Pov Thiago
— Estamos chegando já. — Falei apontando para o GPS.
Ela olhou para a tela e depois puxou um revólver de dentro do jaleco.
— Rapaz, Te estressei tanto assim? — Falei olhando pra ela. — Eu não tenho plano funerário, se me matar você vai ter que pagar meu enterro.
— Para de ser idiota. — Vi ela pegar as munições no outro bolso. — Eu só estou deixando tudo pronto.
Continuei dirigindo, até que finalmente chegamos. Já não estava tão escuro, dava pra enxergar relativamente bem.
Nós estávamos de frente para um muro, com um portão de grade que dava para ver do outro lado.
— Aparentemente eles sabem fazer rituais mais não sabem aparar a grama. — Comentei vendo o matagal que estava no quintal. – Como vamos entrar?
— Tínhamos que tirar essas correntes. — Ela disse chegando perto. — O cadeado é resistente, não vamos conseguir abrir no tiro.
— Vamos pular o muro. — Falei e ela franziu as sobrancelhas.
– E como você planeja fazer isso?
— Sei lá, eu ja dei a ideia. Agora é descobrir como executar.
— Ou damos a volta na casa e procuramos outro forma de entrar.
— É uma boa também, vamos lá. — Falei indo até o carro pegar minha espada.
Começamos a caminhar em volta da casa a procura de um jeito de passar pelo muro.
Não encontramos uma passagem, mas achamos uns caixotes empilhados que facilitavam a minha ideia inicial de pular o muro.
— Aparentemente não foi só você que teve a ideia de pular o muro. — Nós aproximamos dos caixotes.
— Isso com certeza é coisa de criança encapetada ou adolescente sem juízo. — Subi nos caixotes. — Já fiz muito isso pra roubar manga na casa dos outros.
— Eu sempre fui uma pessoa bem ajuizada. — Ela me observava de braços cruzados. — Você aparentemente é o oposto.
— E serviu de alguma coisa, olha só. — Falei enquanto subia nos caixotes.
— Se você cair daí e rachar a cabeça eu vou embora e te deixo aqui.
— Agradeço a preocupação, minha querida. — Falei subindo em cima do muro. — Você não vem?
— Não me chama assim! — Resmungou. — Olha, eu não costumo pular muros.
— Você não consegue? Mas nem é alto. — Falei ficando com uma perna de cada lado do muro e me segurando firmemente com uma das mãos. — Vem cá, eu te dou uma mãozinha. — Estiquei o braço oferecendo a minha mão para ela segurar.
— Não tenho outra opção, não é? — Ela subiu nos caixotes, alcançando a minha mão. — Se eu me machucar eu te mato.
— Está comigo está com Deus, minha querida. — Falei ajudando ela a subir.
— Já disse para não me chamar assim. — Agora estávamos nós dois sentados em cima do muro. — Como vamos sair depois?
Dei uma olhada ao redor, e percebi que, caída no pé do muro, havia uma escada de madeira muito velha, daquelas que dá para carregar por ai.
— Olha, uma escada. — Apontei para ela no chão. — Está em estado de decomposição e pode quebrar quando usarmos? Sim, mas não deixa de ser uma escada.
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Entre Deveres e Desejos | Lizago
FanficElizabeth Webber e Thiago Fritz, agentes da "Ordo Realitas", são selecionados para serem uma dupla no combate ao paranormal. Mas em meio dos deveres podem surgir desejos? Personagens e universo de "Ordem Paranormal RPG" criado por Rafael "Cellbit" L...