Terceiro livro da saga A Ordem da Rosa, nessa parte iremos acompanhar Lia em mais uma parte de sua jornada. Tendo que agora lidar com intrigas antigas do passado e uma guerra se deflagrando em várias partes do mundo.
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Vejo a surpresa no rosto dos irmãos, Ansal, não desvia o olhar de Raoni nem por um segundo, nesses momentos que entendo por que minha tia é quem ela é, e o porquê dela ser tão boa no que faz.
- Vou lhe explicar rapidamente sobre a ameaça que estamos enfrentando príncipe e princesa. – Minha tia olha de um para o outro – A rainha Sombria que os Raruks servem, é a antiga rainha do reino de Dakar chamada Serafina, ou talvez como vocês a conheçam Ani, a senhora que ajudou a Lia na ilha.
Fico calada, somente observando, deixo Ansal comandar a conversa, sim, ela falava como se estivesse passando informações para suas subordinadas.
- Serafina é uma usuária poderosa de magia, magia essa que ela aperfeiçoou durante anos, e que não sabemos a sua real extensão, além disso, ela tem muito conhecimento sobre os três reinos e as três raças, elfos, ninfas e humanos, sejam eles de Dakar ou do deserto, seu objetivo é conseguir usar o poder da fenda. – Minha tia olha para os dois que fazem cara de confusos sobre a informação que ela deu – A fenda é um rasgo no nosso planeta onde dentro dela fica toda a magia primordial do nosso mundo, a ordem guardava o segredo da sua localização, e protegia a entrada, poucas pessoas são autorizadas a passar pela fenda, as que não eram dignas dessa travessia não tiveram um destino muito agradável. – Vejo uma sombra passar rapidamente pelos olhos da minha tia, como se uma antiga memória tivesse vindo como um flash.
Olho curiosa agora para Ansal, ela nunca tinha explicado sobre a fenda dessa maneira para mim antes.
- Se Serafina conseguir arrumar uma forma de ter acesso a essa magia, nosso mundo jamais será como era antes, e não se enganem, nem o deserto ficará a salvo de sua vingança. – Minha tia faz uma pausa para todos na sala absorverem suas palavras – A magia primordial é a essência de tudo, se ela for usada para fins pessoais, como o de Serafina, ela pode destruir qualquer coisa ou ser, refazer qualquer acontecimento em um piscar de olhos.
Os dois escutavam atentamente o que minha tia falava, via o rosto de Kuana ficar cada vez mais pálido e o assombro aumentar no rosto de Raoni, quando Ansal começou a falar das suspeitas da influência de Serafina nos outros reinos, e o motivo por trás disso seria por eles terem relações comigo, pois Matmata seria um dos principais lugares que eu recorreria a aliados nessa guerra, e Serafina sabendo de toda a minha história aqui, garantiu que quando eu retornasse, o reino estivesse desequilibrado.
Confesso que escutar essa verdade, apesar de eu já saber, não foi fácil. Saber que aquela cidade que me ofereceu um lar, que eu consegui me reencontrar, que pessoas que eu conhecia ou curei, morreram nesses ataques ou tiveram parentes que não estão mais entre nós, fez um sentimento de culpa enorme surgir em meu peito.
Conforme minha tia ia contando todas as informações que tínhamos sobre os últimos avanços das tropas de Dakar, descrevendo um pouco mais sobre Serafina e por fim falou que a área da fenda tinha sido tomada, vi os dois a nossa frente perplexos. Ansal no entanto, não falou sobre a profecia ou como eu me encaixava nela.
