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Maya Vecchiato
Point of view

"Sempre escutei que o amor e a dor andavam de mãos dadas, mas não precisa ser uma pessoa com o mínimo de decência intelectual pra saber que a verdade é que a dor seria uma pessoa confusa."


E assim acaba meu livro para a apresentação da faculdade. Uma das coisas que eu mais gosto de escrever é sobre o amor recíproco, momentos ou fases da minha vida de forma implícita e também sobre o mar, estrelas e a lua. Faço faculdade de literatura e o trabalho passado pela professora foi fazer um livro de qualquer assunto e depois organizar uma peça.

Agora estou sentada em minha mesa, enquanto escuto música e penso sobre o que será da minha peça. Notas mentais avisam-me que tenho que dormir mais cedo hoje, porque com o trabalho tive que passar 80% do meu tempo me dedicando a ele, para sair perfeitamente, mas meu sono está completamente desfigurado. Amanhã é sábado e aos sábados eu saio com minha irmãzinha, Lily, ela tem três anos e é meu xodó, e tempos de qualidade com quem eu amo pra mim é lucro.

Semana passada não consegui sair com ela e senti como isso impactou ela.

[...]

08:00 AM

Acordei com meu despertador tocando me lembrando que hoje é sábado, fui direto para o banheiro tomar banho, fazer skincare e escovar os dentes. Depois separei uma roupa simples de parque, um vestido branco com algumas flores e um tênis também branco, fiz uma maquiagem básica e desci. Lily estava feliz enquanto tomava café da manhã junto com mamãe.

- Bom dia, filha. - diz minha mãe colocando um pedaço de panqueca em sua boca.

- Bom dia, mamãe! - fui até ela beijá-la na bochecha. - bom dia, Lily. - apertei suas bochechas fazendo-a gargalhar.

- Bu dia - recentemente Lily aprendeu falar "bom dia", mas na língua dela né. Ela sabe falar bastante coisas para bebês da idade dela.

- Vocês vão em qual lugar hoje, em? - mamãe pergunta. - preciso de vocês antes das 12:00 aqui, porque a tia de vocês está vindo pra cá.

- Quem vai vir? - perguntei.

- Suas tias, sua avó, primas e os esposos de suas tias.

Nunca simpatizei com a família do meu pai, desde novinha eles me tratam mal ou com indiferença. Minhas tias são o próprio demônio na terra, falam mal até de quem não pode, e todas perdoaram seus lindos maridos que traíram elas enquanto estavam grávidas com a desculpa de que "estavam muito parados". Minha avó nem se fale nunca me fez uma neta de verdade, só minhas primas. Minhas primas, Katherine, Chloe, Alexie e Lauren, são mais novas do que eu dois anos, eu tenho 22 e elas têm 20, elas nunca me trataram bem, muito pelo contrário sempre faziam piadas com meu corpo ou meu rosto e nunca me deixavam brincar de barbie com elas.

Eles vêm aqui pra casa pelo menos uma vez no mês, porque eles moram no interior e nós moramos na cidade em uma casa bem grande. Meu pai e minha mãe trabalharam e ainda trabalham muito pra dar do bom e do melhor pra mim e Lily, moramos em um bairro bom e caro, condomínio grande e estudamos em ótimos lugares. Devo tudo aos meus pais.

Tia Karine é mãe de Katherine, tia Stefhany é mãe de Alexie, tia Lena é mãe de Chloe e Lauren.

Deixei esse assunto de lado e fui atrás de uma bolsa para colocar minhas coisas dentro, peguei meu celular, cartão, garrafa de água e uma muda de roupa para Lily. Peguei ela e fui para o carro. O parque fica trinta minutos da minha casa, por isso vou de carro, chegando lá escolho um lugar bom e sem muito sol e já abro uma toalha para colocar os lanches.

Just tell me - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora