⠀⠀01 ❍ CAPÍTULO UM

59 9 3
                                    



⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀

⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


ANELISE QUERIA GRITAR.

Não sabia o que estava acontecendo, não sabia onde estava, não sabia como viera parar ali ou o que caralhos era "Nova Asgard". A mulher tremia de frio, estava apenas de camisola no meio da rua enquanto a mulher ao seu lado a encarava de lado com desconfiança. Não que ela confiasse muito, sua experiência sendo nascida e criada em Nova York a ensinou a desconfiar de todo mundo.

Mas também não era como se tivesse muitas opções, não quando você dorme em sua cama e acorda caindo no meio de uma rua asfaltada em uma montanha na porra do fim do mundo. Outra coisa esquisita era que tudo era silencioso, como se não houvesse animais ao redor.

Suas mãos tremiam, mesmo que Anelise apertasse uma na outra enquanto seguia a mulher. Sentia-se perdida pela primeira vez em muito tempo, imaginando todos os cenários mais absurdos, que alguém a tinha sequestrado, a estuprado e jogado seu corpo ali, mas ela não sentia nenhuma dor, seu corpo estava normal. Imaginou ser sonâmbula, mas como conseguiu chegar ali, onde mesmo acordada ela não fazia ideia de onde estava?

Esperava ao menos que não tivesse saído do estado, estava sem carteira e consequentemente sem sua identidade ou dinheiro. Estar sozinha e depender apenas de si mesma não era algo estranho a mulher, mas Deus, ela só tinha a roupa de seu corpo consigo.

Quando acordou a primeira coisa que fez foi checar seu corpo, procurando machucados e roxos, quando não achou nada, suspirou em alívio. Só depois que finalmente prestou atenção o que usava, Anelise se lembrava de ter ido dormir de camisola, mas agora ela estava com um vestido leve e esvoaçante vermelho, longo e que tinha duas aberturas laterais que deixavam suas pernas livres, em seu pé estava uma sapatilha preta de pano e mais nada. Apenas essas duas peças de roupa, quando percebeu isso, seu coração gelou novamente. Alguém a tinha trocado de roupa presumindo que não fosse sonâmbula.

Anelise somente começou a olhar ao redor quando escutou a voz da mulher. Ela estava no meio de uma estrada beira de montanha, o tempo estava frio e o cheiro delicioso de grama molhada impregnava todo o lugar, a mulher com a cara fechada que a encarava com desconfiança era mais alta que Anelise, e aparentava ser mais forte também, tinha algumas pinturas em seu rosto, então a cozinheira presumiu que ela era de algum povo indígenas que poderia viver ao redor; estava dos pés à cabeça em couro e um cinto com muitas facas. A mulher ─ Brunn, como pediu para ser chamada ─, estranhou e quase não acreditou quando Anelise explicou sua situação, mal disse uma palavra, apenas para Anelise a seguir que iria levá-la a um lugar mais confortável. O vestido de tecido fino não esquentava nada e os lábios da cozinheira já estavam azuis, assim como as pontas de seus dedos; então ela seguiu Brunn, imaginou que não tinha muita escolha, afinal.

Elas estavam subindo, seja onde for que aquela estrada levava, era para onde Brunn estava indo, Anelise não sabia o que pensar. Qualquer pergunta que fazia para a mulher ao seu lado era respondida com grunhidos, ela claramente não era sociável, mas estava tudo bem, não era como se Anelise fosse. Gostava do silêncio, ele a ajudava a não enlouquecer totalmente com a incerteza do que tinha acontecido, no silêncio ela poderia fingir que tinha algum controle de sua vida naquele momento.

REASON, THOR¹Onde histórias criam vida. Descubra agora