Capítulo 4

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Acordo com o corpo relaxado, minha mente está quieta e tranquila, sei que não dormi tanto que nem das outras vezes que me esgotei, sinto algo diferente, não sei explicar o que é, a cura dessa vez foi mais rápida, mas minha magia está estranha, qui...

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Acordo com o corpo relaxado, minha mente está quieta e tranquila, sei que não dormi tanto que nem das outras vezes que me esgotei, sinto algo diferente, não sei explicar o que é, a cura dessa vez foi mais rápida, mas minha magia está estranha, quieta, como ela nunca ficou depois que foi desperta, não sei por que, mas sinto receio dessa sensação.

Me sento na cama, e pela primeira vez olho verdadeiramente para as minhas mãos, eu voltei a ver. Aconteceu tanta coisa depois do ritual, que acabei não tendo um tempo para mim. Não sei quanto tempo fico olhando para minhas mãos, as admirando, eu as via, eu realmente as via, em algum momento meus olhos se encheram de água, as lágrimas começaram aos poucos rolarem pela minha face, eu as deixei cair, eu precisava desse momento, aquele bolo de emoção que estava na minha garganta que a apertava tanto, me sufocando, começou aos poucos a se desfazer.

Sim estava chorando, um choro lento, dolorido e silencioso, esse quarto, essa cidade, de alguma forma me deram um lar, eu me sentia segura aqui e por isso, nesse momento sozinha, me deixei ficar vulnerável, minha mente era uma confusão de lembranças, muitas dolorosas que eu não queria relembrar, mas era inevitável, um filme passava como um furacão em minha mente, e agora que eu abri essa porta, eu não conseguia fecha-la, precisava colocar tudo para fora, precisava reviver cada momento, sofrer por cada momento, para então poder ser o que as pessoas do lado de fora desse quarto precisam que eu seja.

Não sei quanto tempo fiquei sentada nessa cama olhando para as minhas mãos, com os olhos embaçados, até o momento que as lágrimas pararam, o aperto na minha garganta se foi, a dor diminuiu, mas não sumiu, mas por enquanto eu conseguia colocá-la trancada numa caixa. Respirei fundo, eu precisava me recompor, vestir a máscara de força e equilíbrio que eu não tenho, mais do que nunca eu estava quebrada, por dentro e por fora, mais do que nunca eu tinha dúvidas.

Me levantei e me arrumei, quando me dei por satisfeita com a minha aparência abri a porta, e para a minha surpresa, minha tia estava parada do lado de fora, encostada na parede com uma perna dobrada, e os braços cruzados, ela me olhou serena, com um olhar sábio, nesse momento percebi que ela estava ali há um bom tempo, esperando, pacientemente que eu saísse.

- Tia eu não...

- Eu sei. – Ela apoia uma mão carinhosamente no meu ombro.

Demos alguns passos pelo corredor silencioso e não falamos mais nada. Sei que ainda tenho muita coisa para conversar com ela, e para conseguir entender a loucura que nos ronda, uso esse tempo para ir moldando a máscara e armadura que irei usar para o mundo externo.

Ansal me levou para uma pequena sala simples, com uma mesa ao centro com um café da manhã modesto e algumas cadeiras envolta da mesa. Kuana já nos esperava sentada tomando um chá, ela abriu um sorriso largo para mim, mas quando olhou para minha tia vi seu sorriso diminuir um pouco. Eu conseguia entender essa reação das pessoas perante Ansal, ainda mais quando ela estava no modo de ninfa guerreira, como agora.

Rainha Prometida - A Ordem da Rosa #3Onde histórias criam vida. Descubra agora