Capítulo 18 - Alex

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Nas semanas que se seguiram Alex acompanhou Henry nas sessões de quimioterapia, junto de Catherine e Percy. Com muita relutância o garotou aceitou aumentar a dose dos remédios. Por consequência, ele passou a ficar fraco regularmente com os efeitos colaterais. Alex, sendo um bom namorado, o acompanhou durante todo o processo. Depois, ele ficava com Henry em casa ajudando o garoto a comer e a cuidar dele quando ele vomitava e tinha febre, às vezes

Alex passava o dia na faculdade. Ele anotava tudo pra depois passar para Henry quando o encontrasse a noite. A NYU liberou-o das aulas por causa da sua situação. Ele não reprovaria por falta no final do semestre. Nos finais de semana, Alex o acompanhava na quimioterapia, quando o garoto estava bem para continuar o tratamento

Na primeira sessão que eles foram juntos, Alex observou todo o tratamento que o garoto recebeu. Ele viu as enfermeiras aplicando os medicamentos pelas injeções. Henry passou o tempo todo deitado numa cama com uma mesinha ao lado cheia de frascos de vidro, agulhas e outros utensílios. Alex sempre ao seu lado, segurando a mão dele. O tempo todo

Quando terminou, ele mandou Henry ir na frente com a sua família pra casa, pois ele iria na academia e depois o encontrava. Quando eles saíram do hospital, o garoto voltou na sala do médico para conversar a sós com ele

- Com licença, doutor? - Alex bateu na porta do consultório, encontrando o oncologista ajeitando uns papéis na mesa
- Sim, senhor Claremont? Pode entrar
- Obrigado - Alex se aproxima e se senta numa cadeira de frente para ele
- Aconteceu alguma coisa?
- Não, eu só queria... falar sobre o Henry
- Ele está aqui? - o mais velho observa Alex com curiosidade
- Não, senhor... Ele já foi - o moreno responde cautelosamente
- Entendi

O mexicano se levanta e começa a andar pela sala, nervoso

- Doutor, eu preciso saber de umas coisas
- Pode perguntar
- Essa cirurgia que o Henry precisa fazer... quais as chances de risco?
- Bom... o garoto passou um tempo sem fazer a químio. E mais um tempo fazendo moderadamente. Nesse intervalo, o tumor cresceu. Lentamente, mas ainda assim - ele apoia as mãos na mesa e olha pra Alex - Se ele fizesse a cirugia hoje, as chances de óbito seriam de 60%. Pessoalmente, acho muito arriscado, visto o quadro hereditário de Henry

Alex para por um momento. Sua mente calculista e metódica trabalhando no que poderia fazer para reverter o quadro. Ele volta a se sentar

- Tem como diminuir o risco?
- Sim, ele fazendo a quimioterapia corretamente poderá ajudar. Só lamento informar que essa é a única esperança do garoto. Sem cirurgia, ele não terá muito tempo
- Quanto mais?
- Talvez 2 meses... depois é entubação

Alex se levanta novamente, ficando de costas para o doutor. 2 meses é pouco tempo e a única esperança é uma cirurgia arriscada. Ele encara a porta, tentando conter as lágrimas que ameaçam descer por sua bochecha. Alex inspira fundo e expira várias vezes. Ele se vira para encarar o mais velho

- Só mais uma coisa - o garoto tira um papel do bolso de trás de sua calça e entrega para ele. É um cheque - Isso é para ajudar nas despesas da cirurgia. Vamos fazer acontecer com o risco mínimo!

[...]

Já é quase de noite quando Alex chega na casa de Henry. Ele havia corrido um pouco para suar, pra ter um álibi. Quando bate na porta, Catherine a abre com um sorriso

- Pode entrar, querido. Henry está tomando banho
- Obrigado

Ele sobe até o andar de cima e depois entra no quarto do britânico. Depois de tantas vezes ali, ele já se acostumou a entrar direto. Aquele lugar passou a ser sua segunda casa

Alex escuta o barulho do chuveiro, seguido do sotaque de Henry

- É você, amor?
- Sou eu sim, baby

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