O sentimento...

649 39 6
                                    

Chuva...
A chuva sempre me deixa com um humor melancólico.
Meu quarto é semiescuro,apenas minha pequena lâmpada ilumina o quarto dando um tom amarelo a tudo.
Estou deitada na cama, com os olhos fixos na janela vendo as gotas caírem, Thor está ao meu lado no chão com o focinho nas patas
dianteiras.
Desde que vim da casa de Tom, não saí da cama.
Algumas horas já se passaram, a noite caiu, escurecendo tudo.
Uma parte de mim se sente culpada e não sei por quê.
Fizemos a coisa certa ao sair, eles nos deixaram em paz.
Além disso, não queríamos que acontecesse outra luta entre
Carlos e Tom.
Estou pensando muito
A chuva está cada vez mais forte, então me levanto para fechar a janela, o
mínimo que quero é que todo o meu quarto se molhe.
Cada vez que me aproximo
dessas cortinas, lembro-me das primeiras vezes que interagi com Tom.
Quando finalmente chego à janela, meu coração para.
Tom está sentado naquela cadeira onde o vi pela primeira vez, ele
está inclinado para frente, as mãos segurando a nuca, os olhos fixos no chão.
Eu pisco, caso esteja imaginando;
No entanto, não importa quando eu
retifico meus olhos.
Tom está lá, sentado, a chuva caindo sobre ele. Ele está encharcado, sua camisa branca gruda em seu corpo como uma segunda pele.
Que porra ele está fazendo?
É outono, pelo amor de Deus, você pode pegar um resfriado.
Eu limpo minha garganta.
- O que você está fazendo?
Eu tenho que levantar minha voz porque o barulho da chuva a afoga, Tom
levanta a cabeça para olhar para mim.
A tristeza em seus olhos me tira o fôlego por
um segundo, um sorriso terno se formando em seus lábios.
- Bruxa.
Eu engulo em seco, cada vez que ele me chama assim, ele causa estragos no meu ser.
- O que você está fazendo aí?
Você vai ficar doente.
- Você está se preocupando comigo?
Por que você parece tão surpreso que eu esteja?
- Claro.
"Eu nem penso em responder."
De algum eu
É ofensivo que ele pense que eu não me importo nem um pouco.
Ele não diz nada, apenas desvia o olhar.
Vai ficar aí?
- Você quer subir? "Independentemente da nossa situação atual, não
Eu posso deixar isso aí, parecendo tão triste. Eu sei que algo está errado com ele.
- Não quero lhe incomodar.
- Você não está me incomodando, apenas seja legal enquanto estiver aqui e
nós ficaremos bem.
- Que eu me comporto bem?
Do que você está falando?
- Nada para me seduzir e outras coisas.
- Está bem.
Ele levanta a mão.
Palavra grega de deus.
Ele sobe e, assim que põe os pés no meu quarto, percebo que talvez não
tenha sido uma boa ideia mandar ele vir; um, porque ele parece fodidamente
sexy todo encharcado e, dois, porque ele está molhando meu tapete inteiro.
- Você tem que tirar essas roupas.
Ele me lança um olhar surpreso.
- Achei que não fosse sedução.
Eu viro meu olhar.
- Está encharcado, não tenha ideias, tire no banheiro.
Vou ver o que posso encontrar o que se encaixa em você.
Obviamente, não consigo encontrar nada que sirva em Tom, apenas um roupão de
banho que minha mãe ganhou há muito tempo e que ela nunca usou.
Eu fico na frente da porta do banheiro.
- Só encontrei um manto.
Tom abre a porta e espera que ele esteja se cobrindo com isso ou algo
assim, mas não, ele abre e sai de cueca como se fosse a coisa mais normal do
mundo.
Bom Deus, mas como é bom.
Eu coro e olho para longe, estendendo minha mão com o manto em
direção a ele até que ele o agarre.
- Estás a corar?
"Não", eu digo, agindo casual.
- Sim, você está, embora eu não entenda por quê, se você já me viu nu.
Não me recordo!
- Já volto.
Ele pega minha mão, desespero claro em sua voz.
- Onde você está indo?
- Fervi leite para fazer chocolate quente.
Relutantemente, ele solta minha mão.
Quando eu volto, ele está deitado no chão em frente à cama, com as costas
contra ela, brincando com Thor.
Nem mesmo meu cachorro pode resistir a ele.
Ele fica fofo naquele roupão branco, passo para ele sua xícara de chocolate
quente e sento ao lado dele, Thor vem lamber meu braço.
Ficamos em silêncio, bebendo de nossas canecas, vendo a chuva
bater na vidraça.
Mesmo que tenhamos distância suficiente entre nossos corpos para Thor passar entre nós, ainda sinto aquele
nervosismo que fico quando ele está por perto.
Ouso olhar para ele e seus olhos estão ausentes, perdidos, fitando a
janela.
- Está bem?
Ele olha para a caneca de chocolate em suas mãos.
- Não sei.
- O que aconteceu?
- Algumas coisas.
Ele corre o dedo ao longo da borda da caneca. Estarei bem,
não te preocupes.
Soltei um suspiro.
- Você sabe que pode confiar em mim?
Ele olha para mim e sorri.
- Eu sei.
Não quero pressioná-lo, sei que quando ele se sentir pronto para me contar o
que está acontecendo com ele, ele o fará.
Ali, admirando a chuva e com uma xícara
de chocolate, ficamos em silêncio, simplesmente gostando de estar juntos.

Através da Minha Janela | Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora