Avô...

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TOM KAULITZ

Observá-la enquanto ela dorme me relaxa.
Isso me dá uma sensação de paz, de segurança que nunca pensei que alguém pudesse proporcionar.
Eu corro as costas dos meus dedos pela sua bochecha suavemente, não quero acordá-la, mesmo sabendo que seria necessário muito mais do que um simples toque para isso.
Sn está exausta.
Eu a esgotei.
Um sorriso arrogante se forma em meus lábios e eu gostaria que ela pudesse ver para que pudesse brincar ou me provocar
sobre isso.
Eu sei que ela diria algo como "deus grego arrogante".
Ela parece tão vulnerável e linda dormindo.
A sua transparência, a facilidade com que o consigo ler é uma das coisas que me atraiu.
Não precisei me preocupar com segundas intenções, mentiras ou sentimentos falsos.
Ela é real, tão clara e óbvia com tudo o que sente.
Isso é exatamente o que eu sempre precisei.
Clareza, honestidade.
É a única maneira pela qual posso confiar e me expor dessa forma, a única maneira pela qual posso me permitir seguir meus sentimentos, liberá-los e abrir meu coração para ela.
Eu vou até ela e beijo sua testa.
- eu a amo tanto.
Ela se move um pouco, mas ainda está dormindo.
Observá-la dormir me faz sentir
um pouco perseguindo, me lembrando de nossos começos.
Minha pequena bruxa perseguidora.
Aquela que pensava que eu não sabia estava me perseguindo, todas aquelas vezes em que agi como se não soubesse que ela estava olhando.
Uma batida na porta me traz de volta à realidade.
Cubro Sn completamente com o lençol e me levanto, me vestindo rapidamente, mas não consigo encontrar minha camisa.
Então abro a porta sem ela.
Duas meninas, que reconheço como primas de Sn, mas cujos nomes não me lembro, congelaram ao me ver.
Seus olhos vão para baixo e para cima
no meu torso nu descaradamente.
"Eh..." Uma delas cora, trocando um olhar com a outra.
-. Bom Deus, como você é bom.
- "Cecilia!"
A outra garota a repreende.
"Cecilia morde o lábio".
- Só estou falando a verdade, Camila, ele sabe que é quente, então por que negar que estamos deslumbradas.
Eu ignoro seu elogio.
- Imagino que vocês sejam as primas que vão dormir no quarto de Sn.
Camila acena com a cabeça.
- Sim, desculpe interromper.
Eu sorrio para ela.
- Relaxe, entre.
Eu me afasto.
Eu estava saindo, só preciso encontrar minha camisa.
Cecilia me segue até a sala.
- Para que?
Você fica perfeito sem uma camisa.
Camila a agarra.
- Cecilia!
Ela me lança um olhar de desculpas.
Desculpe a Ceci haha
Muito bêbada.
- Tranquilo.
Pego minha camisa do chão do quarto e me inclino para dar um beijo curto na bochecha de Sn, visto minha camisa e olho para elas.
- Não a acorde, ela está exausta e tem sido um dia agitado para ela.
Camila acena com a cabeça.
- Está bem.
- Boa noite.
Saio para o corredor e sigo para as escadas.
- Tom.
Eu paro e me viro para ver quem está me chamando.
Cecilia caminha lentamente em minha direção, sorrindo.
- Eu...
Minha voz assume aquele tom defensivo de sempre.
- O que?
- Eu não entendo... Você e ela, não faz sentido.
Essa garota não tem ideia do quão fria e brutalmente honesta eu posso
ser, ela só viu meu lado doce, que só namora Sn, com mais ninguém.
- Você não tem que entender, não tem nada a ver com você.
"Eu sei .." Ela dá mais um passo em minha direção. Mas você é tão perfeito...
e ela é tão...
"Pare", eu interrompo.
Tenha muito cuidado com o que vai dizer sobre ela.
- Eu não ia dizer nada de ruim.
- A verdade, não estou nem um pouco interessado no que você tem a dizer.
Boa noite.
Deixo-a com a palavra na boca e vou embora.

* * *

- Porque não me disse?
Sn está com as mãos na cintura, ela está
chateada.
Tom?
- Não sei.
As más notícias vieram de várias formas: e-mails e cartas de rejeição.
O principal motivo que deram foi que o tempo para se candidatar às bolsas já
havia passado e eles já estavam ocupados por outros alunos que fizeram o
processo dentro do prazo.
Sn descobriu por Bill, porque eu não tinha contado a ela quando comecei a obter respostas.
Eu não sabia dizer a ela, já tinha perdido as
esperanças, mas ela não sabia e não queria tirar isso dela.
Não posso mentir, a rejeição me entristece enormemente, meu único consolo é saber que pelo menos poderei estar na mesma universidade que ela.
Serei infeliz estudando algo que não quero, mas pelo menos estarei infeliz ao lado dela,
- Está chateada comigo?
Sn suspira e coloca as mãos em volta do meu pescoço.
"Não."
Ele me dá um beijo curto.
Lamento muito que não tenha dado certo, mas ainda temos o que reunimos nestes meses, vamos pensar em algo.
- Sn...
Seus olhos encontraram os meus.
- Não, nem pense em desistir.
- Você acha que eu quero desistir?
Mas também não podemos apegar-se a esperanças inexistentes.
- Você tentou falar com seu avô?
- Para que?
Ele já me disse que não iria ficar entre mim e meu pai.
- Fale com ele novamente.
Eu balancei minha cabeça.
- Não.
- Tom, ele é seu último recurso, por favor, tente novamente.
Suspirar.
"Não quero ser rejeitado de novo", admito, baixando a cabeça.
Sn segura meu rosto, me forçando a olhar para ela.
- Tudo vai ficar bem, uma última tentativa.
Eu a beijo suavemente, meus dedos traçando suas bochechas lentamente.
Quando me afasto, sorrio de volta.
- Uma última chance.
Deixo sua casa e vou para a minha.

Através da Minha Janela | Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora