pouco normal, vens passando mal a dias. Nada parece se manter em seu estômago por muito tempo. — dizia enquanto ajudava o outro a caminhar até deitar-se na cama. — Estou preocupado, senhor. Devo comunicar ao senhor Namjoon imediatamente, ou então—

— Não, por favor. Não diga nada a ele. — segurou firmemente no braço do beta, quando esse fez menção de se afastar de si. — Não quero que ele se preocupe tanto, Namjoon tem se esforçado demais ultimamente. — seu alfa estava tão sobrecarregado, que seu cansaço era mais que evidente para todos que estavam ao seu redor. O trabalho demasiado, junto da preocupações em relação a vinícola, faziam o alfa perder o sono. E por esse motivo, decidiu não incomoda-ló com aquele assunto. Resolveria por conta própria, seu amor precisava descansar. — Preciso que faça um favor para mim. — pediu, atraindo a atenção do funcionário.

— Claro. Em que posso ser útil ?.

— Quero que me leve até a cidade assim que o dia amanhecer, preciso encontrar-me com uma pessoa. — a forma seria em que falou, deixou o outro assustado. Mas assentiu logo em seguida, jurou servir aquele ômega com fidelidade. Por isso escutou tudo que o mesmo tinha em mente pelos próximos minutos, prometendo ajudá-lo como havia dito antes.

Depois daquela breve conversa, Jin fora deixado sozinho no quarto, pois Paolo havia ido a procura de algum chá que o ajudasse com os enjoos. E por esse motivo, seus pensamentos preencheram todo cômodo. Como se aquilo fosse capaz de ser ouvido por si, as palavras eram sussurradas, e suas suposições ganhando ainda mais confirmação. Apesar de pouco experiente, não era ingênuo. Seu avô sempre foi um ômega a frente de seu tempo, e fez questão de educar o neto pelo mesmo caminho. Luigi fez o que muitos conservadores diriam ser um absurdo, mas para ele, era apenas o direto do mais novo de conhecer o mundo como ele é.

Queria estar errado, desejava do fundo de seu coração que todos aqueles pensamentos fossem apenas suposições absurdas construídas por sua cabeça. Mas pela forma que vinha se comportando desde do dia em que ouviu aquelas palavrinhas tão inocentes ditas pelo pequeno Jimin, soube que talvez  seu maior medo estivesse se tornando realidade.

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