| D A R K R O M A N C E | + 18 |
Um homem cego é designado para uma enfermeira ninfomaníaca.
Após perder a visão em um acidente, 𝗔𝗿𝗲𝘀 se distancia de todos.
A vida já não é mais a mesma, as cores e alegrias se tornaram um borrão preto que Ares...
"Espera-se que eles esqueçam tudo o que sabiam sobre ser algo diferente do que deveriam ser."
- Anna-Marie McLemore
Disforia - um estado de sentir-se muito infeliz, desconfortável ou insatisfeito
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Sua voz, que era de chocolate amargo derretido, deixou um gosto doce dentro de mim.
Pela primeira vez, tomei consciência de seus olhos - seus olhos que permaneciam sem vida, sem emoção, mas eu podia sentir seu peso sobre mim.
Arrepios surgiram pela minha pele, me afetando de uma forma que não deveria estar me afetando.
Quanto mais eu lutava internamente, negando sua presença, mais ela se enraizava profundamente dentro de mim - até que fiquei ciente disso através de minha frequência cardíaca irregular, gotas de suor frio, palmas das mãos formigando e boceta latejante.
O último, eu poderia ignorar, porque reagi da mesma forma com todos os homens.
Soltei um suspiro estremecido, as palavras que eram o ofício de sua língua fizeram meus lábios franzirem em antecipação e medo.
— Sr. Estevan? Antes disso, eu queria te perguntar uma coisa...
Seus dedos cerraram enquanto ele se acomodava no sofá, não que ele estivesse instável antes. Fiquei surpresa com a forma como o tom amarelado do lustre lançava um brilho dourado na lateral de seu rosto, enfatizando suas feições divinas.
E de repente, eu quis ver o que ele escondia debaixo da máscara.
Ele inclinou levemente a cabeça, uma indicação de que estava ouvindo.
Engoli em seco quando o nervosismo e o medo que foram esquecidos momentaneamente me atingiram com toda a força, minha mente voltou para as pegadas no chão.
— Eu queria saber… — respirei fundo, minha garganta ficando mais seca com o passar dos momentos. — Você por acaso... tem alguma câmera de vigilância no quarto de hóspedes?
Desta vez, ele me encarou, seus olhos vagando para onde eu estava sentado.
— Por que eu teria câmeras de vigilância no quarto de meus hóspedes, Sra. Campbell? — sua voz era baixa, calma.
Soltei um suspiro trêmulo, articulando o raciocínio que deveria dar a ele na minha cabeça.
— Sr. Estevan, não sei como devo dizer… — soltei um suspiro, sentindo-me envergonhada, mas com medo ao mesmo tempo. — Acho que alguém estava me espionando quando eu estava no banho.
Mesmo que tenha ficado chocado com a notícia, ele não deixou isso transparecer em suas feições. Ele era bom em ser enigmático, mas eu era melhor em ser observadora.
