Capitulo 4

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Pov Thiago

Cá estávamos nós de novo na base, prontos para receber a próxima missão suicida.

— Vamos para a sala do Veríssimo. — Elizabeth apontou.

– Deixa só eu ir ao banheiro primeiro, a última vez que eu me olhei em um espelho foi lá naquela casa. — Avisei indo na direção oposta.

– Você não se olhou no espelho depois que o corte cicatrizou não? — Ela veio atrás de mim.

— Eu acabei me esquecendo, fui direto pra sala do Veríssimo e depois nós fomos almoçar. — Respondi e ela só assentiu. — Pera, está muito ruim?

— Não, mas é em uma região bem visível, acho que você vai se estranhar um pouco.

– Ok, talvez eu não queira mais ver, vamos para a sala do Veríssimo. — Falei dando meia volta.

Não sei se eu estou a fim de ver o estrago que o bicho fez no meu belo rosto agora. Acho que dá para esperar eu chegar em casa e ficar sozinho.

— Para, vai no banheiro logo. — Ela me virou de volta para a direção do banheiro.

Suspirei e aceitei meu destino. Caminhei até o banheiro, abri a porta e acendi a luz.

Meu Deus.

Levei a mão até meu rosto e passei o dedo levemente sobre as cicatrizes, como se ainda pudessem me causar dor.

— Elizabeth, isso aqui está horrível.

— Não está não.

— Será que se deixar a barba crescer vai tampar?

— Em cicatrizes assim não nasce pelo. Mas não se preocupe, você só está se estranhando agora, daqui um tempo talvez até passe a gostar delas.

— É né. — Suspirei dando uma ajeitada no meu cabelo — Vamos para a sala do Veríssimo.

Fui caminhando em silêncio, ainda contrariado com a cicatriz que ganhei no rosto. Ainda mais em um lugar tão chamativo.

Meu rostinho era tão lindo...

Bati na porta do Sr. Veríssimo com certa agressividade, recebendo um "podem entrar" como resposta.

— Desculpem pelo pequeno intervalo de tempo. — Ele começou assim que entramos e nos sentamos. — Mas o paranormal não pode esperar.

— O que aconteceu agora? — Elizabeth perguntou.

— No horário de almoço um bar de motoqueiros na beira da estrada foi atacado por aranhas gigantes. — Veríssimo começou a explicar. — Os frequentadores do bar neutralizaram a ameaça, preciso que vocês apenas descubram de onde elas vieram.

— O bar da Ivete? — Perguntei preocupado.

— Não sei o nome do proprietário, mas o estabelecimento se chama sovaco seco.

— É lá mesmo. — Me levantei rapidamente. — Bora Elizabeth.

Sai apressado da sala e vi a Elizabeth vir atrás de mim.

— Fritz, você conhece o local? — Ela me alcançou e passou a caminhar ao meu lado.

— Conheço, eu sou amigo do pessoal de lá.

— Pelo que o Veríssimo falou, eles devem estar todos bem.

— Espero que sim.

Entre Deveres e Desejos | LizagoOnde histórias criam vida. Descubra agora