O noivo...

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As pessoas não são o que parecem.
Nunca julgue um livro pela capa.
Todos aqueles ditados que se referem a nunca acreditar que você sabe como
uma pessoa é só de olhar para ela, fazem sentido na frente dos meus olhos.
Por quem?
Claudia.
A primeira vez que a vi, ela me deu um ar de submissa e recatada,
uma serviçal acostumada a baixar a cabeça na frente dos chefes, que já
presenciou os melhores e os piores momentos da família para a qual
trabalha, mas diz nada sobre isso.
Estava equivocada?
Sim, e de uma forma abismal.
A mãe de Tom espera minha resposta, sem se preocupar em esconder seu olhar de
desprezo.
Não consigo dizer uma palavra, não tenho vergonha de admitir que me sinto
muito intimidada por esta senhora.
Dona Simone cruza os braços sobre o peito.
- Te fiz uma pergunta.
Eu limpo minha garganta.
- Meu nome é S-Sn.
Eu estendo minha mão para ela de uma forma gentil.
Ela dá uma olhada na minha mão e depois olha para mim.
- Bem, S... Sn.
Ela zomba da minha gagueira.
O que faz aqui?
Claudia está ao meu lado e com a cabeça erguida e uma voz firme, ela o atende.
- Vim com o Tom.
À menção de Tom, a senhora levanta uma sobrancelha.
- Você está de brincadeira?
Por que Tom traria uma garota como ele?
Claudia desvia o olhar.
- Por que você não se pergunta?
Oh certo, comunicação com
seus filhos não são seu ponto forte.
Dona Simone franze os lábios.
- Não comece com o seu tonito, Claudia.
O mínimo que você quer é
me provocar.
- Então pare de olhar para ela desse jeito, você nem a conhece.
A senhora nos dá um olhar cansado.
- Eu não tenho que perder meu tempo com você.
Onde está o meu marido?
Claudia não responde, ela apenas aponta para a porta, e a senhora entra, nos
deixando a sós e, finalmente, sinto que posso respirar.
Eu agarro meu peito.
- Que senhora desagradável.
Claudia sorri para mim.
- Não tem ideia.
- Mas você não parece intimidante.
- Eu cresci naquela casa, acho que desenvolvi a habilidade de lidar com
intimidar muito bem as pessoas.
Faz sentido, me lembrei de como Luke é intimidante, e até o próprio
Tom antes de conhecê-lo bem, e agora essa senhora...
Claudia definitivamente deve ser imune a esse tipo de personalidade forte, depois de
crescer cercada por elas.
- Eu imagino, eu só pensei que como ela é sua chefe, você...
- Você permitiria que ele me intimidasse e me tratasse mal?
Termine para mim.
Dela ela não é minha chefe, o Sr. Jörg é, e ele sempre me protegeu daquela
bruxa, especialmente depois...
"Claudia para".
Acho que falei muito
sobre mim, fale-me sobre você.
Eu suspiro e nos sentamos.
- Não há muito o que contar, apenas que caí no feitiço do Kaulitz.
- Eu posso ver isso, mas vejo que você já conseguiu fazer aquele idiota admitir
seus sentimentos.
- Como sabes?
"Porque você está aqui", ela responde.
O avô Kaulitz é uma das
pessoas que são mais importantes para eles, o fato de você estar aqui diz muito.
- Já ouvi tanto sobre aquele homem que gostaria de conhecê-lo.
- Espero que você o conheça logo, ele é uma pessoa maravilhosa.
Conversamos um pouco e percebo o quanto gosto de Claudia.
Ela é uma mulher divertida com um caráter forte.
Acho que poderíamos ser
boas amigas.
Ela me dá uma sensação muito boa e me sinto confortável ao lado dela.
Tem gente com quem a gente só tem uma boa química e dá uma espécie de clique, mesmo depois de conversar uma vez.
Finalmente, depois de conversar um pouco com Claudia, Tom sai da
sala seguido por Luke e Bill.
Claudia e eu nos levantamos.
Os olhos de Luke encontram os de Claudia e ele franze os lábios antes de se virar
e caminhar pelo corredor.
Bill sorri para nós, evitando os olhos de Claudia a todo custo.
- Vamos tomar um café, vovô pediu para você, Cláudia, e você deveria
venha quando meus pais forem embora.
E com isso o Bill seguiu Luke.
Tom se aproxima de mim, seus olhos castanhos cheios de emoção, alívio,
calma.
Não consigo imaginar o quão preocupado ele esteve todos esses dias
por seu avô, que parece estar bem agora.
O deus grego pega minha mão e não posso deixar de notar que ele não cumprimenta
Claudia.
- Vamos, bruxa.
Eu olho para Claudia, cuja cabeça está baixa, e um sussurro sai de
seus lábios.
- Sinto muito.
Tom olha para ela.
- Não foi sua culpa.
Ele parece honesto.
A impulsividade dele nunca
Será sua culpa, Claudia.
Ela apenas balança a cabeça, e eu não entendo nada.
Me despeço de Claudia e sigo Tom.
Meus olhos caem em sua mão forte
sobre a minha e depois em seu braço, seu ombro e o perfil de seu rosto
bonito.
Andar com ele de mãos dadas parece tão irreal.
Pai, esta é Sn, minha namorada.
Sua noiva...
O título faz meu coração bater de emoção, nunca pensei que me tornaria
sua namorada;
Ele é o garoto que saiu das sombras, fantasiando em estar ao
seu lado um dia dessa forma, mas eu nunca pensei que isso seria cumprido.
Tom olha para mim, seus lábios bonitos formando um sorriso, e eu juro que
meu coração ameaça pular do meu peito e me deixar.
Eu quero beijá-lo.
Eu aperto minha mão livre para me controlar para não agarrá-lo e
estampar meus lábios contra os dele. Chegamos ao refeitório do hospital e
Tom me deixa em uma mesa depois de me perguntar o que eu quero, ir
pedir algo para nós dois.
Com minhas mãos no meu colo, eu olho ao redor.
Encontro Luke e Bill, sentados em mesas diferentes.
Eu enrugo minhas sobrancelhas.
O que há de errado com esses dois?
Lentamente, minha cabeça começa a conectar os pontos:
a mão enfaixada de Luke, o olho roxo de Bill, o olhar e a tensão estranha
entre Luke e Claudia quando ele saiu da sala. Eles... eles brigaram por ela?
Não pode ser.
Bill está interessado em Mia não é?
E pensar que
Luke está interessado em Claudia não soa como ele, não é?
Que porra está acontecendo?
Tom volta, colocando um Caramel Machiatto na minha frente, meu favorito.
"Obrigada", eu digo com um sorriso.
Ele se senta, abrindo as pernas compridas na frente e eu sei como são
definidos os músculos de suas coxas por baixo dessa calça, também sei o
que há entre essas pernas.
Sn, por Deus, você está em um hospital.
Questionando minha moral, tomo um gole do café, fechando os olhos, que delícia.
Quando eu abro meus olhos, Tom está com uma sobrancelha levantada.
Eu lambo meus lábios, não querendo perder uma gota dessa delícia.
- O que?
- Qualquer.
Eu aperto meus olhos.
- O que?
- A cara que você acabou de fazer me lembrou aquela que você faz quando eu te faço
ter um orgasmo.
Meus olhos ficam tão arregalados que doem, o calor enche minhas bochechas.
- Tom, estamos em um hospital.
- Você insistiu em saber.
- Não têm vergonha.
Sua boca forma aquele sorriso torto que o caracteriza e que me faz parar de
respirar.
- Não, o que eu tenho é te desejo.
Limpo minha garganta, tomando outro gole do meu café.
Tom estende a mão
sobre a mesa, com a palma para cima, oferecendo-a para mim.
Eu não hesito em aceitá-lo.
- Eu sei que não deveria ter dito que você era minha namorada lá em cima, eu não quero
pressioná-la.
Eu sei que devo ganhar coisas.
- Está tudo bem, sério.
Sua mão se separa da minha e eu quase faço beicinho;
Ele bebe seu café também e estou curiosa para saber qual é o seu favorito.
- Você pediu?
Ele me responde em tom de zombaria.
- Um café.
- Eu já sei disso, quero dizer que tipo de café você pediu.
Tom se inclina sobre a mesa, seu rosto muito perto do meu.
- Por que você não descobre sozinha?
Ele aponta para os lábios.
Tão perto, posso ver como eles estão molhados e como parecem macios, mas eu o empurro
ligeiramente, empurrando-o para longe.
- Boa tentativa.
- Por quanto tempo você vai me torturar, bruxa?
- Eu não estou te torturando.
- Tem sim, mas tudo bem, eu mereço.
Conversamos um pouco e percebo que o humor dele mudou
drasticamente, ele está feliz, aliviado e gosto de vê-lo assim.
A curiosidade me vence.
- O que se passa com esses dois?
Aponto para Luke e Bill.
- Eles lutaram.
- Por causa da Claudia?
Tom me lança um olhar surpreso.
- Como sabe isso?
- Acabei de conectar os pontos.
O que aconteceu com ela?
- Não é da minha conta falar sobre isso.
- Ash, que chato.
Tom cruza os braços sobre o peito.
- Eu não sou um velho fofoqueiro, sou seu namorado.
Veio tão naturalmente que ele nem percebeu que disse isso até
que percebeu minha expressão de surpresa. Tom coça a nuca.
- Você me fez passar por idiota.
- Um idiota que eu amo.
Tom me
dá um sorriso triunfante.
- Você me ama, amiga?
Eu coro, rindo como uma idiota.
- Só um pouco.
Depois de passar pelo quarto de seu avô novamente, Tom me leva para
minha casa, estacionando sua Porsche na frente.
Ele apenas apaga as
luzes do carro, mas deixa aceso.
A tensão sexual no ambiente torna difícil
para mim respirar.
Ele tira o cinto e vira o corpo na minha direção.
- Sei que não foi o encontro mais romântico do mundo, mas me diverti muito,
obrigado por estar ao meu lado esta noite.
"Foi perfeito", digo a ele honestamente. Estou muito feliz que você e o
vovô estão bem.
Tom apoia o cotovelo no volante e passa o polegar pelo lábio
inferior.
- É hora da pergunta importante.
- Que pergunta?
Ele se inclina sobre mim, me forçando a enterrar minhas costas no meu assento,
seu rosto tão perto do meu que sua respiração acaricia meus lábios.
- Você beija no primeiro encontro?
Eu não pensei sobre isso, não tenho muito conhecimento no mundo
do namoro, mas lembro da Mia me dizendo que ela era o tipo de beijos no primeiro encontro, que ela precisava saber se havia química ou não, para
não perder tempo com outros encontros.
Porém, essa situação não é a mesma, eu sei que há química, eu diria
demais, e que ele beija deliciosamente, esse é o problema. Não sei se consigo
me controlar se o beijar, meu autocontrole tem um limite.
Tom lambe os lábios.
- Você não vai me responder?
Minha respiração já está pesada, meu coração à beira do colapso, não
posso falar.
Tom solta um suspiro derrotado e retorna ao seu assento.
- Desculpe, estou pressionando novamente.
Incapaz de evitá-lo, tiro o cinto e agarro o colarinho da camisa para
trazê-lo até mim, seus lábios encontram os meus e eu gemo com a
sensação de senti-los.
Tom rosna, agarrando meu cabelo, movendo seus lábios agressivamente
sobre os meus.
O beijo não é romântico e eu não quero que seja, nós dois sentimos muito a falta um do outro para que fosse, é um beijo carnal,
apaixonado, cheio de emoções voláteis e fortes.
Nossas respirações quentes
se misturam enquanto nossos lábios molhados se roçam, se apertam, sugam
um ao outro, acendendo aquele fogo incontrolável que flui entre nós com
tanta facilidade.
Sua língua traça meus lábios, em seguida, entra na minha boca,
intensificando o beijo.
Eu não posso deixar de gemer contra seus lábios.
Tom envolve seu braço livre em volta da minha cintura para se aproximar dele.
Meu corpo está eletrizado com as sensações, cada nervo respondendo a cada toque,
mesmo que mínimo.
Tom se lança contra mim, me forçando a sentar-se novamente, sem separar
sua boca da minha.
Ele usa a alavanca para empurrar meu assento para trás e se
move de seu lugar para o meu, ficando completamente em cima de mim.
Estou surpresa com sua capacidade de fazer isso tão rapidamente.
Suas pernas estão entre as minhas, separando-as, e fico feliz por ter jeans sob meu vestido de outono, porque ele sobe até meus quadris, me expondo.
Ele pressiona seu corpo contra o meu e posso sentir o quão duro ele está
através de suas calças.
Seus lábios deixam os meus para atacar meu pescoço.
Eu observo o teto do carro enquanto ele devora a pele com os lábios do meu pescoço e descendo para o meu peito, suas mãos desajeitadas puxando para baixo as alças do meu vestido.
Indo contra tudo que estou sentindo agora, coloco minhas mãos
em seus ombros.
- Tom, não.
Ele levanta a cabeça, seus olhos castanhos  cheios de desejo encontram os meus e meu
autocontrole vacila.
Seu peito sobe e desce com sua respiração rápida.
Por um momento, acho que ele vai ficar bravo por colocar as coisas dessa forma e então dizer
não, mas ele me surpreende com um sorriso caloroso.
- Está bem.
Sua boca encontra a minha novamente, mas desta vez macia e terna.
Eu sorrio contra seus lábios e murmuro:
- Vanilla latte.
Ele se afasta um pouco.
- O que?
- O café que você tomou.
Tom sorri de volta para mim, e ele é lindo pra caralho na mistura
semi-escura da Porsche, com a cor de seus olhos saltando para fora.
Ele aponta para as calças.
- Você ainda acha que isso não é uma tortura?
- Só um pouco.
- Claro, embora para mim esteja tudo bem.
-Passe as costas da sua mão
na minha bochecha.
Isso só vai tornar o momento em que você se render a mim
muito mais intenso.
- Você parece ter certeza de que isso vai acontecer.
- Eu estou.
"A segurança dele sempre pareceu sexy."
Você acha que não
Eu sei o quão molhada você está agora?
- Tom...
- Você se lembra de como me sinto rico quando estou dentro de você?
Esse toque,Esse atrito que te deixa louca e te faz implorar por mais.
"Deus..." Eu coloquei minhas mãos em seu peito.
Pare de falar assim.
- Você está toda vermelha.
Tom sorri e retorna ao seu assento.
Também tenho direito de torturar você.
"Idiota", murmuro, recuperando a compostura. Devo ir.
-Aberto
a porta, e não estou surpreso com o quão trêmula minha mão está. Eu saio.
- Boa noite.
"Eu fecho a porta atrás de mim."
Tom abaixa o copo, seu antebraço na direção.
- Ei, bruxa.
-Olhou para ele-.
Quando você se tocar esta noite, grite meu nome com força.
Eu paro de respirar, ele pisca para mim.
Vou fazer o mesmo, pensando em você.
Ele fecha a porta e sai, deixando-me com a boca aberta.
Seu deus grego estúpido e pervertido!

Através da Minha Janela | Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora