Sua força

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Diego

Quando estamos saindo do restaurante fiquei com receio de perguntar pra ele o que havia o incomodado .
Decidi ser firme e perguntei mesmo pegando no seu braço:

_Amaury você tá bem ?_perguntei.
_Eu tô por que?_perguntou olhando pra mim.
_É que senti você meio pra baixo lá dentro,se eu fiz alguma coisa que te incomodou pode me dizer ta ._disse eu o olhando esperando uma resposta.
_Aconteceu,mais não tem haver com você Diego não se preocupa ta?,agora eu tenho que ir resolver uns problemas de uma venda mais tarde eu te mando mensagem quando eu tiver livre pra gente marcar de sair mais uma vez._disse ele dando um beijo na minha bochecha e se despedindo e indo embora logo em seguida .

Aquilo foi tudo muito estranho . E eu não ia conseguir esquecer tão cedo daquele ocorrido.
Voltei pro Cabaré com esse acontecimento na cabeça.

Amaury

Ver aquela familia feliz no restaurante,me fez relembrar vários traumas de infância que eu fazia questão de esquecer.
A uns 10 anos mais ou menos quando sai dessa cidade e fui morar em São Paulo .
Fiz um acompanhamento psicológico pra colocar a cabeça no lugar ,algo que eu realmente precisava.
Aquele acompanhamento me fez muito bem,mas voltar pra cá depois de anos desencadeou tantas lembranças seguidas de traumas.Que eu tenho que respirar fundo ,pra não descer novamente naquele abismo que foi minha mente por muito tempo.

Estava em um banco da praça olhando para os lados sentado observando a paisagem.
Até que recebi uma ligação do Marcio:

_Oi Patrão,aconteceu o que Cê disse que era pra cuidar._disse ele.

Finalmente isso ia acabar:

_Me manda a localização que eu tô indo  aí._disse eu.

Vovô

Estava esperando o Tadeu chegar ao lugar marcado.
Até que ele chegou ao me encontro em um restaurante a beira de estrada .
Sentou e eu logo disse apurado com as palavras:

_Por que me chamou aqui diz logo._disse eu.
_Aconteceu ,o que não havíamos planejado. _disse ele.
_Não de voltas no assunto e diz logo._disse eu.
_O Amaury tá planejando vender as terras pra uma companhia de São Paulo. _disse ele.
_Como assim?,essas terras eram pra ser minhas,eu disse pra você não deixar acontecer uma idiotice pra isso que eu te pago._disse eu.
_Mas eu fiquei sabendo hoje ._disse ele.
_Não importa ..._disse eu pensando em algo._..mas eu vou dar um jeito nem que pra isso eu tenho que sujar minhas mãos. _disse eu.

Surgiu uma voz no fundo do restaurante,batendo palmas.Era o Amaury:

_Não adianta tentar fazer nada comigo,eu ja confirmei a venda essa manhã mesmo,não importa o que você fizer ,você não vai tocar em uma terra sequer da minha família. _disse Amaury.
_Quem você pensa que é moleque._disse eu indo em direção a ele pegando no seu colarinho e segurando com força.
_Quem sou eu?_perguntou tirando minha mão que estava agarrada em sua roupa._..eu sou o homem que não suporta violência,sou o homem que detesta corrupção e sou o homem que acabou com o seu joguinho...._disse ele se aproximando do meu ouvido pra continuar a frase. _....você nunca terra essas e meu amigo que a comprou é mais poderoso que você jamais será,pelo menos ele não usa a violência..._disse ele se afastando._...nem os meios ilegais para conseguir o que quer.

Chegou perto da mesa do restaurante que estávamos e disse :

_Aqui Tadeu ,uma grana pra você pagar o seu almoço,que vai ser a última que você vai receber de mim._disse ele depositando o dinheiro no bolso da blusa de Tadeu.

Logo depois foi embora.

Amaury

Nossa depois de todo esse desfecho meu coração tava a mil com a adrenalina.
Comprei um champanhe pra comemorar a caminho da pousada.

Ao Tocar - Dimaury  Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora