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Me sento em umas cadeira que tinha na proa do barco, já haviam se passado mais de doze horas, eram seis horas da tarde, estávamos passando perto da costa de Nápoles, o por do sol estava divino, a brisa tomava de conta daquele final de tarde.

Meus olhos começaram a lacrimejar involuntariamente, eu não podia acreditar que tive mesmo a audácia de sair de casa e fugir, e que agora eu estava aqui, rumo a minha liberdade, era uma sensação tão boa, mas tão esquisita ao mesmo tempo.

Voltei para o meu quarto e fui ler um livro que tinha levado na minha mala, gostava de ler, de tudo um pouco, e com o passar do tempo, adormeci.

Acordei e olhei pela janela, já estávamos nos aproximando da costa, e parecia ser Roma. Me levantei, fui ao banheiro, fiz as minhas higienes e arrumei as coisas que eu havia tirado da mala.

Pus outro conjunto de moletom da cor cinza e então me dirigi para próximo das escadas do barco, por onde iríamos descer para pisar em terra firme.

O barco atracou no cais de Roma e eu desci, andava discretamente, mas com uma certa pressa, eram quase seis da manhã e o meu vôo sairia as oito horas, tinha pouco tempo pra chegar no aeroporto e fazer o check-in.

Consegui pegar um táxi e me fui para o aeroporto que não era tão longe dali, logo logo eu estaria fora desse país, era apenas isso que conseguia pensar naquele momento.

Chegando no aeroporto, paguei o táxi e entrei dentro daquele portal que me levaria para outra dimensão, fui caminhando até um dos guichês, e a moça pediu o meu documento de identificação, entreguei e ela falou:

— Você é de menor, precisa de um termo assinado por o responsável.

— Sim, eu sei, aqui está. — pego o papel que a minha mãe havia assinado sem saber e entrego a ela que analisa e carimba, finalizando o meu check-in — Obrigada! — digo e me dirijo a sala de embarque.

Não demorou muito tempo, o meu celular tocou.

— Amiga, pelo amor de Deus! — ouço Chiara falar desesperada do outro lado da linha.

— O que foi? Aconteceu algo? — falo começando a ficar aflita.

— Eu esqueci de te dizer, se livra do seu telefone, urgente, deixa ele em algum lixo, ou quebra, não sei, mas se livra dele. — ela fala rápido e ofegante, não entendo o porquê.

— Mas Chiara...

- Sem mas, joga fora, o seu pai e o seu prometido vão te rastrear e descobrir onde você tá, se livra desse telefone. Agora preciso desligar, beijo, se cuida.

Ela desliga e eu fico tentando processar as informações, eles não seriam capazes de me rastrear, seriam?

Saio dos meus devaneios com a primeira chamada para o meu vôo, ainda um pouco inerte, pego uma caneta que tinha na minha bolsa e anoto o número de Chiara e o número da minha mãe em um papel e os guardo novamente na bolsa.

— Última chamada para o vôo Quarenta Zero Dois com destino a Zurique, por favor embarcar no portão catorze. — escuto a voz no painel, era a minha deixa, e eu não ia deixar escapar, eu precisava ser forte, nem que isso me custasse tudo, eu não ia desistir, eu lutaria pela minha liberdade até o final.

Quando me dirijo a fila de embarque, já não havia quase ninguém nela, passei próximo a uma lixeira e joguei meu celular discretamente lá dentro. Doeu fazer aquilo, era como se eu tivesse cortado qualquer contato que eu tinha com as pessoas que eu amava, mas era necessário.

Passei pelo corredor e entrei na aeronave, me sentei na minha poltrona, era classe executiva, bem confortável, então me ajustei, e coloquei a minha bolsa nos meus pés enquanto me recordava no banco e olhava pela janela. Estava um dia bonito lá fora, embora tivessem nuvens de chuva, eu gostava da sensação do céu está nublado, aquela cor azul escura era fascinante.

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